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Batata frita de Marechal Hermes se torna Patrimônio Cultural Material do RJ

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A batata frita de Marechal Hermes se tornou oficialmente Patrimônio Cultural Material do Estado do RJ. A lei 9.692 foi sancionada pelo governador Cláudio Castro na sexta-feira (20/05) e publicada no Diário Oficial do estado na última segunda-feira (23).

A batata frita é comercializada há anos numa barraquinha, pelo comerciante Ademar de Barros Moreira, perto da estação de trem de Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio.

A barraquinha de Ademar, que produz toneladas de batatas fritas, já virou tradição no bairro, onde está instalada há mais de 30 anos.

As batatas fritas nas barracas podem ser misturadas com queijo cheddar, linguiça calabresa fatiada e até frango à passarinho. Após isso, são colocadas dentro de uma quentinha.

“Batata de Marechal Hermes” vende até 1 tonelada por dia

Foto: Reprodução/ O Globo

No ano de 2017, em entrevista ao G1, o comerciante Ademar de Barros Moreira falou sobre o sucesso do seu estabelecimento que começou há mais de 30 anos. Para iniciar a produção, o empreendedor investiu o equivalente a R$ 8 para comprar um saco de batata para fritar.

Na época da entrevista, Ademar contou que vendia até uma tonelada do produto em uma noite e tinha o carrinho de batatas fritas mais famoso do Rio.

“Eu já vendi pipoca, milho verde e cachorro quente. Só que a batata foi o que deu mais certo. Com ela já estou há 30 anos”, disse Ademar ao G1.

De acordo com o proprietário, em 12 dias, o negócio consome 9 toneladas de batatas, em média. Os dias mais quentes para o comerciante são os finais de semana. “Por dia, eu vendo de 700 [quilos] a uma tonelada. Eu vendo três toneladas sexta, sábado e domingo.”

Ademar também revelou ao G1 que as batatas são compradas no Ceasa, a principal central de abastecimento da cidade, já que ele não usa produtos congelados, apenas naturais. Segundo o comerciante, isso faz muita diferença no sabor. Além disso, uma máquina é utilizada para descascar, mas o corte é feito à mão. 

Fama da batata frita na web

Foto: Reprodução

O comerciante, natural de Jurumirim, em Minas Gerais, acredita que uma parte de sua fama se deve à internet. O estabelecimento viralizou nas redes sociais por causa das porções generosas que costuma servir os clientes. Para ele, o importante é a abundância.

“O segredo do sucesso é o tempo que estamos, a amizade que a gente faz e a quantidade de batata que eu boto na embalagem”, disse Ademar, destacando ao G1 que o cliente não quer miséria.

A fama das batatas fritas de Marechal Hermes chegou até a se tornar internacional. O recorde histórico de venda ocorreu durante a Olimpíada no Rio de Janeiro, em 2016, quando vendeu 1,4 toneladas do produto em apenas um dia de competição.

Batata frita: uma linguagem universal

Foto: Reprodução

Para o empresário, a batata é uma linguagem universal, citando como exemplo o fato de ter entendido os clientes estrangeiros mesmo só falando português.

“Eles vinham, pediam a embalagem de R$ 10 [a mais barata comercializada na época], filmavam e fotografavam. E todo mundo se entendia”, destacou Ademar.

Rotina de trabalho

Foto: Arquivo/Cristina Boeckel

Ademar informou ao G1 que começa a trabalhar às 16h e segue até o começo da madrugada, atendendo um mercado que não conhece crise. O empresário explicou que mesmo que o dia seja cansativo, não pode deixar o cliente na mão.

“Às vezes, 3h ainda tem fila, mas a gente não pode parar. A pessoa já está um tempão na fila. Se parar, a pessoa vai se aborrecer. Então tem que atender todo mundo até normalizar um pouco para dizer que acabou. Às vezes as pessoas vêm com criança, vêm de [Duque de] Caxias, Niterói. Entram numa fila com 20 pessoas. Se você disser que vai parar, ele não vai aceitar”, disse o empreendedor.

Fonte: G1

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