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Buraco negro saiu de galáxia e semeou estrelas por seu caminho

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Os buracos negros são completamente invisíveis, e sua força gravitacional é tão imensa que nada escapa deles, incluindo a radiação eletromagnética, como raios-X, infravermelho, luz e ondas de rádio. Além disso, eles são uma das coisas mais estranhas e interessantes do universo.

Mesmo eles tendo características que são paradoxais, o telescópio espacial Hubble flagrou um buraco negro com um comportamento totalmente estranho e diferente do que já tinha sido visto até o momento. No caso, ele foi ejetado da sua galáxia hospedeira e começou a andar pelo espaço e deixar um rastro luminoso tão grande que chega a ser quase duas vezes maior que a Via Láctea.

A expulsão desse buraco negro pode ter acontecido pela chegada de um terceiro em um sistema binário de buracos negros. Ele então foi ejetado da sua galáxia a 1.600 quilômetros por segundo e ao invés de devorar estrelas, como normalmente eles fazem, ele começou a interagir com o ambiente circungalático, chocando-se e comprimindo o gás intergalático que vai se aglomerando em novas estrelas.

Buraco negro expulso

Tecmundo

O mais curioso sobre esse buraco negro diferente é que ele foi descoberto por acaso por Pieter van Dokkum, professor de Astronomia e Física na Universidade de Yale, nos EUA. Tanto que, quando o viu pela primeira vez, o professor pensou que era um “arranhão” feito por um raio cósmico na câmera do telescópio.

Contudo, depois que essa teoria foi eliminada, van Dokkum fez uma espectroscopia de acompanhamento pelos Observatórios WM Keck, no Havaí. Com isso, o astrônomo chegou à sua conclusão de que o que ele tinha visto era, na realidade, uma trilha estelar “bastante surpreendente, muito, muito brilhante e muito incomum”. Ele publicou sua conclusão de que ele era um buraco negro voando fora da sua galáxia no Astrophysical Journal Letters.

Quantidade

Tecmundo

Esse buraco negro vagando fora de sua galáxia foi descoberto por acaso. No entanto, eles são um objeto celestial que gera muito interesse. Por isso astrônomos estão sempre os estudando. Mas se eles são invisíveis, como saber quantos existem no universo?

Os buracos negros de massa estelar são os núcleos colapsados ​​de estrelas massivas mortas. De acordo com novas pesquisas, ao observar como essas estrelas binárias se formam e evoluem, conseguiu-se derivar uma nova estimativa da quantidade de buracos negros de massa estelar no universo.

O número é de impressionar. São 40 quintilhões. Isso representa cerca de 1% de toda a matéria normal no universo observável.

“O caráter inovador deste trabalho está no acoplamento de um modelo detalhado de evolução estelar e binária com receitas avançadas para formação de estrelas e enriquecimento de metais em galáxias individuais. Este é um dos primeiros e mais robustos cálculos ab initio da função de massa do buraco negro estelar ao longo da história cósmica”, explicou o astrofísico Alex Sicilia, da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA), na Itália.

Além disso, os buracos negros são um grande ponto de interrogação na compreensão do universo. Por isso que, se os pesquisadores tiverem uma boa ideia de quantos deles existem, isso pode ajudá-los a responder algumas perguntas.

Uma das abordagens é estimar a história das estrelas massivas no universo. Com isso, eles conseguiriam calcular o número de buracos negros que deveriam existir em qualquer volume do espaço.

Ter esse conhecimento pode dar pistas a respeito do crescimento e da evolução dos buracos negros supermassivos, que são milhões ou bilhões de vezes a massa do Sol, constituindo os núcleos das galáxias.

Nessa pesquisa, Sicilia e sua equipe adotaram uma abordagem computacional. Nela, eles incluíram somente os buracos negros que se formam através da evolução de estrelas únicas ou binárias. Levaram em consideração o papel das fusões deles, cujos números podem ser estimados com base em dados de ondas gravitacionais e que produzem buracos negros de massas ligeiramente maiores.

Como resultado, eles conseguiram calcular a taxa de natalidade dos buracos negros de massa estelar entre cinco e 160 vezes a massa do sol ao logo da vida útil do universo.

Então, essa taxa de natalidade sugere que hoje deve existir cerca de 40 quintilhões de buracos negros de massa estelar espalhados pelo universo observável. Isso sem considerar os de massa estelar mais massivos produzidos por fusões dos que são binários em aglomerados de estrelas.

Fonte: Tecmundo, Science Alert

Imagens: Tecmundo

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