Ciência e TecnologiaNotícias

‘Central da Família’: controle parental do Instagram é lançado globalmente

0

A partir de quinta-feira (15), o Instagram começou a liberar um novo recurso. O “Central da Família” permite que os pais verifiquem quanto tempo os filhos passam navegando na rede social. Com isso, são notificados quando eles denunciam uma publicação ou conta também.

“Esses recursos desenvolvidos em conjunto com especialistas, pais, tutores e adolescentes foram anunciados em março deste ano, primeiro nos Estados Unidos”, disse o Instagram. De acordo com a Meta, empresa responsável pelo Instagram, o controle parental permite funções como verificar o tempo em que o adolescente passa na rede social, estabelecendo limite de uso diário ou então semanal.

Além disso, os responsáveis são alertados sobre quem o adolescente segue, assim como as contas que os seguem. Também recebem notificação quando ele denuncia uma conta ou uma publicação, exibindo inclusive o que foi denunciado e o motivo.

Como usar o ‘Central da Família’ no Instagram

Primeiramente, abra o Instagram e vá no menu, localizado no canto superior direito. Então, clique em “Configurações”, “Supervisão” e “Criar convite”. Por fim, compartilhe o link do convite com o adolescente.

Este terá 48 horas para autorizar a ativação do controle parental após o envio do convite. Segundo a Meta, a empresa adota outras medidas para garantir a segurança de crianças e adolescentes na plataforma, como tornar privada a conta de menores de 16 anos, restrições de mensagens diretas e limitando anúncios segmentados para menores de 18 anos.

Espionagem dos filhos

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O Life360 é o aplicativo de monitoramento familiar mais presente nos telefones mundiais, mas é o sexto aplicativo mais instalado na loja de aplicativos iOS, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Existem vários softwares disponíveis, cada um oferecendo um nível diferente de monitoramento.

Ghislaine Bombusa, diretora da área digital da organização Internet Matters, que possui sede no Reino Unido e assessora os pais sobre segurança na internet, afirma que há, basicamente, dois tipos de opções de rastreamento. Para ela, sua escolha “depende do tipo de pai que você é, em termos do rigor com que você quer monitorar seu filho”, segundo ela.

Assim, os aplicativos mais simples são de compartilhamento de localização, que já vêm baixados em telefones, como o Find My Friends ou Google Family. Além disso, existem os aplicativos de terceiros que permitem a coleta de quase todas as informações de um aparelho.

Já aplicativos como FindMyKids permitem ao responsável ativar o microfone do telefone do filho e até gravar áudio. Um outro aplicativo, TeenSafe, ativa um “modo discreto” em que o filho “nunca descobrirá que seus pais o estão rastreando”. Bombusa afirma que, além do rastreamento físico, os aplicativos também podem gerenciar a vida digital da criança, “seja sobre os seus gastos se você der uma mesada online, ou como e quando eles usam os consoles de jogos”.

OurPact envia capturas de telas das interações online dos filhos enquanto Bark rastreia as mensagens e alerta os pais sobre “interações preocupantes”. Bombusa explica que a quantidade de investimentos nesse setor da internet indica uma demanda alta. Uma pesquisa de 2019 entre pais e responsáveis no Reino Unido concluiu que 40% deles estavam usando algum tipo de rastreamento por GPS diariamente.

Segurança

A premissa desses aplicativos é que, quanto mais os pais souberem, menos seus filhos correm riscos. Mas Sonia Livingstone, professora do departamento de comunicação da London School of Economics and Political Science, acredita que “não há evidências de que nenhum desses aplicativos aumente a segurança das crianças. Procuro todas as evidências e nunca vi nenhuma”.

Desse modo, a especialista em segurança e direitos digitais das crianças defende que, a longo prazo, os aplicativos de rastreamento podem ter “consequências indesejadas, e também prejudiciais”, especialmente para o relacionamento entre pais e filhos. Para Livingstone, “o mais importante para o desenvolvimento é que a criança aprenda a confiar nos pais – e os pais, na criança”.

Monitorar os filhos com tamanha intensidade e alcance, ainda mais sem seu conhecimento, pode prejudicar a confiança familiar, levando os filhos a fazer escolhas cada vez mais arriscadas ou então a aprender a escapar do rastreamento. Além disso, com a maturidade dos filhos, levanta-se o questionamento sobre o controle parental.

Na comunidade do Reddit chamada Insane Parents (“Pais Insanos”, em tradução livre), uma postagem recente diz: “Minha mãe viu que minha localização estava desligada no Life360, ameaçou desligar meu telefone e ainda disse que não posso mais dirigir o carro… Ah, eu já mencionei que tenho 20 anos de idade???”.

Livingstone argumenta que é “fundamental para nossa autonomia e nossa integridade pessoal que ninguém observe todos os nossos pensamentos pessoais. É isso que significa privacidade“.

Fonte: G1

Menino de 10 anos vence câncer raro detectado em quatro partes do corpo

Artigo anterior

Os relatos de assédio e pressão dos estagiários de Direito

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido