Ciência e Tecnologia

Cientistas conseguem curar vício em entorpecentes com cirurgia no cérebro

cirurgia
0

Na última terça-feira, 15, pesquisadores americanos anunciaram um feito inédito que, até o momento, nunca havia sido realizado. Duas pessoas foram curadas do vício em entorpecentes por meio de cirurgias cerebrais. Quatro pessoas foram submetidas ao tratamento, mas em uma delas nenhum resultado foi obtido e, na outra, o processo ainda está sendo monitorado.

Segundo os cientistas do Instituto de Neurociência Rockefeller, o procedimento é uma estimulação profunda do cérebro, cirurgia que é aprovada nos Estados Unidos para tratar Parkinson, TOC e casos severos de epilepsia. Os médicos implantaram um fio elétrico em uma área do órgão que ajuda a regular a função da dopamina, neurotransmissor que atua no sistema de recompensa e satisfação.

O dispositivo, implantado no cérebro por meio da cirurgia, também estimula o córtex frontal, que está ligado à tomada de decisões. As duas regiões são danificadas pelo uso de drogas a longo prazo. O fio permite que os cientistas monitorem as funções cerebrais à distância, e pode ser realocado remotamente, caso seja necessário, para evitar recaídas.

Pixabay

Sucesso através da cirurgia

Um dos participantes do estudo, Gerod Buckhalter, de 33 anos, é usuário de drogas desde os 15. Quando era um jogador de basquete promissor, começou a tomar opioides para lidar com as dores de uma grave lesão e nunca mais parou. Depois dos comprimidos, começou a usar heroína.

O americano já era paciente do instituto, mas nunca tinha conseguido largar o vício. O máximo de tempo que ele havia passado longe das drogas tinha sido dois meses. Buckhalter teve interesse em fazer a cirurgia assim que ficou sabendo da possibilidade.

Durante o procedimento, ele estava sedado, mas permaneceu acordado. Para que o fio fosse colocado no local correto, o ex-jogador foi exposto a imagens das drogas que consumia. Isso foi necessário para que a região do cérebro responsável pelo vício fosse acionada.

A cirurgia fez efeito e o americano está sóbrio há dois anos e meio. Além da cirurgia, ele toma um remédio, faz terapia, e trabalha em uma clínica de reabilitação.

Processo experimental

A cirurgia ainda é experimental, mas os resultados são promissores. Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, mais de uma dúzia de pacientes devem ser testados nos próximos anos para verificar a eficácia do tratamento. Como se trata de um procedimento que ainda está em desenvolvimento, a cirurgia é cara.

“Mesmo se não for algo que possa ser usado na prática clínica, pode ser traduzido em métodos mais baratos e menos invasivos. Há uma promessa enorme na neuromodulação“, afirmou a diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos, Nora Vulkow, à CNN.

Fonte: Metrópoles

A morte de Dawn Brancheau, a treinadora de orcas do Sea World

Artigo anterior

Alec Baldwin é processado por família de Halyna Hutchins por morte no set de filmagem

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido