Curiosidades

Cientistas descobrem um misterioso parente do gigante megalodon

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O nosso planeta é muito grande e rico em diversidade, e vários “monstros” já viveram na Terra nos mais variados habitats. Um deles é o megalodon. Historicamente, ele é considerado o maior tubarão que já viveu na Terra. Seu nome significa “grande e poderoso”. No entanto, ele é como um fantasma no registro paleontológico.

Agora, cientistas descobriram restos de um turbarão misterioso, do tamanho de um carro, que nadou pelo oceano atlântico e pacífico há aproximadamente 20 milhões de anos. Essa espécie é parente do megalodon e um ancestral dos tubarões-brancos atuais. Contudo, existe um intervalo de 45 milhões de anos no registro fóssil antes dessa nova espécie aparecer. Isso acaba deixando várias perguntas sem respostas de como o tubarão evoluiu e por quanto tempo ele sobreviveu.

“O fato de que um tubarão tão grande e com uma distribuição geográfica tão ampla tinha evadido o reconhecimento até agora indica quão pouco ainda sabemos sobre o antigo ecossistema marinho da Terra”, disse Kenshu Shimada, pesquisador da Universidade DePaul em Chicago.

Descoberta

Socientifica

Essa nova espécie foi chamada de Megalolamna paradoxodon, colocando-a como um novo gênero próprio. O nome dado à espécie se refere ao fato de esse tubarão ter surgido de forma repentina no registro geológico depois de parecer ter se separado de Otodus, o seu parente mais próximo, há aproximadamente 45 milhões de anos.

Até o momento, somente cinco dentes de cinco centímetros de comprimento foram encontrados. Eles estavam na Califórnia, Carolina do Norte, Japão e Peru, o que cobre a maior parte das costas dos oceanos atlântico e pacífico.

Tendo como base os restos mortais, os pesquisadores escreveram em um artigo que o estimado é que esse tubarão tenha crescido até 3,7 metros de comprimento. Isso faz com que ele seja significativamente menor do que o megalodon, que pode ter tido até 18 metros de comprimento e vivido entre 23 e 2,6 milhões de anos atrás.

Mesmo menor, o Megalolamna paradoxodon ainda era grande o bastante para conseguir comer peixes de tamanho médio. De acordo com os pesquisadores, seu tamanho teria sido um pouco menor do que os tubarões-brancos atuais.

Parente próximo

Socientifica

O diferencial da nova espécie são os dentes estranhos que se parecem com os dos tubarões de hoje em dia, mas com algumas diferenças fundamentais. Os dentes teriam sido ideais para agarrar e cortar suas presas.

O ponto mais importante dessa descoberta é que ela muda o entendimento dos pesquisadores sobre a árvore genealógica do tubarão. Isso porque, anteriormente, o megalodon era classificado como per o gênero Carcharocles, que faz parte da extinta família Otodontidae.

No entanto, agora vendo a relação entre o megalodon e Megalolamna paradoxodon, os pesquisadores disseram que o megalodon deve fazer parte do gênero Otodus, o que reflete o seu verdadeiro lugar.

“A ideia de que o megalodon e seus parentes próximos devem ser colocados em Otodus não é novidade, mas esse estudo é o primeiro de seu tipo que logicamente demonstra a proposta taxonômica. Ele deveria, futuramente, ser referido como Otodus megalodon“, disse Shimada.

Mesmo que mais estudos sejam necessários para que essa nova classificação do megalodon seja confirmada, é surpreendente saber que existia algum parente próximo dele nadando pelas águas do mundo todo 20 milhões de anos atrás.

Megalodon

Meteored

Por mais que esse gigante dos mares seja um grande mistério, os pesquisadores ainda conseguem fazer novas descobertas sobre ele, como por exemplo, essa descoberta feita pelos cientistas que mostrou que esse animal tinha uma característica surpreendente: ele era um tubarão de sangue quente.

Para fazer essa descoberta, os cientistas analisaram os dentes do animal e neles acharam evidências de que a espécie mantinha sua temperatura corporal aproximadamente 11° Celsius mais quente do que a água onde ela vivia. Por conta dessa diferença, o megalodon pode ser classificado como um animal endotérmico, ou seja, que consegue gerar calor internamente.

Os pesquisadores usaram uma técnica geoquímica inovadora para descobrir a temperatura corporal desse animal. Ela analisa os isótopos nos dentes fossilizados e são eles quem revelam informações a respeito do ambiente onde o animal vivia e dão pistas a respeito da sua temperatura corporal.

Então, fazendo a análise dos isótopos no esmalte dentário do animal, os cientistas conseguiram estimar a temperatura em que os dentes se formaram. Isso indica aproximadamente qual era a temperatura corporal do megalodon quando estava vivo.

Essa capacidade deu ao megalodon a habilidade de nadar de forma mais ágil e ser resistente à água fria, o que possibilitou que a espécie se espalhasse por todos os oceanos. Contudo, essa mesma vantagem pode ter ajudado na sua extinção.

Isso porque, na época em que o megalodon era vivo aconteceram várias mudanças ambientais bem significativas, como por exemplo, o resfriamento global e mudanças no nível do mar. E para que esse animal conseguisse manter sua temperatura corporal, ele tinha que comer consideravelmente bem. Mas com todas essas mudanças e competições com outros predadores, isso pode ter contribuído para que o megalodon não tivesse comida o suficiente para sobreviver.

Essa descoberta é importante porque isso não é uma coisa comum entre os peixes. A maior parte deles tem sangue frio e é dependente da temperatura da água para que a sua temperatura interna seja regulada. Contudo, alguns tubarões conseguem manter parte ou seu corpo inteiro em uma temperatura mais alta do que a água à sua volta.

E estudando o que contribuiu para que o megalodon fosse extinto, os cientistas podem ter novas ideias a respeito da vulnerabilidade dos tubarões atuais por conta do aumento de temperatura dos oceanos por causa das mudanças climáticas.

Fonte: Socientifica

Imagens: Socientifica, Meteored

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