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Como Putin espiona a internet na Rússia

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A Guerra entre a Rússia e Ucrânia já dura quase um ano. Desde fevereiro de 2022 os dois países vêm travando confrontos físicos, onde as tropas de Vladimir Putin invadem constantemente o país vizinho. Desde antes dos confrontos começarem, a Rússia já estava com sua grande rede de espionagem na internet.

Próximo à capital, Moscou, as autoridades de Bashkortostão já censuravam comentários nas redes sociais, principalmente os que atacavam de alguma forma as ações de Putin. Além disso, as tropas online também derrubavam vídeos e davam notas negativas no YouTube, confrontando diretamente quem se opunha à Rússia.

Os oficiais do presidente russo compilaram várias informações que obtiveram na internet em um relatório. Esse traz alguns artigos que dizem que Putin estaria invadindo a Ucrânia para promover interesses próprios. O compilado guarda diversos arquivos que expressam apoio aos manifestantes envolvidos na guerra. São, no total, quase 160 mil documentos. É dessa forma que Vladimir localiza e rastreia os opositores de seus atos.

Roskomnadzor, o órgão poderoso que regulamenta a internet da Rússia

A agência de monitoramento Roskomnadzor é a mais poderosa entre várias do mundo. Trata-se de uma organização de vigilância e censura de Putin que atua rastreando qualquer opositor, além de sufocar dissidentes e suprimir as informações independentes, mesmo as que não estejam no país.

As atividades do Roskomnadzor impeliram a Rússia para uma posição avançada na lista de países que usam a tecnologia de forma agressiva, como uma ferramenta de repressão. Ao lado estão a China e o Irã, por exemplo.

Desde sua criação, em 2008, Putin a converteu em um instrumento indispensável para ganhar força em seu território, a fim de transformar a Rússia em um estado extremamente autoritário. No entanto, ela faz parte de algo ainda maior, construído pelo presidente nos últimos anos. Isso inclui um sistema de espionagem doméstica que pode interceptar telefonemas e mensagens transmitidas pela internet, além de campanhas de desinformação online e até hackeamento de sistemas governamentais de outros países.

Por meio do órgão, muitos manifestantes que protestavam contra o alistamento compulsório para lutar na Guerra foram detidos. Desde que começaram os protestos, mais de 1.200 já foram identificados e detidos. Em março de 2022, mais de 700 gigabytes de documentos da Roskomnadzor foram disponibilizados online pelo grupo DdoSecrets, que divulga documentos hackeados.

Ações do New York Times

O New York Times, um dos maiores jornais do mundo, construiu um software e uma ferramenta de busca a fim de analisar os documentos em russo, além de planilhas, vídeos e apresentações do governo. Com isso, cinco pessoas diretamente visadas pelo Roskomnadzor nos documentos foram entrevistadas, além de alguns advogados, ativistas e empresas que combatem diariamente a agência.

No entanto, o Roskomnadzor não respondeu aos pedidos de comentário na reportagem. Seria essa uma forma de sabermos um pouco mais sobre o órgão russo que espia e monitora a internet.

“Isso é autoritarismo”, disse Abbas Galliamov, que ocupava um alto cargo do governo no Bashkortosão. Ele afirma ainda que foi espionado durante um tempo pelo Roskomnadzor depois de fazer críticas ao governo de Vladimir Putin. “Eles estão me vigiando”, finalizou.

Os olhos do presidente nas redes

O Roskomnadzor foi criado em 2008 como um órgão burocrático, com apenas algumas dezenas de funcionários. Esses regulavam então os sinais de rádio, telecomunicação e entregas postais. Mas depois que as redes sociais ajudaram a facilitar os protestos durante a Primavera Árabe, em 2010, as autoridades da Rússia deram ao Roskomnadzor total poder de controle.

De Moscou, a agência tem o poder de pressionar os provedores de internet no país. Em 2012, quando assumiu seu terceiro mandato, Putin autorizou uma lista de sites que as empresas eram obrigadas a bloquear. Hoje essa lista conta com 1,2 milhão de URLs, incluindo redes sociais e plataformas de pornografia e jogos de azar.

Fonte: Folha

Imagens: RStreet; Canal Tech

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