A vida é feita de ciclos, disso todos nós sabemos. O básico, que todos seguimos, é o seguinte: nascemos, crescemos e morremos. Nesse processo, o envelhecimento e a morte são coisas inevitáveis e que acontecerão para todos. No entanto, existem pessoas que não pensam exatamente assim e tentam as mais variadas formas de se tornarem imortais, sendo uma delas a criogenia.
Tanto é verdade que, atualmente, 199 pessoas estão preservadas em uma instalação criogênica, da Alcor Life Extension Foundation, com seus corpos e cabeças congelados. Essas pessoas esperam voltar à vida no futuro quando seus corpos forem descongelados.
Normalmente as pessoas recorrem à criogenia como um dos últimos recursos, já que o que eles acreditam é que preservando os corpos em temperaturas extremamente baixas eles poderão ser trazidos de volta à vida quando a medicina tiver algo que consiga tratar as doenças que eles tinham antes de serem congelados.
A Alcor chama essas pessoas de “pacientes” e os colocam em tanques cilíndricos com nitrogênio líquido. O mais curioso é que não são apenas pessoas que estão congeladas. Além delas também existem 100 animais de estimação na instalação criogênica da Alcor.
Criogenia
Alguns dos pacientes que recorreram à criogenia tinham casos terminais de doenças que ainda não têm cura, como por exemplo, o câncer. De acordo com Max More, antigo CEO da Alcor e agora embaixador e presidente emérito da fundação criogênica, a medicina e a tecnologia existentes hoje em dia não conseguem manter as pessoas vivas conforme elas vão se aproximando da morte.
Por conta disso, ainda segundo ele, o objetivo deles é que na instalação criogênica eles consigam estabilizar os pacientes e impedir que seu estado de saúde piore. Com isso, eles ficam da mesma maneira até que a medicina consiga descobrir um tratamento ou uma cura para que esses pacientes sejam descongelados e trazidos de volta à vida.
Mesmo que em teoria isso seja uma coisa boa, vários profissionais, tanto da área da saúde como da área médica, têm um certo ceticismo em relação a essa preservação através da criogenia.
Como disse Clive Coen, neurocientista na King’s College de Londres, a criogenia humana é “uma aspiração sem esperanças que revela uma terrível ignorância [acerca] da biologia”.
No entanto, as pessoas que fazem parte de todo o processo na instalação criogênica da Alcor dizem que a criopreservação começa logo que o paciente é declarado morto legalmente, isso porque nessa hora os órgãos ainda são bons. Então, a equipe de criogenia que estava à espera leva o corpo do paciente para um banho de gelo e nesse momento substituem o sangue por uma solução de preservação de órgãos.
Depois disso, quando o paciente chega na instalação, a equipe faz a liberação dos crioprotetores, que são nada mais que químicos que previnem a formação dos cristais de gelo que poderiam acabar causando danos para os órgãos, na corrente sanguínea do paciente.
Alcor
No caso da Alcor, a pessoa é congelada a uma temperatura de menos 160° Celsius e colocada em um tanque com nitrogênio líquido. O curioso é que mesmo que as instalações criogênicas armazenem as pessoas, nenhuma delas sabe como trazê-las de volta. Contudo, a Alcor é “confiante que o renascimento pode ser possível”.
A empresa foi fundada em 1972 e fez sua primeira criopreservação humana em 1976. No entanto, em 1967, foi quando aconteceu a primeira preservação de um corpo por criogenia. Quem foi preservado foi o psicólogo James H. Bedford, que tinha na época 73 anos. O corpo do homem, que tinha câncer nos rins, foi congelado pela Cryonics Society da Califórnia.
Até hoje o corpo dele está congelado, mas agora ele está em um tanque da Alcor.
Vale a pena?
Por mais que seja visto com ceticismo pelos profissionais, será que vale a pena investir na criogenia? No caso da Alcor, quem quiser preservar o seu corpo terá que desembolsar, pelo menos, 200 mil dólares, e para preservar apenas o cérebro são 80 mil dólares.
Até o momento não existem evidências mostrando que a criogenia funciona. Mesmo assim, seus defensores são otimistas e ressaltam avanços científicos, assim, esperam que pode ser preservado de forma criogênica.
Na visão de Arthur Caplan, que lidera a divisão médica da New York University’s Grossman School of Medicine, “o único grupo… feliz sobre a possibilidade [de criogenia humana] são pessoas que se especializam no estudo do futuro distante ou pessoas que têm interesse em querer que você pague para fazer isso”.
Fonte: Socientifica
Imagens: Bitcoin.com, Galileu, The daily beast
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