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Conheça Hélène Berr, a outra Anne Frank

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Muitos de vocês, caros leitores, já devem estar familiarizados com a triste história de Anne Frank, a menina judia que registrou em diários os terríveis dias em que precisou ficar escondida com sua família em um sótão para fugir dos horrores do holocausto. Mas vocês já ouviram falar de Hélène Berr?

A jovem viveu durante o período em que Paris foi ocupada pelos nazistas, e assim como Anne Frank, registrou suas memórias de tal período em seu diário. Seus escritos foram reunidos em um livro chamado O Diário de Hélène Berr – Um Relato da Ocupação Nazista de Paris, que muito lembra a obra da menina holandesa.

Tudo começou quando, em abril de 1942, a capital francesa foi ocupada pelos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial. Hélène Berr era uma jovem judia, estudante de literatura inglesa na Universidade Paris-Sorbonne. A vida da menina é completamente sacudida pela perseguição nazista e tudo foi documentado em seu diário pessoal.

Os manuscritos de Hélène

“No entanto, os relatos não são parecidos”, afirmou Mariette Job, sobrinha de Hélène, responsável pela publicação do livro. “Minha tia não ficou escondida, ao contrário dos Frank. Então, ela descreve o clima de Paris, o dia-a-dia da ocupação”, relatou Job.

Berr foi capturada em 8 de março de 1944, em seu aniversário de 24 anos, e enviada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. A jovem morreu em abril de 1945, poucos dias antes do lugar ser libertado pelas forças dos Aliados.

Depois que foi presa, o diário da jovem passou por várias mãos. Inicialmente, pelas mãos da cozinheira de sua família, depois para seus irmãos e seu noivo, até que, em 1992, o material foi resgatado por Job. Posteriormente, o diário foi doado ao Memorial de Shoah, em Paris, em 2002.

Os manuscritos de Berr só havia sido lido por seus familiares e pessoas próximas à ela, antes de ser lançado. Seu conteúdo, além de descrições sobre seu cotidiano, inclui citações do escritor William Shakespeare e o poeta inglês, John Keats. “Quando percebi sua força, vi que era um dever estender essas reflexões a todos”, disse Job.

Os tristes relatos

“Segunda-feira, 1º de novembro: Ninguém nunca saberá o quanto foi devastadora a experiência pela qual passei neste verão. Nada se soube da partida de 27 de março de 42 (marido da senhora Schwartz). Falou-se em linhas avançadas no front russo onde os deportados teriam sido usados para explodir minas”, escreveu Berr no diário.

“Falou-se também em gases asfixiantes pelos quais passaram os comboios na fronteira polonesa. Esses rumores devem ter uma origem verdadeira. E pensar que toda pessoa presa, ontem, hoje, nesta mesma hora, provavelmente terá o mesmo destino terrível”, lamentou a jovem.

“Pensar que isso ainda não acabou, que tudo continua a acontecer com uma regularidade diabólica. Que se eu for presa esta noite (coisa que entrevejo há bastante tempo), em oito dias estarei em Haute-Silésie, talvez morta, que toda minha vida desaparecerá subitamente, com todo o infinito que sinto existir dentro de mim”, relatou com pesar.

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