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Corpos desaparecidos em Herculano foram vaporizados com explosão vulcânica

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Um dos desastres naturais mais conhecidos da história é a erupção do vulcão Vesúvio. A erupção aconteceu no dia 24 de agosto de 79 d.C, fazendo com que a lava vulcânica, a poeira e uma fumaça tóxica cobrissem toda a cidade de Pompeia. A cidade romana ficava localizada na região de Nápoles, no sul da Itália, e além dela, as cidades vizinhas de Herculano e Stabia também foram atingidas pela erupção.

Nesse desastre, os moradores de Pompeia foram enterrados vivos e sepultados em cinzas. Contudo, Herculano também foi destruída, mas ao contrário da famosa cidade vizinha, poucos vestígios do seu povo foram encontrados.

De acordo com um novo estudo feito pelos geólogos da Universidade Roma Tre e da Universidade Federico II de Nápoles, na Itália, isso se deve ao fato de que provavelmente os corpos dos moradores da cidade foram vaporizados por causa de uma explosão de gás e partículas. Essa hipótese foi levantada por conta das novas evidências desse evento em madeira carbonizada.

Mortos de Herculano

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A primeira evidência convincente de que alguns moradores de Herculano morreram de uma forma horrível foi encontrada pelos arqueólogos em 2018. De acordo com ela, os tecidos moles e o sangue das pessoas ferveram de forma rápida quando foram atingidos pelo calor extremo da erupção e seus crânios explodiram por dentro.

Em 2020, os arqueólogos encontraram um crânio no local. Ele tinha fragmentos de um material vítreo, o que fez com que eles acreditassem que o órgão da pessoa tinha sido transformado em vidro.

Mesmo com essas evidências, não eram todos que estavam convencidos de que as pessoas de Herculano morreram assim. As consequências observadas pelos arqueólogos, como dentes quebrados, membros contraídos, ossos carbonizados, crânios rompidos e cérebros vitrificados podem ter sido causadas pelas temperaturas acima dos 500° Celsius. No entanto, também existiam evidências de tecidos moles preservados em alguns ossos da costela, o que mostrava que as temperaturas poderiam ser mais baixas.

Por conta dessas divergências, a geóloga Alessandra Pensa, da Universidade de Roma Tre, e seus colegas reconstruíram as temperaturas extremas que chegaram aos cidadãos de Herculano no momento em que o Monte Vesúvio entrou em erupção.

Estudo

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Para fazer isso, eles fizeram a análise da quantidade de luz refletida em 40 amostras de madeira carbonizada de 1960. Elas eram de locais diferentes de Herculano e sua refletância indicava a temperatura na qual o carvão foi formado.

“O carvão provou ser o único substituto capaz de registrar eventos térmicos extremos múltiplos e efêmeros, revelando assim pela primeira vez o impacto térmico real da erupção de 79 EC”, escreveram os pesquisadores.

De acordo com eles, as temperaturas iniciais foram maiores que 500°C e podem ter chegado até 555°C no momento em que a primeira nuvem de cinzas de curta duração apareceu em Herculano. Tais temperaturas poderiam ser  “capazes de causar a morte instantânea de pessoas, deixando apenas alguns decímetros de cinzas no solo”, pontuaram os pesquisadores.

Na análise das madeiras, a temperatura mais alta foi detectada na madeira da zona norte da cidade, onde o cérebro vitrificado foi encontrado. E elas ficaram mais baixas na costa sudoeste de Herculano por conta da interação entre a água do mar e a nuvem de cinzas. De acordo com os pesquisadores, por isso que as outras ondas da erupção tinham cinzas e detritos em temperaturas um pouco mais baixas, ficando entre 390 °C e 465 °C, e 315 °C e 350 °C.

Explicação

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Conforme explicam os pesquisadores, não são apenas as temperaturas altas que são mortais, mas sim uma junção da pressão dinâmica, gases ácidos e sufocamento pela inalação de cinzas.

Mesmo que não tenha sobrado muito de Herculano, seu fim drástico é um aviso para o potencial de destruição que o Monte Vesúvio pode causar se ele entrar em erupção de novo.

“O impacto letal documentado para correntes de densidade piroclástica diluída produzidas durante erupções vulcânicas antigas e recentes sugere que tal risco merece maior consideração no Vesúvio e em outros lugares”, pontuaram.

E se uma outra nuvem de cinzas acontecer, “o potencial de sobrevivência depende criticamente da capacidade dos abrigos de impedir a infiltração do gás quente e empoeirado”, concluíram eles.

Fonte: Science alert

Imagens: History

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