Curiosidades

Depois de eclipse de sete anos, sistema estelar ‘excepcionalmente raro’ é revelado

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O universo é um lugar extremamente vasto e que atiça a curiosidade humana. Não é à toa que ele é estudado há tempos e cada vez mais missões são enviadas para explorá-lo. Mesmo assim, ele ainda guarda inúmeros segredos que vão sendo desvendados com o tempo. E coisas que nem se sabia existir são reveladas, como por exemplo, um sistema estelar escondido.

Na 241ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Seattle, nos EUA, uma pesquisa foi apresentada, mostrando que o escurecimento de uma estrela distante durante sete anos não aconteceu por conta de suas mudanças internas, mas sim por causa de um eclipse.

A pesquisa mostrou que a estrela, chamada Gaia17bpp, é na verdade parte de um tipo de sistema binário raro. Além disso, o brilho súbito dela, que foi recém-observado, foi uma consequência do fim do eclipse que sua anã branca companheira provocou.

Descoberta

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Isso foi descoberto enquanto os autores da pesquisa estavam buscando dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), para encontrarem estrelas que fossem fora do comum e excêntricas.

Enquanto faziam isso, eles viram que Gaia17bpp tinha brilhado, de forma gradual, durante dois anos e meio. Então, os pesquisadores resolveram fazer algumas investigações e acompanhamento. Com isso, foi revelado que a estrela tinha sido desbotada durante sete anos por conta da obstrução causada pela poeira em volt do seu companheiro estranho.

De acordo com o site Space.com, essa descoberta foi totalmente por acaso e contou com a sorte. Isso porque o sistema binário tem um período orbital bastante longo, ou seja, é extremamente difícil que se flagre um corpo eclipsando outro. Tanto é verdade que, nesse sistema em específico, isso pode acontecer somente um vez por milênio.

“Acreditamos que esta estrela é parte de um tipo excepcionalmente raro de sistema binário, entre uma estrela mais velha grande e inchada – Gaia17bpp – e uma pequena estrela companheira que é cercada por um extenso disco de material empoeirado”, disse um dos autores do estudo, o astrônomo Anastasios Tzanidakis, da Universidade de Washington.

“Com base em nossa análise, essas duas estrelas orbitam uma à outra durante um período de tempo excepcionalmente longo – até mil anos. Então, pegar essa estrela brilhante sendo eclipsada por sua companheira empoeirada é uma oportunidade única na vida”, continuou.

Sistema estelar

Olhar digital

Depois dessa descoberta, Tzanidakis e o colaborador James Davenport, professor assistente de Astronomia da Universidade de Washington e diretor associado do Instituto DiRAC, tiveram que fazer um trabalho extenso e braçal em uma investigação extra para conseguirem resolver o mistério a respeito do comportamento dessa estrela. Isso teve que ser feito porque os dados do satélite europeu Gaia sobre a estrela Gaia17bpp são de 2014 em diante.

Então, a primeira coisa que os pesquisadores fizeram foi combinar os dados Gaia com observações de outras missões de 2010, como Pan-STARRS1, WISE/NEOWISE e Zwicky Transient Facility.

Com isso, eles viram que a estrela tinha ficado 63 vezes mais fraca no decorrer desses sete anos, entre 2012 e 2019. Além disso, eles também viram que o brilho rápido da estrela foi o marco do fim desse período.

Contudo, eles quiseram ir mais atrás no tempo. Para isso, usaram o programa DASCH, que é um catálogo digital de mais de 100 anos de placas astrofotográficas armazenadas na Universidade de Harvard. Através dele os pesquisadores rastrearam o brilho da estrela desde a década de 1950. Contudo, eles não viram nenhum período parecido com o escurecimento de Gaia17bpp ou outras estrelas ao seu redor.

Observações

Kienthuc

 

“Ao longo de 66 anos de história observacional, não encontramos outros sinais de escurecimento significativo nesta estrela”, disse Tzanidakis. Por conta disso que eles chegaram à conclusão de que essa estrela existe em um tipo raro de sistema binário com uma estrela empoeirada como companheira.

“Com base nos dados atualmente disponíveis, esta estrela parece ter uma companheira lenta que é cercada por um grande disco de material. Se esse material estivesse no Sistema Solar, ele se estenderia do Sol à órbita da Terra, ou mais longe”, explicou Tzanidakis.

Mesmo que seja interessante, esse não foi o primeiro sistema binário empoeirado a ser visto pelos astrônomos. Um outro foi o chamado Epsilon Aurigae que, por dois anos em cada 27, a estrela que está a dois mil anos-luz de nós é eclipsada por sua companheira que é grande e fraca.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Posts english, Olhar digital, Kienthuc

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