Curiosidades

Descoberta de ferramenta de osso de 400 mil anos desafia a compreensão dos primeiros humanos

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Em suma, a arqueologia e ciência sempre andam juntas para descobrir nossas reais origens, como o mundo era antigamente, como era sua vegetação, como, porque e quando as espécies tiveram seu fim, entre outras coisas. Ademais, parece que sempre que se julga saber “com certeza” alguma coisa, uma nova descoberta surge e muda tudo.

Em suma, se sabe que o ser humano moderno teve vários ancestrais até chegar onde está hoje. Contudo, cada descoberta mostra que os arqueólogos não sabem tudo sobre o nosso passado.

Quando o assunto é o período paleolítico inferior, os especialistas descobriram um recorde de 98 ferramentas de ossos de elefante em um lugar que data de aproximadamente 400 mil anos. Essa descoberta pode mudar a forma que se pensa a respeito de como alguns dos primeiros humanos, como os neandertais, criaram ferramentas como essas.

Descoberta

Se encontrou essas ferramentas de ossos em um lugar chamado Castel di Guido, que fica perto da Roma moderna. No passado, o local era um bebedouro popular para o, já extinto, elefante de presas retas. E ao que tudo indica, parece que no local morreram vários outros animais.

A coleção de ferramentas mostra que os hominídeos antigos dessa região não desperdiçavam os ossos que sobravam. Ao invés disso, eles fizeram uma linha de produção primitiva com métodos que os pesquisadores não tinham visto até agora.

“Vemos outros locais com ferramentas de osso neste momento. Mas não existe essa variedade de formas bem definidas. Em Castel di Guido, os humanos estavam quebrando os ossos longos dos elefantes de maneira padronizada e produzindo espaços padronizados para fazer ferramentas de osso. Esse tipo de aptidão só se tornou comum muito mais tarde”, disse a arqueóloga Paola Villa, da Universidade de Colorado Boulder.

Ferramentas

Se baseando nas evidências coletadas em outros lugares, os primeiros humanos normalmente usava quaisquer fragmentos de ossos que estivesse disponíveis, sem refiná-los ou adaptá-los. Mas esse não é o caso em Castel di Guido.

Se conhece a técnica usada por eles como descamação por percussão, ou lascar pedaços de osso com um instrumento separado para fazer as ferramentas específicas. Na época, as ferramentas feitas de pedra eram mais comuns. O que faz com que essa descoberta seja uma verdadeira surpresa.

Contudo, de acordo com os pesquisadores apontam, essas ferramentas não querem dizer que os humanos que viviam na região eram particularmente “inteligentes”. A explicação para sua confecção pode ser que simplesmente que eles tinham mais ossos como recurso do que pedra.

Hipóteses

Dentre as ferramentas que eles produziam estavam as que podiam ter sido usadas para fatiar carne. E cunhas que poderiam ter sido usadas para criar uma espécie de alavanca para quebrar os ossos maiores, como os fêmures de elefantes.

“Primeiro você faz uma ranhura onde pode inserir essas peças pesadas que têm uma aresta de corte. Então você martela e, em algum ponto, o osso vai quebrar”, explicou Villa.

Por conta da diversidade de ferramentas encontradas e as técnicas para criá-las, os arqueólogos podem levar mais tempo para descobrir como elas foram realmente produzidas.

Até o momento, a descoberta parece um surto isolado de tecnologia de produção óssea. Os pesquisadores acreditam que foram os neandertais que ocuparam a região e produziram essas ferramentas.

“Há cerca de 400 mil anos, você começa a ver o uso habitual do fogo e é o início da linhagem Neandertal. Este é um período muito importante para Castel di Guido”, concluiu Villa.

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