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Designer usa inteligência artificial para fazer releitura do quimono japonês

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A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que dá às máquinas a possibilidade de terem conhecimentos através experiências, e permite que elas se adaptem ao seu meio e desempenhem tarefas quase da mesma maneira que um ser humano faria. A princípio, isso é uma ótima ideia. No entanto, ninguém sabe ao certo até onde essa tecnologia pode nos ajudar ou então ser a nossa ruína, o que significaria que as máquinas poderiam ultrapassar os seus criadores.

Mesmo assim, o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial não para. Seu uso é visto nos mais variados campos do conhecimento, como por exemplo, a designer Carolina Kawakubo que usa essa tecnologia em seu trabalho.

A artista gera sua arte através da inteligência artificial e compartilha o seu trabalho em seu perfil no Instagram. Carolina nasceu na Alemanha, mas há mais de 10 anos trabalha e mora em Tóquio. E o amor que a designer tem pelo design japonês pode ser notado em seu trabalho e ilustrações, todos eles sendo criados através do aplicativo AI Midjourney.

Releitura do quimono

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“Gosto de combinar a estética japonesa com características únicas e surpreendentes, misturando elementos de arte antigos ou futuristas. Uso principalmente cores vibrantes em minhas obras de arte em uma combinação de um visual classicamente bonito, mas com um frescor”, explicou ela em uma entrevista para o site My Modern Met.

Em seu trabalho com inteligência artificial, Carolina retrata os clássicos quimonos japoneses. Tal peça é considerada um ícone da cultura do país e ao longo do tempo, diversos artistas a retratam em suas obras.

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Por mais que o quimono seja usado por homens, mulheres e crianças, no trabalho de Carolina, ela retrata mulheres usando a peça com uma variedade de roupas usadas. Alguns dos quimonos são mesclados com outras culturas e estilo de arte. E os toques de modernidade na obra vêm através de roupas ou acessórios.

Uso da inteligência artificial

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Como dito, o uso da inteligência artificial pode ser visto nos mais variados âmbitos. No entanto, ele não é bem visto em todos eles. Um exemplo disso foi o que Jason M. Allen disse ao jornal “The New York Times”: “a arte está morta, cara”.

O mais curioso é que Allen ganhou a feira de arte do Colorado na categoria “artistas digitais emergentes”. Ele levou o título para casa com a obra “Teatro de Ópera Espacial”, feita através do Midjourney. Ele é um sistema de inteligência artificial que faz com que as mais variadas imagens sejam criadas se baseando em determinadas frases.

Justamente por conta disso que a vitória de Allen não foi muito bem vista por várias pessoas. “Acabou. A inteligência artificial ganhou. Os humanos perderam”, pontuou ele.

Por mais que o valor do prêmio não fosse alto, o que gerou toda a controvérsia com alguns artistas foi o temor de que suas obras poderiam ser roubadas. Isso porque, como essa inteligência artificial usa palavras ou frases para gerar suas obras, ela poderia aprender a técnica específica usada por algum artista e o copiar.

“Essa coisa quer nossos empregos e é ativamente um anti-artista”, afirmou RJ Palmer, um artista de arte conceitual para filmes e videogames em seu perfil do Twitter.

O artista também disse que uma inteligência artificial consegue copiar um determinado artista e os seus traços característicos de uma maneira extremamente precisa. Claro que isso é uma grande inovação, mas para que a inteligência artificial aprenda como fazer suas obras ela precisa aprender de algum lugar. Esse aprendizado vem de trabalhos feitos por pessoas de carne e osso.

Discussão

BBC

Por mais que cada artista sempre tenha se influenciado por outro e ido quase na mesma direção, na visão de Palmer, a inteligência artificial não pega inspiração no trabalho de outros artistas. “Isso é roubar diretamente sua essência”, afirmou.

Outro ponto importante é que a inteligência artificial consegue reproduzir um estilo em somente alguns segundos. “Neste momento, se um artista quiser copiar meu estilo, ele pode passar uma semana tentando replicá-lo. Isso é uma pessoa gastando uma semana para criar uma coisa. Com esta máquina, você pode produzir centenas delas por semana”, pontuou.

Com todos esses pontos não é de se surpreender que o uso de inteligência artificial gere uma grande polêmica e divisão até mesmo entre artistas. Na visão de Simon Stålenhag, um artista de ficção científica, esse tipo de arte que se baseia em inteligência artificial ​ acabou mostrando um “tipo de gosma secundária… que nossos novos senhores da tecnologia esperam nos alimentar”.

Na visão de Bob-and-Roberta-Smith, que é artista contemporâneo e radialista, usar a inteligência artificial pode ser interessante na atividade artística.

Fonte: Hypeness, BBC

Imagens: Instagram, BBC

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