A velocidade da luz no vácuo é igual a 299.792.458 metros por segundo, sendo a entidade que se move mais rápido em todo universo. Todos sabem que é impossível ultrapassá-la, mesmo que várias tentativas para atingir esse feito tenham sido feitas. Mas será que se a velocidade da luz fosse menor alguma coisa mudaria? A resposta é sim! A percepção do mundo ao redor seria bem diferente.
Se a velocidade da luz fosse menor, a maneira como as pessoas veem objetos e ocres mudaria, assim como a percepção do tempo. As mudanças que aconteceriam seriam tão drásticas que pode ser que a vida no nosso planeta, também, fosse comprometida.
De acordo com a Teoria da Relatividade, postulada pelo físico Albert Einstein, uma das coisas pontuadas é que a luz é constante e se propaga no vácuo sempre com a mesma velocidade. No caso dela ser menor do que é, causaria vários efeitos, como a dilatação do tempo e contração do comprimento, que seriam bem mais perceptíveis.
A percepção humana do mundo seria diferente se a velocidade da luz fosse menor e Frederico L. Cabral, físico, cientista da computação e aluno de doutorado do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), pontuou como ela seria.
Galeria do meteorito
Conforme ele, no caso de a velocidade da luz ser a mesma que as pessoas andam em uma caminhada, os efeitos relativísticos seriam percebidos de forma bem fácil. Nesse caso, durante a caminhada, o tempo passaria bem mais lento para a pessoa que estivesse em movimento. Tanto que, quando a caminhada acabasse, quem se movimentou estaria mais jovem do que quem ficou parado.
“Imagine sair de casa para dar uma volta na rua, ir à academia e depois ao shopping. Ao chegar em casa, você descobre que seu irmão gêmeo está mais velho que você. Isso aconteceria se a velocidade da luz fosse apenas um pouco maior do que a velocidade que você correu na esteira da academia, tornando a dilatação temporal perceptível no dia a dia. O tempo desacelerou para você, mas não para seu irmão que ficou em casa”, explicou Frederico.
Não somente a percepção de tempo seria diferente. As pessoas, também, presenciariam a contração do comprimento, o que faz com que os objetos que cruzam o caminho pareçam bem menores do que são.
Se a velocidade da luz fosse menor e igual a velocidade da caminhada, ou de um carro em movimento, por exemplo, aconteceria o Efeito Doppler Relativístico. Esse fenômeno é a mudança aparente da frequência da luz para os objetos que estão se movendo em velocidades relativísticas.
“Você está na rua num dia de sol, apenas olhando os carros que passam. De repente, você vê um carro branco que estava estacionado começar a se mover na sua direção. Ele fica azul, passa por você e, à medida que se afasta, muda para vermelho”, exemplificou o pesquisador.
Outro ponto que mudaria seria o conceito de idade. “No nosso mundo imaginário, as idades das pessoas ficariam completamente diferentes dependendo de seus movimentos. Depois de um único dia, cada pessoa teria experimentado uma passagem do tempo distinta. A propósito, como saberíamos que se passou um dia se cada pessoa sentiria o tempo de maneira única? Um dia para você poderia parecer apenas algumas horas, para um amigo correndo na esteira, talvez, várias semanas para um irmão que passou o dia dirigindo”, afirmou Frederico.
Claro que todas as mudanças parecem ser bem confusas. No entanto, o pesquisador garante que mesmo se a velocidade da luz fosse menor tudo seguiria as regras matemáticas da Relatividade de Einstein. “Ainda assim, nossa percepção do tempo nunca mais seria a mesma”, conclui.
Fonte: Canaltech
Imagens: Galeria do meteorito