Anna Wintour, a famosa editora-chefe da Vogue conhecida por dirigir a revista de moda norte-americana ganhou uma biografia oficial na última terça-feira (03/05). A obra nomeada “Anna: The Biography”, é escrita por Amy Odell e relata um detalhe curioso que revela a reação da jornalista ao livro “O Diabo Veste Prada”.
No dia 21 de maio de 2002, o Women’s Wear Daily informou que o livro “O Diabo veste Prada” havia sido vendido para a editora Doubleday por US$ 250 mil. Quando Anna soube da obra, ela disse à editora administrativa da Vogue, Laurie Jones: “Não consigo lembrar quem é essa garota”, segundo um trecho do livro, que foi repercutido pela coluna Hugo Gloss.
A garota citada era a sua ex-assistente, Lauren Weisberger, que se inspirou na antiga chefe para criar a personagem de “Miranda Priestly”. De acordo com a biografia, foi apenas após o livro ser adaptado para o cinema, em 2006, que a editora-chefe da Vogue entendeu quem o havia escrito.
Divergências profissionais na Vogue
Uma revelação feita pela obra é que Laurie Jones lembrava de Lauren como “uma garota adorável”. No entanto, ela não era uma grande escritora para a Vogue.
Outro ponto de conflito na relação profissional da protagonista com a revista de moda é que ela teria mais interesse na literatura do que no jornalismo propriamente dito, de acordo com Amy Odell, autora do livro biográfico.
Como editora-chefe da Vogue reagiu ao filme “O Diabo Veste Prada”?
Após a adaptação do livro “O Diabo Veste Prada” para o cinema, muitos nomes da indústria da moda evitaram colaborar com a produção por medo de desagradar a editora-chefe da Vogue, Anna Wintour, de acordo com matéria do Entertainment Weekly.
Porém, diferente do que muitos pensavam, a editora da Vogue reagiu ao filme de uma forma poderosa.
Humor sarcástico
Uma das ações que mais chamou a atenção foi que a magnata da moda fez questão de comparecer à estreia do filme.
“Anna veio para a primeira exibição em Nova York. Ela se sentou bem na minha frente e de David Frankel [o diretor] com sua filha e usava Prada, o que mostra que ela tem um ótimo senso de humor!”, disse Aline Brosh McKenna, que foi roteirista da produção, em uma entrevista ao Entertainment Weekly.
Próximo demais da realidade?
Mesmo com o gesto bem-humorado da profissional durante a estreia do longa, que parece indicar que a editora da Vogue não se sente ofendida pela obra, um detalhe importante chamou a atenção: depois do filme chegar aos cinemas, Anna teria redecorado todo o seu escritório.
O motivo, de acordo com o especulado pelo diretor, Frankel, é que o set onde foram feitas as filmagens era parecido demais com o local onde a editora de fato trabalhava.
“Ele [o diretor] conseguiu recriar o escritório com tanta autenticidade que me disseram que Anna redecorou o dela imediatamente após o lançamento do filme”, disse Frankel para o Entertainment Weekly.
Medo de Anna Wintour?
Uma das maiores dificuldades durante a produção do filme “O Diabo Veste Prada” foi encontrar pessoas da moda que não tinham medo da editora-chefe da Vogue.
“Tive uma enorme dificuldade em encontrar alguém no mundo da moda para falar comigo porque as pessoas tinham medo de Anna e da Vogue, e não queriam ser rejeitadas,” explicou Aline Brosh McKenna, que foi roteirista do longa.
Quando uma pessoa finalmente deu a sua opinião sincera a respeito do roteiro de Brosh, afirmou que ela estava retratando a indústria da moda de forma mais benevolente do que era na realidade.
“Uma pessoa, cujo nome nunca divulgarei, falou comigo, leu o roteiro e me disse: ‘Ninguém nesse mundo é bom demais. Não tem que ser e não tem tempo para ser’. Depois disso, fiz um retoque para deixar todos um pouco mais ocupados e malvados”, disse a roteirista.
O problema da cautela em relação a Anna também influenciou os profissionais do mundo fashion a terem aversão à ideia de ceder suas residências para as câmeras. Por isso, se tornou difícil encontrar locais para as filmagens das cenas do filme.
“Em termos de localização, a revista tem o Met Gala [baile anual para arrecadar fundos para o Museu de Arte de Nova York], e, por isso, o Metropolitan Museum não queria nada conosco. E isso continuou e continuou”, descreveu David Frankel.
“Mesmo em alguns dos edifícios de apartamentos icônicos, as diretorias dos edifícios não nos deixavam entrar. Por isso, passamos semanas sem conseguir realmente garantir a localização”, acrescentou o diretor.
Fonte: Aventuras na História
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