Curiosidades

Em duas décadas, mais de 1,6 mil jornalistas foram assassinados. Brasil está em nono lugar

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Ser jornalista pode ser uma profissão bastante perigosa, ainda mais nos tempos atuais. Isso pôde ser visto ano passado, quando o número de jornalistas que acabaram morrendo durante atos de violência deliberada ou de crimes relacionados com seu trabalho cresceu novamente. Para se ter uma ideia, em vinte anos, 1.668 jornalistas morreram. Isso dá uma média de 80 mortes todo ano. O pior de tudo é que o nosso país figura entre o top 10 desse ranking.

Os dados foram recolhidos pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Essa organização fez um relatório para expor toda a violência sofrida pela imprensa no período de 2003 a 2022. Esse recorte de tempo foi definido pela organização como “décadas especialmente mortíferas para os que se dedicam a informar”. Desde 2000, a quantidade de jornalistas mortos foi de 1.787.

O curioso é que as mortes aconteceram em maior número nas zonas de paz do que nas zonas de guerra. E em 2022, a região das Américas foi a mais perigosa para os jornalistas. O Brasil está em nono lugar entre os países com mais crimes registrados nesse período de 20 anos.

Dentre os crimes cometidos no nosso país contra jornalistas, um dos mais bárbaros fez 20 anos ano passado. Enquanto fazia uma reportagem na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, o jornalista Tim Lopes foi capturado por traficantes. E depois de 20 anos, o inglês Dom Philips, radicado no Brasil, foi morto na Amazônia.

“Por trás dos números estão os rostos, as personalidades, o talento e o empenho de quem pagou com a vida pela apuração de informações, pela busca da verdade e pela paixão pelo jornalismo”, disse Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

De acordo com os dados reunidos pela organização, as mortes anuais tiveram seu pico nos anos de 2012 e 2013, onde morreram 144 e 142 jornalistas, respectivamente. Os picos aconteceram por conta da guerra da Síria, e nos anos seguintes se viu uma queda gradual. Em 2019 foi registrado os números mais baixos de mortes.

Infelizmente, em 2022, o número de jornalistas mortos por conta de ligação com a profissão foi de 58. Ele foi o mais alto visto nos últimos quatro anos, conforme mostrou o Barômetro de Liberdade de Imprensa da RSF em 28 de dezembro.

Países mais perigosos para jornalistas

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O perigo para os jornalistas está concentrado, em sua maioria, em 15 países do mundo, visto que foram neles que aconteceram mais de 80% das mortes vistas nesses últimos 20 anos.

Os países que têm o maior número de mortes são o Iraque e a Síria. Juntos, neles foram assassinados 578 jornalistas nas últimas duas décadas, o que representa mais de um terço do total do mundo todo.

Depois deles estão Afeganistão, Iêmen e Palestina, seguidos da Somália. E para se ter uma ideia, o Brasil está na frente no ranking de países que estão em guerra, como o Iêmen e a Palestina. Assim, vários dos profissionais que morreram no país eram repórteres ou editores que estavam fazendo denúncias da corrupção local e dos crimes dos seus territórios.

Zonas de guerra

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Tendo como recorte a última década, os maiores riscos corridos pelos jornalistas eram nas áreas onde estavam acontecendo conflitos armados. Desde 2014, de todas as 686 mortes, 335 aconteceram nas zonas de guerra. E os anos que tiveram mais mortes foram: de 2012 a 2016. Em 2012, tiveram 94 mortos; 92 jornalistas foram mortos em 2013; 64, em 2014;  52, em 2015; e 53 jornalistas mortos em 2016.

Felizmente, o número total por ano nessas zonas não passou dos 20 nos últimos três anos. “Além de um declínio na intensidade de algumas guerras, esses números refletem a eficácia das medidas preventivas e de proteção de seus profissionais adotadas pelos meios de comunicação”, avaliou a RSF.

Zonas de “paz”

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Mesmo em lugares sem guerra, que são tidos como zonas de paz, os jornalistas ainda correm perigo, e talvez ainda maior. Até porque alguns desses lugares estão perto do topo do ranking.

Segundo os dados do ranking, a maior parte dos jornalistas mortos nesses últimos 20 anos estava investigando crimes organizados e corrupção. O Brasil está em segundo lugar com relação ao número de mortos na região das Américas.

Fonte: Media talks

Imagens: Media talks

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