Os olhos podem ser considerados a janela da alma para muitos, mas as nossas mãos podem ser responsáveis por indicar muito mais sinais de nosso interior do que o olhar. Um estudo recente de cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, tentou relacionar o tamanho dos dedos das mãos de indivíduos com a possibilidade dele ou ela cometer alguma traição dentro de um relacionamento romântico. Dessa forma, a pesquisa tentou encontrar alguma ligação com traços genéticos.
Essa não é a primeira pesquisa que investiga as conexões dos tamanhos dos dedos indicadores e anelares com hábitos que temos em nossas vidas. Existem outros estudos – alguns considerados bem controversos – que já ligaram os dedos a outros fatores, como fertilidade, capacidade atlética e comportamento social, por exemplo. O último estudo, no entanto, foca num contexto mais sexual, buscando entender aspectos de fidelidade dentro de uma relação.
A mais recente teoria estabelece que a razão gerada pelo tamanho dos dedos indicador e anelar de uma das mãos pode ser um indicador biológico da quantidade de testosterona que uma pessoa recebeu enquanto estava sendo gerada no útero. Uma alta taxa de testosterona faz com que o dedo anelar seja mais longo que indicador, enquanto a baixa taxa do hormônio inverte essa proporção. Em homens, por exemplo, é comum que o dedo anelar seja mais longo do que em mulheres, exatamente pela diferença na quantidade de testosterona que recebem.
Promiscuidade
“O comprimento do dedo anelar é afetado por alguns dos mesmos genes que codificam algumas das diferenças entre o sexo da espécie”, explica um dos pesquisadores. Rafael Wlodarski foi um dos pesquisadores e co-autor no estudo desenvolvido na área de psicologia experimental em Oxford. Segundo ele, a inspiração para a pesquisa veio a partir da crença popular que relacionava o tamanho dos dedos das mãos de cada pessoa com o nível de promiscuidade.
Para analisar uma possível conexão, Wlodarski e sua equipe de cientistas compararam dois conjuntos diferentes de dados coletados. Na primeira etapa, 595 voluntários da América do Norte e da Grã-Bretanha responderam um questionário sobre comportamentos e atitudes relacionadas ao sexo, conhecido de Inventário de Orientação Sócio-Sexual. Em seguida, eles mediram o tamanho dos dedos dos participantes. Com base nas duas análises, eles encontraram uma distribuição similar e índices de promiscuidade e proporção dos dedos entre os dados, levando a estabelecer a crença de que realmente exista uma relação entre os fatos.
Comparando os conjuntos de informação, os pesquisadores conseguiram estabelecer que, nos dois sexos, as pessoas podem ser classificados em duas diferentes categorias, sendo que “uma delas tem maior tendência à promiscuidade”, diz Wlodarski. A pesquisa também sugeriu que os homens tem maior tendência ao comportamento do que as mulheres, apesar de, nos dois casos, os grupos estarem divididos meio a meio. Cinquenta e sete por cento dos homens foram classificados dentro da categoria de promiscuidade, enquanto apenas 47% das mulheres entrou no critério.
Biologia
A sugestão mais notável feita no estudo é a de que a promiscuidade poderia ser, na verdade, genética. A maioria das espécies de mamífero é colocada no espectro de monogamia ou poligamia, o que não é o caso dos humanos, segundo Wlodarski. De acordo com critérios biológicos, nós não podemos ser classificados em nenhuma das duas categorias. “Se humanos, machos ou fêmeas, na verdade puderem ser classificados em dois tipos ‘promíscuos ou não’ isso poderia ajudar a explicar grande parte desse enigma do comportamento humano”, explica.
De acordo com o pesquisador, no entanto, apesar do comprimento dos dedos poder influenciar realmente no comportamento sexual, esse é apenas um dos fatores determinantes. Ele explica que existem dezenas de fatores que, combinados, podem afetar o nível de promiscuidade de um indivíduo. Sendo assim, o comprimento dos dedos pode ter influência em potencial, mas ainda é um fator muito sutil para poder ser considerado determinante. “Ao analisar um indivíduo somente por esse fator, é impossível prever alguma coisa”.
E agora, já está pronto para pegar uma régua e medir os seus dedos para saber em que espectro você se encontra? Talvez não seja realmente determinante, mas com base nesse sinal você já pode saber que tipo de pessoa é você ou seu parceiro.