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Escócia se torna 1º país do mundo a oferecer absorventes gratuitos a mulheres

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A Escócia se tornou o primeiro país do mundo a declarar acesso gratuito a produtos para menstruação, como absorventes internos e externos. A nova legislação entrou em vigor no dia 15 de agosto.

Conhecida como “Lei dos produtos para a menstruação”, a nova legislação afirma que autarquias públicas e instituições educativas devem desenvolver métodos para oferecer esses produtos gratuitamente.

Desde 2017, a Escócia investiu cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 155 milhões) para fornecer absorventes internos e externos em locais públicos.

Georgie Nicholson, diretora da ONG Hey Girls, dedicada ao fornecimento gratuito deste tipo de produto em todo o Reino Unido, disse em entrevista à BBC que a organização havia realizado um estudo antes da pandemia que apontou que, em algum momento da vida, uma em cada quatro mulheres na Escócia já enfrentou a pobreza menstrual, a falta de acesso a absorventes.

“Existe uma forma muito simples de descrever a pobreza menstrual: vá ao supermercado e escolha entre comprar um pacote de macarrão ou uma caixa de absorventes. É algo básico a este ponto”, disse ela.

“Ouvimos de muitas mães que elas ficam sem sua proteção no período menstrual para poder alimentar seus filhos e usam coisas como jornais ou pão… porque são mais baratos que os absorventes higiênicos”, acrescenta Nicholson.

De acordo com ela, a Escócia se tornar o primeiro país do mundo a oferecer produtos gratuitos para a menstruação é um marco enorme.

“Precisei que alguém comprasse”

Foto: Getty Images

Shauna Gauntlett mora na Escócia e sofreu com a pobreza menstrual após o nascimento do seu primeiro filho. Em entrevista à BBC, ela contou que comprar produtos de higiene menstrual tornou-se um problema financeiro devido às diversas doenças que sofreu depois do parto. “Ninguém diz exatamente o que acontece depois do parto, o que é normal, o que esperar.”

“Precisei que alguém me comprasse esses produtos, porque não podia pagar e não podia sair para comprá-los”, disse. “Tinha pontos da cesariana, mas depois precisaram me operar e, entre as duas intervenções, tive que conseguir esses produtos de alguma forma.”

O projeto foi apresentado pela parlamentar escocesa Monica Lennon. De acordo com ela, “este é outro grande marco para os ativistas sobre a dignidade da menstruação e os movimentos de base, que mostra a diferença que podem fazer as decisões políticas ousadas”.

Na América Latina

Foto: Getty Images

Já na América Latina, o maior passo que já foi dado neste sentido ocorreu na Colômbia. O país zerou o imposto de consumo sobre os absorventes internos e externos.

No Brasil, a Lei 14.214, de 6 de outubro de 2021, instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Ele foi destinado a fornecer absorventes gratuitos para estudantes de baixa renda, mulheres internadas em unidades de atendimento social, presidiárias e em situação de rua ou vulnerabilidade extrema, conforme repercutido pela BBC. No entanto, a distribuição do material ainda não começou.

De acordo com a Unicef, mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Brasileiras criam absorvente biodegradável de R$0,02 e disputam final de prêmio na Suécia

Foto: Arquivo Pessoal/ Glamour

Já no Brasil, Camily Pereira dos Santos, 18 anos, após conversar com a mãe e descobrir que ela passou por pobreza menstrual, teve a ideia de criar um absorvente biodegradável. O projeto foi feito em conjunto com Laura Nedel Drebes, 19. Agora, a dupla se prepara para embarcar para a Suécia, para disputar a final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo.

Camily e Laura  estudam no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Elas começaram a desenvolver a pesquisa em junho de 2021.

As duas desenvolveram um modelo de absorvente feito com materiais descartados pelos agricultores da região a partir das fibras do pseudocaule da bananeira, a parte da árvore que é retirada depois da colheita dos cachos, e do açaí juçara. 

A pesquisa, chamada “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”, deu origem a uma alternativa barata, com custo de R$ 0,02 e ambientalmente sustentável para a confecção de absorventes higiênicos.

Fonte: BBC, Glamour

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