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Essa IA é capaz de mudar seu próprio “cérebro” para ficar mais inteligente

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A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que dá às máquinas a possibilidade de terem conhecimentos através de experiências, e permite que elas se adaptem ao seu meio e desempenhem tarefas quase da mesma maneira que um ser humano faria. Mas como ninguém sabe ao certo até que ponto isso pode ser uma coisa positiva para os humanos, preocupações sobre seu uso e desenvolvimento começaram a surgir.

Isso é visto porque ela teve avanços consideráveis nos últimos tempos e trouxe à tona esses debates sobre quando, e se a IA ultrapassará os humanos. Isso não é algo sem fundamento ou alarmista. Tanto é que essa IA conseguiu, por experiência própria, afirmar que a diversidade é um fator fundamental para melhorar o desempenho intelectual.

Isso aconteceu porque um experimento científico ensinou uma IA a fazer uma análise da sua rede neural e entender como o seu próprio cérebro funciona. O objetivo era ver se ela iria escolher ficar com uma rede de neurônios iguais ou diferentes. Como resultado, em todos os casos, ela escolheu a diversidade.

Rede neural de uma IA

Olhar digital

Em um cérebro humano é visto neurônios que trocam impulsos elétricos de acordo com a força da conexão formada entre eles. As IAs são inspiradas nesse funcionamento e tÊm uma rede de neurônios artificiais que conseguem ter a mesma força, fazendo o ajuste da intensidade numérica de cada elo.

Essa rede neural artificial já é usada nos modelos tradicionais de IA, mas em sua maioria, eles são compostos por neurônios idênticos entre si. E durante os testes é possível mudar a quantidade e intensidade da conexão.

Contudo, nesse caso, os cientistas deram para a IA a habilidade de escolher tanto o número, como a forma e força das conexões entre os neurônios. Dessa maneira, eles conseguiram criar sub-redes de vários tipos de neurônios dentro da rede à medida que a IA começava a aprender.

“Nossos cérebros reais têm mais de um tipo de neurônio, então demos à nossa IA a capacidade de olhar para dentro e decidir se precisava modificar a composição de sua rede neural. Essencialmente, demos a ela o botão de controle de seu próprio cérebro. Para que ela possa resolver o problema, veja o resultado, e mudar o tipo e a mistura de neurônios artificiais até encontrar o mais vantajoso. É o meta-aprendizado da IA”, explicou William Ditto, professor de física na North Carolina State University e co-autor do estudo.

Resultados

Olhar digital

Durante os testes, a IA quis mudar a sua própria rede neural. Como resultado, ela teve uma diversidade maior de neurônios em sua rede. E conforme a quantidade de neurônios e a diversidade neuronal aumentaram, a precisão da IA foi melhorando.

Esse teste feito era um exercício de classificação numérica padrão. Nesse caso, uma IA padrão tem uma precisão de 57%, já uma com maior diversidade teve uma precisão de 70% na identificação de números.

Ainda de acordo com Ditto, conforme os problemas foram ficando mais complexos e caóticos, o desempenho de uma IA diversificada é ainda mais perceptível com relação a uma que não tem essa diversidade neural.

Desenvolvimento

Trabalhos escolares

Com todo esse desenvolvimento das IAs uma questão e uma preocupação veio à tona: será que existe um potencial nível de consciência? Em 2022, Ilya Sutskever, cientista-chefe da OpenAI, sugeriu que uma inteligência artificial avançada poderia ter um certo grau de consciência.

Com isso em mente, uma equipe composta por 19 especialistas de várias áreas criou uma lista de verificação. Através desses critérios seria possível indicar se um sistema de IA teria ou não a probabilidade de ser consciente.

De acordo com Robert Long, um dos coautores e filósofo do Center for AI Safety, esse estudo foi feito porque existia uma falta significativa de discussões em detalhes e com ponderações a respeito da consciência da IA.

Isso era necessário porque um sistema de IA consciente tem várias implicações morais. Conforme pontuou Megan Peters, coautora e neurocientista da University of California, Irvine, colocar o rótulo de “consciente” em uma entidade muda drasticamente a maneira como ela é tratada.

Por conta disso, Long ressaltou que as empresas que estão fazendo avanços na tecnologia de IA têm que aumentar seus esforços para que os modelos criados por eles sejam avaliados quanto à sua consciência, além de planejar possíveis desenvolvimentos de IA conscientes.

A maior questão é definir a consciência em uma inteligência artificial. Para o estudo, o foco dos pesquisadores foi em “consciência fenomenal”, que é uma experiência subjetiva. Ela faz referência à experiência de ser, seja como uma pessoa, animal ou sistema de IA.

Para construir a estrutura da consciência, os pesquisadores usaram várias teorias baseadas em neurociência. Na visão deles, os sistemas de inteligência artificial que funcionam conforme várias dessas teorias têm uma chance maior de serem conscientes.

Embora concorde com essa visão, Anil Seth, Diretor do Centre for Consciousness Science da University of Sussex, pontuou a necessidade de teorias mais precisas a respeito da consciência.

No caso, para criarem seus critérios, os pesquisadores partiram de duas suposições. A primeira foi a de que a consciência está relacionada com a forma como os sistemas processam informações, independentemente de eles serem compostos por chips de computador ou neurônios. A segunda foram as aplicações de teorias que se baseiam em neurociência da consciência para a inteligência artificial.

Então, eles selecionaram seis teorias e identificaram uma lista de indicadores de consciência se baseando nelas. Uma delas foi a teoria do espaço global de trabalho, que pontua que os humanos e outros animais usam vários sistemas especializados para fazer tarefas cognitivas. E mesmo que eles funcionem de forma independente, eles compartilham informações se integrando em um sistema só.

Ao final, os pesquisadores afirmam que o seu estudo não é a palavra final para essa avaliação de consciência em inteligência artificial. Além disso, eles também fazem o convite a outros estudiosos para que eles refinem essa metodologia.

Fonte: Olhar digital, Socientifica

Imagens: Olhar digital, Trabalhos escolares

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