Curiosidades

Essa laje de pedra esquecida pode ser, na verdade, o mapa mais antigo conhecido na Europa

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A arqueologia é a ciência responsável por estudar culturas e civilizações do passado. E é através das descobertas arqueológicas, que vestígios de antigas sociedades e culturas são descobertos. Assim, pode-se compreender melhor como viveu determinado povo, quais eram seus hábitos e costumes. Até mesmo, o que levou ao seu fim.

Ela desvenda e responde mistérios da nossa história. Como por exemplo essa laje de pedra que foi descoberta. As marcas nela são desconhecidas. São contornos esculpidos que sugerem uma paisagem perdida de muitos anos atrás. Contudo, essa pedra redescoberta na França parece ser o mapa mais antigo conhecido da Europa.

Os pesquisadores fizeram um novo estudo reexaminando essa laje chamada Saint-Bélec, que é uma laje entalhada e parcialmente quebrada que foi encontrada pela primeira vez em 1900. Depois disso, ela foi colocada de lado em um castelo e acabou sendo esquecida por mais de 100 anos.

Reexaminando

Por isso, só agora que os arqueólogos modernos estão reexaminando essa laje e aprendendo seu significado. Em específico, que ela poderia de fato representar a representação cartográfica mais antiga das terras conhecidas na Europa.

“Este é provavelmente o mapa mais antigo de um território que foi identificado. Existem vários desses mapas esculpidos em pedra em todo o mundo. Geralmente, são apenas interpretações. Mas esta é a primeira vez que um mapa retrata uma área em uma escala específica”, disse o primeiro autor do estudo, Clément Nicolas, da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido.

Ainda não é totalmente entendido como a laje de Saint-Bélec chego até os dias atuais. Mas com toda certeza tem sido uma jornada estranha. Ela foi encontrada em 1900 pelo pré-historiador francês Paul du Chatellier. Ele escavou a laje de um antigo túmulo na cidade de Leuhan, na região da Bretanha, no noroeste da França.

Entretanto, du Chatellier não tinha certeza sobre o significado das esculturas na laje. Na época, ele observou que alguns estudiosos interpretaram as marcas como sendo uma representação humana sem forma, ou então talvez a imagem de uma besta. Mesmo assim, ele sugeriu que os significados só poderiam ser  descobertos com pesquisas futuras.

“Não nos deixemos ser enganados pela fantasia, deixando-a para um Champollion, que talvez se encontre um dia, para lê-la para nós”, escreveu du Chatellier.

Laje de pedra

O pré-historiador reservou a laje em sua coleção particular, antes dela ser vendida por seus filhos para o Museu Francês de Arqueologia Nacional. O museu aguardou, por várias décadas, em um nicho de um famoso castelo.

Então em 2014, a praticamente esquecida laje de Saint-Bélec foi redescoberta em uma adega do castelo. Depois de alguns anos, Nicolas e sua equipe começaram a fazer uma primeira investigação moderna da laje. Eles usaram técnicas de levantamento 3D de alta resolução, para conseguir registrar e examinar a morfologia e a cronologia da pedra.

Um dos maiores mistérios sobre a laje é o que um mapa estava fazendo no cemitério de Saint-Bélec para começo de conversa. É acreditado que a tumba em questão era do fim da Idade do Bronze, aproximadamente entre 1900 e 1640 a.C. No entanto, a laje em si é provavelmente mais antiga. E talvez, ela tenha sido esculpida no começo da Idade do Bronze, cerca de décadas ou séculos antes.

Se essa teoria dos pesquisadores estiver certa, isso quer dizer que essa placa de mapa antigo estava sendo reutilizada por algum motivo como parte do sepultamento formando as paredes do carrinho de pedra. E o lado gravado dalaje ficou voltado para dentro da tumba. Por isso, as marcas não foram expostas aos elementos naturais por milhares de anos. Isso ajuda a explicar o motivo de elas estarem intactas até hoje.

Análises

Segundo os pesquisadores, as gravuras no formato de mapa e os motivos esculpidos na superfície da laje são uma correspondência tridimensional da região do rio onde ficava o antigo cemitério.

“Sem dúvida, havia uma justificativa para esculpir esta obra na pedra, deixar uma marca. Fazer uma cartografia assim está muitas vezes ligada à afirmação de um poder, de uma autoridade sobre um território. Este é o contexto geral de conquistas que ocorre na Idade do Bronze Inferior, numa época em que vemos o surgimento de uma alta hierarquia sociedades”, concluiu um dos membros da equipe, o arqueólogo Yvan Pailler, da Universidade da Bretanha Ocidental.

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