Curiosidades

Esse banheiro antigo revelou um parasita perigoso

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Em suma, é através da arqueologia que se torna possível descobrir as origens da humanidade e entender como o mundo era nos tempos antigos. Nesse ínterim, novas descobertas sempre dão uma nova peça ou uma nova informação para os pesquisadores. Como exemplo disso, vemos a descoberta de um banheiro antigo.

O vaso sanitário de 2.700 anos foi encontrado em uma antiga propriedade real no sul de Jerusalém. Mesmo tão antigo, ele ainda dá vestígios do que poderia ter sido uma epidemia de infecção parasitária.

Segundo as descobertas, até mesmo as pessoas mais ricas da Jerusalém antiga, ou seja, a elite que usava esse banheiro externo, sofriam com vermes intestinais. Embora um banheiro atualmente seja considerado uma instalação de saneamento básico, há milhares de anos essa não parecia ser uma realidade.

“A presença de banheiros internos pode ter sido mais uma questão de conveniência do que uma tentativa de melhorar a higiene pessoal. Um banheiro era símbolo de riqueza, uma instalação privada que apenas os ricos poderiam pagar”, sugeriram os pesquisadores.

Banheiro

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Dizem que os banheiros mais antigos da história são os da Mesopotâmia. Eles têm aproximadamente seis mil anos. Essa região histórica, que englobava partes do atual Kuwait, Iraque, Síria, Irã e Turquia, é conhecida como berço da civilização. Isso porque é a casa de algumas das primeiras fazendas.

Conforme os caçadores-coletores começaram a se estabelecer em vilas e cidades maiores, um lugar designado para se fazer as necessidades era obrigatório. Assim, para o agricultor médio isso poderia ser uma simples lixeira. Entretanto, em alguns casos raros, os ricos tinham uma privacidade maior.

Ademais, analisando os registro históricos, ter um banheiro permaneceu como uma coisa de luxo por vários milhares de anos. Com isso, o banheiro de calcário em Jerusalém é um dos poucos que se encontrou.

Ele foi descoberto em 2019. O banheiro estava alinhado com o que parecia ser um jardim bem cuidado do lado dos restos de uma mansão grande e cheia de itens caros. Tudo indica que a casa pertencia a uma pessoa com uma posição social alta.

O buraco no centro do assento da pedra sugere que o banheiro era básico. Ele tinha somente um tanque para coletar a excreção. Contudo, o banheiro tinha uma boa vista. Quem estivesse o usando conseguia ver a Cidade de Davi e o Monte do Templo.

Descoberta

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De acordo com as suspeitas dos arqueólogos, o assento do vaso sanitário em algum momento foi cercado por paredes de pedra e possivelmente por um telhado. A presença de pólen transportado pelo ar de frutas e pinheiros sugerem que, provavelmente, o banheiro também tinha janela ou no caso não tinha um telhado. Ou uma outra possibilidade é que se tenha usado as plantas como uma espécie de purificador do ar.

Entretanto, por melhor que esse banheiro poderia cheirar, a presença de parasitas sugere que as condições sanitárias da época eram ruins. Segundo uma análise feita embaixo do assento do vaso de calcário, constatou-se sedimentos antigos contendo ovos de quatro tipos diferentes de vermes intestinais.

Dentre eles, os ovos mais abundantes foram os de lombrigas e tricurídeos. Esses dois parasitas intestinais podem infectar humanos e os levam à desnutrição e a um crescimento prejudicado quando os casos são mais graves.

Normalmente, eles são transmitidos quando vestígios de fezes que contém os vermes ou seus ovos são ingeridos de forma acidental. Quando estão dentro do intestino, os parasitas conseguem produzir milhares de ovos por dia.

Infecções

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Posteriormente, sem remédios é bastante difícil erradicar essas infecções. Principalmente se não se tem um sistema limpo de eliminação de fezes ou instalações para lavagem das mãos.

Portanto, essa presença de lombrigas e tricurídeos no cocô da elite de Jerusalém sugere que trataram as fezes humanas de uma forma anti-higiênica. Provavelmente, colocaram elas em fontes de água ou então despejadas nas plantações antes de voltarem para a boca das pessoas.

Além das lombrigas e tricurídeos, também se encontrou tênias no banheiro. Como esses parasitas sobrevivem em um estágio intermediário na carne bovina e suína, eles podem ter entrado no sistema humano através de uma carne mal cozida.

Alguns pesquisadores suspeitam que esses vermes tenham sido um incômodo para os humanos desde o começo da humanidade. Contudo, como os ovos são bastante leves e delicados, nem sempre eles são vistos nos registros arqueológicos.

“Estudos como este nos ajudam a documentar a história das doenças infecciosas em nossa área e nos fornecem uma janela para a vida das pessoas nos tempos antigos”, concluiu a arqueóloga Dafna Langgut, da Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém.

Fonte: Science Alert

Imagem: Science Alert

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