Curiosidades

Esse é o animal mais puro de toda a Terra

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O reino animal não para nunca de nos surpreender. Cada animal tem sua individualidade, mas alguns casos chamam mais atenção do que outros, como por exemplo, o filhote de Devils Hole. Ele é um animal pequeno, azul e incrivelmente ameaçado. Além disso, ele pode ser a criatura mais pura do planeta.

Ao todo existem 263 filhotes selvagens de Devils Hole. Eles vivem em um único lugar: uma caverna de três por seis metros no meio de Devils Hole em Nevada, uma parte destacada do Parque Nacional do Vale da Morte, que é um dos locais mais quentes do mundo.

Essa caverna a 15 metros abaixo do solo do deserto tem, pelo menos, 152 metros de profundidade. Aproximadamente porque até hoje os cientistas não encontraram seu fundo. O local tem uma média de temperatura de 33° Celsius. Esses animais vivem nesse local, isolados de todos os outros peixes-pupez, por pelo menos mil anos e, possivelmente até dois mil anos de  acordo com a National Park Foundation.

Animal

Wikipedia

De acordo com os cientistas, o isolamento desses animais levou a consequências bem drásticas. Eles descobriram que os genomas de filhotes de Devils Hole são, em média, 58% idênticos. “O equivalente a cinco a seis gerações de acasalamentos completos entre irmãos”, disse Christopher Martin, biólogo evolutivo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e autor sênior do novo estudo.

Nesse novo estudo, os pesquisadores sequenciaram os genomas de oito filhotes de Devils Hole e também de um animal preservado da década de 1980. Como resultado, eles viram que estavam faltando alguns genes aparentemente importantes nos peixes.

Um exemplo é que eles não tinham um gene que é normalmente envolvido na produção de espermatozoides, gene que tem como consequência a infertilidade se ele for eliminado de outras espécies. “É meio surpreendente que eles sejam capazes de se reproduzir”, disse Martin.

Além desse, esse peixe também perdeu um gene que ajuda outros tipos de filhotes a sobreviver em ambientes com pouco oxigênio, fato esse que surpreendeu os pesquisadores, visto que o habitat do Devils Hole é bem desoxigenado. E não está claro até que ponto a falta desses genes prejudica a saúde geral do filhote desse animal. “O genoma é um lugar complexo”, pontuou Martin.

Estudo

NRDC

Agora, Martin e sua equipe querem estudar a genética dos peixes de forma mais detalhada para conseguir determinar o que exatamente cada um dos genes está fazendo e como eles compensam suas perdas.

Segundo o US Fish and Wildlife Service, essa “pureza” desses animais é resultado do seu isolamento geográfico e de vários gargalos populacionais nos últimos anos. Para se ter uma ideia, apenas nas últimas duas décadas a população deles caiu quase duas vezes, indo de 38 indivíduos em 2006 e para 35 em 2013.

Esse peixe foi uma das primeiras espécies a ser adicionada oficialmente na Lei de Preservação de Espécies Ameaçadas em 1967, que mais tarde foi incluída na Lei de Espécies Ameaçadas de 1973. Desde essa época, por conta dos esforços de conservação, como por exemplo, um aquário de 379 mil litros que imita a caverna que esse animal vive, os filhotes criados em cativeiro fizeram com que a espécie sobrevivesse.

“Eles ainda estão em uma situação precária. Mas a boa notícia é que as intervenções humanas e os acidentes não tornaram a população pior do que era. Não acho que estejam condenados”, concluiu Martin.

Peixe

G1

Outro peixe que chamou atenção foi esse animal encontrado nas águas do rio Madeira, em Porto Velho (Rondônia), pelo pescador João Cordeiro. Ele pescou um pequeno peixe transparente e perguntou em suas redes sociais “alguém sabia que peixe era aquele?”. Vários palpites foram dados.

O pequeno animal foi chamado de lambari albino, lambari “sem roupa”, sardinha e até “peixe Gasparzinho”. Contudo, segundo alguns especialistas, o peixe foi identificado como Protocheirodon pi, mais conhecido como Crystal Tetra. Esse gênero é recente e pouco pesquisado por estudiosos do mundo marinho.

O corpo translúcido do Crystal Tetra é uma das características que chama mais atenção. No entanto, outro detalhe bem interessante e chamativo em seu corpo foi o responsável por dar o nome do peixe: uma bexiga natatória que tem um formato semelhante à letra grega Pi (π).

“Isso é uma característica única, nenhum outro tem. Geralmente, os peixes têm essa bexiga natatória estendida no corpo. Nesse bicho, ela é dobrada. E aí os pesquisadores pensaram: ‘olha parece a letra Pi’”, disse Fernando Dagosta, especialista em diversidade e biogeografia de peixes de água doce e professor na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

O Protocheirodon pi é um peixe bem pequeno, podendo chegar a aproximadamente 4 centímetros, no máximo. De acordo com os pesquisadores, o peixe que João Cordeiro mostra no vídeo já está na fase adulta, mesmo o animal sendo do tamanho da ponta do dedo do pescador.

O peixe se alimenta principalmente de insetos e sementes que caem no rio. Além disso, a espécie chama a atenção pelo fato de os machos e as fêmeas serem idênticos. Por causa disso, só é possível identificá-los através da dissecação.

Fonte: Live Science,  G1

Imagens: Wikipedia, NRDC, G1

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