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Esse fungo pode ser uma alternativa biodegradável ao plástico

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Os fungos são organismos presentes em praticamente todos os ambientes. Eles podem ser vistos no ar, na água, no solo, nos alimentos e até mesmo no organismo humano. Contudo, mesmo estando tão presentes eles, passam desapercebidos porque, em sua maioria, eles não podem ser vistos a olho nu. Mesmo assim, sua importância é bem grande e eles podem ser usados das mais variadas formas.

Um exemplo disso é o fundo inflamável, Fomes fomentarius, que como os cientistas descobriram, tem propriedades surpreendentes. Essas propriedades desse fungo podem fazer com que ele dê uma alternativa natural e biodegradável para determinados plásticos e outros materiais no futuro.

Esse fungo é comedor de madeira e, historicamente, ele tem sido usado para pegar uma faísca para incêndios, mas ele também já foi incorporado em roupas e também usado em remédios. Agora, seu mais novo uso pode ser totalmente diferente, como uma alternativa biodegradável para os plásticos. Isso seria possível por conta da maneira como o micélio F. fomentarius é composto.

Fungo

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Esse micélio é composto por filamentos finos, que são conhecidos como hifas, no formato de redes parecidas com as raízes que vão se espalhando pelo solo ou então a um material em decomposição. E no caso desse fungo, a rede dele pode ser dividida em três camadas diferentes, conforme explicou a equipe de instituições de pesquisa da Finlândia, Holanda e Alemanha.

“O micélio é o principal componente em todas as camadas. No entanto, em cada camada, o micélio exibe uma microestrutura muito distinta com orientação preferencial única, relação de aspecto, densidade e comprimento do ramo”, escreveram os pesquisadores.

Por conta disso, eles analisaram a composição estrutural e química do corpo de frutificação de F. fomentarius. Depois disso, eles combinaram essa análise com varreduras detalhadas do fungo para que suas características fossem examinadas detalhadamente. Foi assim que as três camadas se revelaram. São elas: uma crosta dura e fina externamente que envolve uma camada espumosa por baixo e, em seu núcleo, pilhas de estruturas tubulares ocas.

De acordo com os pesquisadores, algumas partes do fungo eram tão fortes como a madeira compensada, pinho ou couro, contudo, bem mais leves do que esses materiais. E normalmente, isso não é uma coisa que é relacionada com a parte carnosa de um fungo como o F. fomentarius.

Além disso, os pesquisadores também descobriram que os tubos ocos que compõem a maior parte dos corpos de frutificação desse fungo conseguem resistir a forças maiores do que sua camada espumosa. Isso é feito sem que ele sofra deslocamentos ou deformações grandes.

Isso acontece porque ele é construído para conseguir suportar as mudanças de estações e os galhos das árvores que podem cair em cima dele. Justamente essa resistência que pode inspirar novos materiais sintéticos.

“O que é extraordinário é que, com mudanças mínimas em sua morfologia celular e composição polimérica extracelular, eles formulam diversos materiais com desempenhos físico-químicos distintos que superam a maioria dos materiais naturais e produzidos pelo homem, que geralmente são confrontados por trade-offs de propriedade. Acreditamos que as descobertas devem atrair um amplo público de ciência de materiais e além”, escreveram os pesquisadores.

Estudo

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Na natureza, o F. fomentarius já tem um papel extremamente importante porque ele se agarra nas árvores mortas e vai liberando nutrientes importantes que, sem eles ali, ficariam apenas na casca. E agora, ele pode também ser bastante importante na ciência dos materiais.

Contudo, onde e como esse fungo poderia ser usado ainda precisa ser determinado. Mesmo assim, apenas a compreensão de suas camadas é uma coisa importante.

Isso faz parte de um crescente ramo de pesquisas a respeito do potencial dos materiais vivos e do uso das células vivas, de maneira controlada, para que determinados resultados finais sejam alcançados. Nesse caso, o objetivo seria tipos específicos de materiais.

“Esses resultados podem oferecer uma grande fonte de inspiração para a produção de materiais multifuncionais com propriedades superiores para diversas aplicações médicas e industriais no futuro”, finalizaram os pesquisadores.

Fonte: Science alert

Imagens: Science alert

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