Esse sexto sentido é a chave para o nosso bem-estar

A maior parte das pessoas conhece os cinco sentidos que nós temos, tato, visão, audição, olfato e paladar. Contudo, não são todas as pessoas que sabem que nós temos um sexto sentido chamado interocepção. Esse é o sentido do estado interno no corpo.

Ele nos ajuda a sentir e interpretar os sinais internos que regulam as funções vitais do corpo humano, como por exemplo, fome, sede, temperatura corporal e frequência cardíaca.

Por mais que a maioria das pessoas não preste muita atenção a esse sexto sentido, ele é extremamente importante. Até porque, é ele que garante que todos os sistemas do corpo funcionem de uma forma ideal. Ele faz isso através de alertas de quando o corpo pode estar desequilibrado. Exemplo disso é quando faz a pessoa pegar água quando está com sede ou quando diz para tirar o casaco quando se está com calor.

Sexto sentido

Além disso, esse sexto sentido também é importante para a saúde mental. Isso porque ele ajuda em vários processos psicológicos, dentre eles, a tomada de decisão, habilidade social e bem-estar emocional.

Ademais, a interocepção interrompida é relatada em várias condições de saúde mental, como na depressão, ansiedade e em distúrbios alimentares. Por conta disso, isso também pode explicar o motivo das condições de saúde mental terem sintomas parecidos, como distúrbios do sono ou fadiga.

Embora esse sexto sentido tenha uma importância muito grande para todos os aspectos da saúde, ainda se sabe pouco sobre ele e se existe uma diferença na precisão da percepção dos seus sinais entre homens e mulheres.

Os estudos feitos até o momento investigaram se homens e mulheres cisgêneros percebem e interpretam os sinais vindos do seu coração, pulmões e estômago de forma diferente. Como resultado, eles tiveram dados mistos. Ademais, descobrir se existem essas diferenças é importante porque pode melhorar a compreensão dos pesquisadores a respeito das diferenças de saúde física e mental.

Estudo

Na pesquisa, os cientistas combinaram dados de 93 estudos e analisaram o sexto sentido em homens e mulheres. “Nós nos concentramos em estudos que analisaram como as pessoas percebem os sinais do coração, pulmão e estômago em uma variedade de tarefas diferentes”, disseram os pesquisadores.

“Nossa análise descobriu que o sexto sentido, de fato, difere entre homens e mulheres. As mulheres foram significativamente menos precisas em tarefas focadas no coração. E, em certa medida, tarefas focadas no pulmão, em comparação com os homens. Essas diferenças não parecem ser explicadas por outros fatores, como o quanto os participantes se esforçaram durante a tarefa, ou diferenças fisiológicas, como peso corporal ou pressão arterial”, continuaram.

“Embora tenhamos encontrado diferenças significativas nas tarefas de pulsação, os resultados de outras tarefas foram menos claros. Isso pode ser porque apenas uma pequena proporção de estudos analisou a percepção do pulmão e do estômago. Pode ser muito cedo para dizer se homens e mulheres diferem na percepção desses sinais”, pontuaram eles.

Importância

As descobertas feitas pelos pesquisadores podem ser importantes para ajudá-los a entender porque várias condições de saúde mental mais comuns prevalecem mais em mulheres do que em homens depois da puberdade.

Existem várias teorias para explicar isso. Portanto, é possível que as diferenças na interocepção possam explicar, de forma parcial, o motivo de as mulheres sofrerem mais de ansiedade e depressão do que os homens.

Além disso, saber essa diferença do sexto sentido entre homens e mulheres pode também ser importante para o tratamento de doenças mentais. Embora se tenha conhecimento de que essa diferença existe, não se sabe ao certo  a sua causa.

Os pesquisadores têm algumas teorias, como por exemplo, de mudanças fisiológicas e hormonais, além da forma como homens e mulheres são ensinados a pensar a respeito das suas emoções e sinais introspectivos, como a dor.

Em conclusão, compreender melhor os fatores que afetam essa capacidade de sentir esse sexto sentido pode ser importante para que um dia se desenvolva tratamentos melhores para várias condições de saúde mental.

Fonte: Science Alert

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