Estados Unidos enfrentam problemas na produção de chips

Os chips estão mais presentes em nossas vidas do que imaginamos. É possível encontrar esses pequenos componentes em basicamente tudo do mundo moderno. Eles estão no sistema Bluetooth do celular, por exemplo, assim como estão em carros inteligentes e eletrodomésticos no geral. Para se ter uma noção, um carro médio em 2021 contava com pelo menos 1,2 mil chips. Isso representa o dobro do que encontrávamos em 2010, por exemplo.

No entanto, a pandemia do novo coronavírus que assombrou o mundo em 2020 e 2021 resultou em uma grande crise na cadeia de suprimentos. Assim ficou evidente a importância dos chips em nossas vidas. De acordo com estudos, estima-se que somente as montadoras tenham perdido US$ 210 bilhões em venda no ano passado por causa da falta de chips. Esses dados foram levantados pela consultoria AlixPartners.

Além disso, a má relação entre a China e Estados Unidos alimentaram um temor de que o asiático pudesse dominar os principais setores de chips. O uso então seria para civil ou militar, e até mesmo, em alguns casos, para bloquear o acesso a esses componentes. Conforme o petróleo se tornava um pilar das economias do mundo nos anos 1900, os Estados Unidos se tornaram um dos maiores produtores mundiais. No entanto, investir agora na indústria de chips determinará a vantagem tecnológica, política e militar.

Ciência e Lei de Chips

Via Vecteezy

O impacto pela falta de chips fez com que Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, aprovasse a Lei de Chips e Ciência. Essa lei então direciona US$ 52 bilhões em subsídios para semicondutores fabricação e pesquisa.

“Estamos falando em tornar os EUA em líder global em produção de ponta e criar uma dinâmica autossustentável daqui para frente. Não há dúvida de que é um conjunto de objetivos muito ambicioso”, disse Mike Schmidt, chefe do escritório do Departamento de Comércio responsável pela supervisão da implementação da lei.

Somente em fevereiro de 2023 que as diretrizes sobre como os subsídios à fabricação de chips serão concedidos serão oficialmente anunciadas pelo departamento. No entanto, a Intel iniciou um projeto de US$ 20 bilhões em Ohio. A empresa tomou a decisão após a aprovação da lei, em agosto.

Por que os Estados Unidos podem falhar nesse quesito?

Via UOL

Os cidadãos americanos enfrentam desafios a fim de fazer a lei um sucesso. O primeiro deles é a concentração da indústria, visto que, hoje em dia a produção de chips se concentra em três lugares: China, Coreia do Sul e Taiwan. Os Estados Unidos, em números, participa pouco da fabricação de chips.

No histórico do país, essa fabricação diminuiu de 37% em 1990 para 12% em 2020. Já a participação da China, por exemplo, passou de zero para 15% de acordo com o Boston Consulting Group e a SIA. Outro grande desafio diz respeito a desenvolver uma oferta de talentos no país norte-americano, visto que o alto custo e a escassez de mão de olha qualificada acabam se tornando barreiras na restauração do setor.

Não para por aí! Um terceiro desafio está ligado à economia de escala e impossibilidade de os americanos produzirem isso sozinho. Ainda existe a dificuldade de as empresas investirem em produção desses chips no país. Isso porque é mais prático e barato comprar de outros países da Ásia.

Fonte: Olhar Digital