Ciência e Tecnologia

Estudante desenvole primeiro modelo em 3D de nebulosa Olho de Gato

0

O primeiro modelo 3D da Nebulosa NGC 6543, conhecida como “Olho de Gato”, não foi desenvolvido por um pesquisador com décadas de experiência, mas sim um estudante da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Assim sendo, o modelo poderá ajudar a desvendar alguns mistérios sobre a nuvem interestelar.

O estudante responsável pela estrutura de três dimensões foi Ryan Clairmont. Ele conseguiu revelar detalhes da nebulosa, localizada na constelação Draco, a cerca de 3 mil anos-luz. Assim, a notícia foi publicada na revista científica Monthly Notices of The Royal Astronomical Society.

Ryan Clarimont teve como base fotos da NGC 6543, tiradas pelo telescópio Hubble. Além disso, ele acessou dados espectrais fornecidos pelo Observatório Nacional San Pedro Mártir, no México, que detalham os movimentos internos da nebulosa. Com isso, o estudante conseguiu reconhecer anéis simétricos que circundam a concha externa da nuvem, revelando detalhes jamais vistos sobre sua formação.

Dessa maneira, uma nebulosa é o que resta após a morte de uma estrela, de maneira simplificada. A “Olho de Gato” é um das mais complexas nebulosas já descobertas, com seu interior cheio de nós, conchas esféricas e filamentos arqueados. “Quando vi pela primeira vez a Nebulosa do Olho de Gato, fiquei surpreso com sua bela e perfeitamente simétrica estrutura”, afirmou Clairmont, que até pouco tempo era um estudante do ensino médio.

Novos detalhes

estudante faz modelo de nebulosa olho de gato

Reprodução

“Fiquei ainda mais surpreso que sua estrutura 3D não fosse totalmente compreendida”, comentou o jovem cientista de Stanford. De acordo com o estudante, a simetria perfeita dos anéis sugere uma formação induzida por um jato de precessão, fluxo de gás de alta densidade que correu em direções opostas da estrela central a partir da qual a nebulosa se formou.

Clairmont trabalhou sob orientação dos professores doutores Wolfgang Steffen, da Universidade Nacional Autônoma do México, e Nico Koning, da Universidade de Calgary. “Jatos de precessão em nebulosas planetárias são relativamente raros, por isso é importante entender como eles contribuem para a formação de sistemas mais complexos como o ‘Olho de Gato’”, afirmou.

Esse estudo pode ser um passo importante no caminho para entender, por exemplo, a formação e o destino eventual do Sol, estrela que, num futuro bem distante, também se tornará uma nebulosa.

Estudante de 16 anos identifica 1.450 galáxias para observatório no Japão

Divulgação

Uma estudante brasileira de 16 anos do Ceará concluiu uma análise recentemente em que classificou, sozinha, 1.450 galáxias para o projeto Galaxy Cruise, do Observatório Astronômico Nacional do Japão.

Maria Larissa Paiva havia descoberto um asteroide, ação que foi até reconhecida pela Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. Assim, as galáxias são conjuntos de estrelas com poeira cósmica e matéria escura. Portanto, classificar tudo isso não é uma tarefa simples e nem comum.

Em entrevista ao Uol, a jovem Maria Larissa conta que tem se dedicado muito ao processo desde o mês de janeiro. Nele, ela analisa as características como tamanho, luminosidade, formato e comprimento de ondas das galáxias.

Após isso, registra-se os dados em um software do projeto. “Depende muito do tempo que cada pessoa deposita no trabalho de classificação e o quanto a pesquisa é levada a sério. Até o momento estive 100% sozinha nas pesquisas. Não foi fácil”, contou a estudante. Além disso, ela divide seu tempo entre o projeto e as atividades de seu último ano do ensino médio.

Assim sendo, a classificação de galáxias pode ser importante para ajudar pesquisadores a prever alguns fenômenos, como a colisão desses sistemas, por exemplo. No projeto do Observatório Astronômico Japonês, as galáxias classificadas pelos colaboradores, que podem ser profissionais e voluntários, ainda passam pela aprovação do programa Galaxy Cruise, que está sempre em atualização.

Nessa plataforma, existe um ranking de análises e é por lá que Maria Larissa tem o controle de quantas galáxias ela conseguiu avaliar.

Fonte: Hypeness

Igreja medieval abriga mais de 4 mil esqueletos em cripta

Artigo anterior

A maior coleção de cores do mundo

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido