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Estudo revela truques da indústria farmacêutica na manipulação de resultados

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A indústria farmacêutica movimenta quantidades impensáveis de dinheiro e isso se explica, em parte, pelos produtos caros, mas também por todas as pesquisas que ela faz. A maioria das pessoas tem uma visão boa de como a indústria farmacêutica funciona. Até porque, os medicamentos só chegam até nós quando realmente funcionam, né?! No entanto, essa pode não ser a verdade completa.

Quando um remédio já está em sua fase experimental, ou seja, já está funcionando bem em cobaias, o passo seguinte é testá-lo em seres humanos. Mas antes disso, os autores de determinada pesquisa precisam montar um relatório e apresentá-lo para um comitê de ética. Esse relatório deve conter todos os detalhes possíveis e imagináveis sobre as condições em que as drogas foram ministradas nos animais e a maneira como eles reagiram. E claro que por questão de segurança, os voluntários humanos só entram no laboratório depois que esse relatório é aprovado.

Todo esse sistema parece ser bastante confiável. No entanto, existem mil formas de passar por cima dele. Tanto que um estudo da Escola de Medicina de Hannover, na Alemanha, passou a limpo 109 desses relatórios que foram entregues entre 2010 e 2016.

Indústria farmacêutica

Hipolar

Ao todo, eles tinham 708 testes de eficácia pré-clínicos, que são aqueles feitos com tecidos de camundongos brancos antes de partir para os humanos. Mas esses relatórios também tinham suas coisas inadequadas para tentar driblar a indústria.

Por exemplo, 95% não mencionavam informações extremamente importantes para verificar a validade de um experimento, como por exemplo, qual foi o método usado para calcular o número de cobaias, ou se os pesquisadores sabiam ou não quais camundongos estavam saudáveis e doentes na hora do teste. Sabe-se que o ideal é que eles não saibam para que os testes sejam feitos com igualdade de condições.

Contudo, para que um experimento científico passe pela revisão, ele deve ser montado de uma maneira a representar a realidade da melhor forma possível e tratar os participantes sem distinções.

Outro fator que estava errado com os relatórios era que 89% deles não estavam acompanhados de uma referência bibliográfica para o artigo científico em que foram registrados originalmente. Além disso, 82% dos testes deram positivos, uma taxa bem alta que só pode estar errada, sendo que o mais provável é que os resultados negativos tenham sido omitidos.

Resultados

IPOG

“Os raríssimos registros de medicamentos que não tiveram efeito nenhum causam preocupação de que o planejamento dos estudos esteja errado ou haja viés na hora de relatá-los”, escreveram os autores do estudo.

Pensando em teorias da conspiração, a indústria farmacêutica só não é páreo para as linhas de Nazca e o ET de Varginha. Mas ao contrário das teorias sobre o sobrenatural, os testes clínicos estão de fato sujeitos à manipulação. E esse estudo não é o primeiro e não será o último sobre esse assunto.

Além do dinheiro que entra com a aprovação mais fácil de remédios, existe também o dinheiro pago pela indústria para publicar os resultados das suas pesquisas em revistas científicas.

Maneira

Outras mídias

Resumidamente, os grupos editoriais gigantes, como aqueles que publicam em revistas como a “Nature” e “Science”, oferecem aos pesquisadores a opção de pagar pelos custos de publicação de suas descobertas científicas. Dessa forma, o conteúdo fica disponível de forma gratuita na internet, o que colabora com a democratização da ciência. Em contrapartida, outras revistas cobram tanto de quem quer publicar quanto de quem quer ler. E no caso das revistas médicas, a maior parte de quem está disposto a pagar para emplacar um artigo são da indústria.

É importante ressaltar que essa prática não tem nada a ver com propina. Ela é uma prática antiga, legalizada e de conhecimento de todos. Mas é claro que fica mais difícil confiar no processo de revisão de uma editora quando sua função é apontar erros nos textos enviados pelas entidades que as financiam.

Fonte: Superinteressante

Imagens: Hipolar, IPOG, Outras mídias

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