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Família de preso com diabetes diz que ele morreu depois de não receber insulina na cadeia

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O diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente, ou então pela má absorção de insulina. Por sua vez, a insulina é o hormônio que regula a glicose no sangue. É ela também que garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento de glicemia, e se as taxas forem muito altas, podem gerar complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte.

Essa fatalidade foi justamente o que aconteceu com um homem que estava preso na Cadeia Pública de Benfica, na Zona Norte do Rio. O homem passou mal na última quarta-feira e acabou não resistindo.

O homem em questão era Gerson Rodrigo Costa da Silva, que era diabético. De acordo com a família dele, aconteceu negligência por parte do sistema prisional do Estado. Isso porque, nos dias em que Gerson ficou preso ele não recebeu a insulina para controlar seu diabetes.

Preso com diabetes

G1

Ele era entregador e foi preso por conta de violência doméstica. Conforme a denúncia feita pelo porteiro do prédio onde Gerson morava com sua família, ele teria agredido a própria mãe. No entanto, de acordo com a mãe do homem, o filho estava em um surto, episódio que era frequente desde que Gerson passou por um assalto onde ele foi espancado e acabou desenvolvendo um trauma por conta disso. E a crise teria sido potencializada por conta da mistura de álcool e remédios.

Por conta disso, ele estava no presídio desde o dia 21 de junho. E logo na audiência de custódia, feita em até 24 horas depois da prisão, a advogada de Gerson pediu a liberação para que a insulina entrasse no Complexo de Benfica, já que era um medicamento essencial para o homem que tinha diabetes. No entanto, a família disse que não conseguiu mandar o remédio.

“O juiz foi omisso. Em nenhum momento ele liberou a entrada do medicamento do meu cliente. Simplesmente manteve a prisão dele sem qualquer fundamentação”, disse Gleice Schott Souza, a advogada.

Morte

Jota

A audiência de custódia foi feita pelo juiz Diego Fernandes Silva Santos e no documento assinado por ele consta que Gerson tinha diabetes. “Eu pedi a prioridade em relação ao medicamento insulina e requeri a liberdade provisória pelas ilegalidades impostas e apresentadas ali, que são a fundamentação da audiência de custódia. E ele abaixou a cabeça, entrou por um ouvido e saiu pelo outro e falou: ‘Gerson, você vai continuar preso’”, contou a advogada.

No dia em Gerson faleceu, o Mecanismo de Combate à Tortura, grupo ligado à Alerj que visa garantir os direitos básicos nas prisões, estava presente e fazendo uma inspeção. Além disso, Ionara Fernandes, perita, viu o momento em que o atendimento médico foi negado para um preso, mas ela não sabe dizer quem era. Contudo, o detento tinha os mesmos sintomas de uma pessoa diabética e estava na prisão onde Gerson morreu.

“Conversando com a profissional de saúde fomos interrompidas por um preso com uma insulina na mão, sem gelo, e ele pediu atendimento para um outro preso que estava na cela passando mal, desfalecendo”, contou Ionara.

Ainda de acordo com ela, mesmo vendo a situação, a profissional não ajudou e nem pediu um atendimento para o preso. “Ela apenas disse para colocar açúcar, e aí eu olhei e vi aonde tinha a caixa com agulha de insulina e mostrei pra ela. Aí sim ela entregou a seringa para o preso aplicar na cela no outro que estava passando mal”, disse ela.

Pronunciamento dos órgãos

Jornal i

No caso da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), ela nega a falta de atendimento médico e disse que Gerson foi atendido três vezes no Hospital Penal Hamilton Agostinho e uma no Hospital Souza Aguiar. E no dia 28, ele passou mal, foi socorrido, mas não resistiu e acabou morrendo na enfermaria do presídio. Além disso, o órgão disse que uma sindicância foi aberta para investigar eventuais responsabilidades.

No caso do Tribunal de Justiça, foi dito que depois da audiência o juiz determinou que Gerson fosse encaminhado para atendimento médico ambulatorial na prisão e que era isso que cabia ao juiz fazer no momento. Até porque, a entrega de qualquer medicamento aos presos na audiência de custódia é expressamente proibida.

Fonte: G1

Imagens: G1, Jota, Jornal i

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