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Homem tem as pernas amputadas em acidente e hospital entrega membros à família em caixa de papelão

caixa de hospital com membros após amputação
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Deonir Teixeira da Paixão sofreu um acidente de motocicleta que fez com que fosse necessário passar por uma cirurgia de amputação das pernas no domingo (9). O pedreiro de 46 anos, no entanto, não esperava que seus membros seriam entregues pela equipe do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins em uma caixa de papelão.

Além disso, ele recebeu um recado com a caixa que descrevia os membros amputados. A família informou que foi chamada pelo hospital durante a noite para assinar um termo e ficar com os membros do paciente.

“O hospital nos entregou em mãos. Disseram que se a gente não recebesse para enterrar eles iriam descartar no lixo hospitalar. Não avisaram nada de que iriam enterrar ou incinerar tudo direitinho”, disse uma sobrinha do paciente, que preferiu não ser identificada. “Aproveitaram da fragilidade do filho, do irmão, que acabaram de passar por uma situação muito grave. Muito constrangedor isso aqui.”

Vale destacar que, em casos de amputação, o hospital deve informar a família do paciente sobre a necessidade do procedimento e, depois, oferecer a escolha de levar os membros ou então deixar o descarte a cargo do serviço de saúde. Isso de acordo com uma nota da Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins.

O órgão ainda informou que houve falha na comunicação sobre o descarte dos membros e lamentou a situação. A Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins disse que, embora a empresa seja responsável pelo descarte, “a equipe multiprofissional não soube explicar o trâmite à família, que decidiu levar os membros”.

O acidente

Deonir estava dirigindo uma motocicleta acompanhado da namorada quando sofreu um acidente na entrada da cidade. Então, ele perdeu uma das pernas ainda no local. Já a outra precisou ser amputada no hospital.

Diante da situação, a família decidiu procurar uma funerária da cidade. No entanto, o estabelecimento não sabia como proceder. “O funcionário que foi lá tinha 14 anos de serviço e disse que isso nunca tinha acontecido. [Disse] que quando entregam o membro eles pegam no necrotério”, disse a sobrinha da vítima.

“O filho que recebeu o material está em estado de choque. Chamamos a funerária porque não sabíamos o que fazer. Receber o resto de uma pessoa e enterrar no fundo de um quintal? Era 30% do corpo dele. As duas pernas inteiras”, disse a familiar.

Por conta da gravidade no estado de saúde, Deonir foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Palmas (HGP). Sendo assim, a família levou os membros ao Cemitério de Paraíso do Tocantins na manhã desta segunda-feira (10). Porém, eles não foram enterrados por conta da ausência de documentos exigidos para um sepultamento.

Amputação

Cirurgia

FangXiaNuo/Getty Images

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do Tocantins, todos os hospitais seguem um protocolo padrão dentro das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 306 (2004) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 358 de (2005).

“Em caso de amputações a equipe multiprofissional da unidade hospitalar informa aos familiares sobre a necessidade do procedimento para a manutenção da vida do paciente e no ato é dada à família a escolha de levar os membros ou deixar a cargo do serviço de saúde, o descarte dos mesmos”, informou a SES.

No caso de o hospital ser responsável pelo descarte dos membros, ele ocorre por meio de uma empresa especializada contratada para a realização do serviço. Vale ressaltar que não se trata o material como lixo comum.

Nota da Secretaria Estadual de Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) lamenta a falha na comunicação entre a equipe plantonista do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins e os familiares do paciente Deonir Teixeira da Paixão, quanto aos esclarecimentos sobre os descartes de membros amputados.

A SES-TO destaca que todas as unidades hospitalares estaduais seguem um protocolo padrão dentro das resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 306 (2004) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 358 de (2005), as quais versam sobre a disposição final de resíduos dos serviços de saúde.

A SES-TO pontua que em caso de amputações a equipe multiprofissional da unidade hospitalar informa aos familiares sobre a necessidade do procedimento para a manutenção da vida do paciente e no ato é dada à família a escolha de levar os membros ou deixar a cargo do serviço de saúde, o descarte dos mesmos.

Quando o hospital é responsável pelo descarte de membros ele ocorre através de empresa especializada contratada para a realização do referido serviço, a qual não trata o material como lixo comum.

No caso em questão, a SES-TO enfatiza que a equipe multiprofissional não soube explicar o trâmite à família, que decidiu levar os membros. Para isso, os familiares assinaram um termo de responsabilidade, o qual consta, inclusive, relatado no prontuário do paciente.

Palmas/TO, 10 de outubro de 2022
Secretaria de Estado da Saúde
Governo do Tocantins 

Fonte: G1

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