Internada depois de cheirar pimenta, jovem respira por aparelhos e não tem resposta neurológica

Ao contrário da maioria absoluta dos animais que relaciona o sabor picante de uma pimenta com perigo e ameaça, mostrando que aquela planta não deve ser comida, os humanos são a única espécie que se atrai por essa intensidade de sabor. No entanto, nem toda a experiência com pimenta é boa para as pessoas.

Por exemplo, a jovem Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, está internada na UTI desde o dia 18 de fevereiro no Hospital Santa Casa de Anápolis, em Goiás. A internação dela aconteceu depois de ela ter passado mal por ter cheirado uma pimenta. Por conta do quadro da jovem, os médicos suspeitam que ela teve uma reação alérgica.

A última atualização sobre o estado de saúde de Thais foi feito no domingo pelo hospital onde ela está. De acordo com eles, ela está recebendo ventilação mecânica durante alguns momentos para que respire.

Caso

Catraca livre

O namorado da jovem, Matheus Lopes de Oliveira, deu uma entrevista para a CNN e disse que eles estavam em casa em um almoço de família no momento em que Thais cheirou uma pimenta-bode e começou a passar mal. Ela teve que ser levada às presas ao hospital porque, de acordo com o relato, a jovem é asmática e teve falta de ar.

“Eu vi quando ela passou a mão no pescoço e começou a coçar. Ela foi até o quarto e pegou a bombinha de asma, tomou um antialérgico e fomos correndo pro hospital, mas ela foi agonizando, já chegou praticamente sem pulso e precisou ser reanimada pelos médicos”, disse o namorado.

O estado da jovem é que desde sábado ela está com sedação, mas não responde neurologicamente aos estímulos. Além disso, ela também tem episódios de febre. Desde o dia 23 de fevereiro, Thais tem precisado de cuidados intensivos por estar em um estado grave. Foi nesse dia que os médicos decidiram usar sedativo para proteger o cérebro da jovem.

Felizmente, no dia 28 de fevereiro, a jovem teve uma melhora em seu quadro respiratório e os médicos começaram um desmame dos parâmetros ventilatórios e de medicações sedativas e as que estabilizavam sua pressão. Thais também teve uma melhora na parte infecciosa e de edema cerebral.

Pimenta

Liv Up

A jovem, provavelmente, teve uma reação alérgica à pimenta. Mas ao contrário dela, várias pessoas apreciam o gosto e a sensação que a pimenta dá. O motivo disso volta até a América Central há quase seis mil anos.

Nessa época foram descobertos os primeiros indícios de domesticação de pimenta. Esse amor pode ter surgido na América Central, mas ele foi exportado para a Europa e para o resto do mundo, principalmente a partir do século XVI. Desde então, o consumo de comidas picantes não apenas aumentou, como a intensidade das pimentas produzidas também viu um aumento.

Hoje em dia, existem cinco tipos de pimenta domesticadas. A partir delas mais de três milhões de toneladas dessa especiaria é produzida anualmente. São elas: Capsicum annuum, C. chinense, C. frutescens, C. baccatum e C. pubescens. Esse mercado é bastante lucrativo, gerando mais de quatro bilhões de dólares.

O segredo do sabor picante está em um componente químico chamado capsaicina. Ele estimula os receptores que temos na boca chamados TRPV1, que são responsáveis por detectar o calor e, em teoria, teria que nos avisar para evitar esses alimentos que deixam a sensação de “queimar”. Contudo, a sensação de quentura que a capsaicina sugere é uma ilusão, visto que, na realidade, nada está realmente queimando na boca.

Mas o que faz esse sabor picante ser tão interessante para nós, mesmo representando um possível perigo? As especulações sobre esse gosto por pimenta são muitas, porém, nenhuma conclusão absoluta foi obtida até agora.

De acordo com alguns especialistas, o motivo está no fato de a capsaicina dar benefícios para a saúde, já que ela ataca fungos e parasitas, diminui a pressão arterial e tem propriedades antimicrobianas.

Contudo, na visão dos psicólogos, o motivo estaria relacionado a um grau de masoquismo atávico à existência humana. Por conta dele, as pessoas gostam da sensação que uma montanha-russa dá, assim como comem pimentas como uma forma de desafiarem seus medos e provar que conseguem controlar seus impulsos e temores do corpo.

Fonte: CNN, MSN

Imagens: Catraca livre, Liv Up