Por conta das queimadas, esse jovem se mudou para o Pantanal e está liderando o resgate de animais vítimas dos incêndios. Nos últimos meses, Eduarda Fernandes, de 20 anos, participou de resgates de bichos como onças, antas, jacarés e outro animais.
Dessa forma, Eduarda não é a única voluntária da região. No Pantanal, outros voluntários atuam distribuindo água e frutas para animais nas regiões mais afetadas pelo fogo. Para se ter uma ideia, essa é a maior tragédia registrada na história recente do bioma.
Por que ela abandonou tudo e se mudou para o Pantanal?
De acordo com a jovem, a principal motivação para a mudança se deu pelo seu amor aos bichos. Assim, há cerca de dois anos, Eduarda saiu de Cuiabá, no Mato Grosso, para ficar mais próxima da fauna e flora do Pantanal. “Eu era uma garota 100% urbana. Deixei família e amigos para me mudar. Larguei tudo o que uma pessoa jovem não abandonaria”, afirma Eduarda Fernandes.
Para Eduarda, o fogo deixou tudo mais difícil na região. Assim, a área em que a jovem atuava foi sendo cada vez mais afetada. Por isso, desde setembro sua única atividade é o resgate de animais. Além de Eduarda, outros quatro voluntários iniciaram o trabalham junto a jovem. Com isso, eles se tornaram um dos primeiros grupos a auxiliar os animais. Porém, com o crescimento do fogo, centenas de pessoas passaram a ajudar de diversas formas.
Somente no início do ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 15,4 mil focos de calor foram encontrados no Pantanal. Normalmente, esses focos de calor representam incêndios. Isso torna o número o maior desde 1999, quando os focos de calor passaram a ser monitorados.
Entre os meses de janeiro a setembro desde ano, o Pantanal teve mais de 2,9 milhões hectares atingidos pelo fogo. Em números, isso significa que uma área corresponde a pouco mais de 19 vezes a capital de São Paulo esteve em chamas durante o ano de 2020.
Ela conta como é viver no Pantanal
Segundo Eduarda, a vontade de proteger os animais não existe de hoje. Isso porque, esse é um sentimento que já perdura desde a infância. “Sempre tive contato com os bichos e com o mato em outras regiões, por causa da minha família. Porém, eu morava na cidade e me considerada totalmente urbana”, afirma Eduarda. No entanto, tudo mudou quando ela começou a visitar o Pantanal. “Fiquei encantada com a biodiversidade. Há muitos animais por aqui, e isso me encantou”, completa.
Desde que a jovem se mudou para o Pantanal, Eduarda vive com seu noivo, Macedo Falcão, de 22 anos. “Desde 2018, moro e trabalho no Pantanal. A minha vida gira em torno daqui”, afirma Eduarda. Além disso, a jovem também pretende continuar o trabalho com os animais nos próximos anos. “No futuro, penso em cursar biologia ou medicina veterinária, por causa dos animais”, continua. Porém, de toda maneira, sua principal prioridade é conter o avanço do fogo no bioma. “Essa história de que o Pantanal pega fogo todos os anos é uma tentativa de diminuir o que está acontecendo aqui. Pode ter ocorrido queimadas anteriormente, mas nada nesta proporção. O que está acontecendo aqui não pode ser considerado normal”, completa Eduarda.
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