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Kevin Durant diz que ajudou a liberar maconha na NBA: “Todo mundo usa”

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Há tempos o mundo discute sobre o uso legal da maconha. Durante muito tempo, ela foi usada como uma droga medicinal, principalmente com função de analgésico. Contudo, a maconha tem seu uso proibido em alguns países, já que também é utilizada como instrumento de fumo por muitas pessoas. Além disso, ela poder influenciar vários processos cognitivos e psicológicos.

Mesmo assim, a maconha é uma das drogas mais populares e provoca efeitos de alegria e relaxamento. A popularidade dela é tanta que até mesmo atletas a usam. Nesse ponto, o jogador do Phoenix Suns, Kevin Durant, contou na terça-feira dessa semana que foi um dos pioneiros para ajudar na liberação da maconha entre os jogadores da NBA.

Liberação

Jumper Brasil

De acordo com Durant, ele até conversou com Adam Silver, o comissário da NBA, para discutir sobre o assunto. “Fui conversar (com o Adam) e ele já sentiu o cheiro. Eu realmente não precisava dizer muito. O estigma que a maconha tem não é tão negativo quanto costumava ser. Não te afeta de forma alguma, eu só gosto da planta. Simples assim. Na NBA todo mundo usa. É como um vinho”, disse o atleta.

Como resultado, em maio desse ano, a droga saiu da lista de substâncias proibidas depois de um acordo ser firmado entre a Associação de Jogadores da Liga de Basquete dos Estados Unidos (NBPA) e a NBA.

Maconha

O Globo

Por mais que a substância já não seja mais proibida para os jogadores, isso não quer dizer que ela não afeta o cérebro das pessoas que a usam. Mas como isso acontece?

Três estudos recentes, publicados no “The Journal of Psychopharmacology”, no “Neuropsychopharmacology” e no “International Journal of Neuropsychopharmacology”, mostraram que ela pode influenciar em vários processos cognitivos e psicológicos.

Em 2018, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, cerca de 192 milhões de pessoas no mundo todo, entre 15 e 64 anos, usaram maconha para fins recreativos.

Desses, os jovens adultos são os mais interessados na droga, sendo 35% de pessoas entre 18 e 25 anos, comparados com 10% de pessoas com mais de 26 anos. Esses números indicam que os principais usuários são adolescentes e jovens adultos, ambos com o cérebro ainda em desenvolvimento.

Por conta disso, esses usuários podem ser mais vulneráveis aos efeitos do uso da maconha no cérebro a longo prazo. Na droga, o tetrahidrocanabinol (THC) é o principal composto psicoativo. Ele age no “sistema endocanabinoide” do cérebro, que são receptores que respondem aos componentes químicos da cannabis.

Esses receptores de cannabis são bem presentes nas áreas pré-frontais e límbicas do cérebro, envolvidas na recompensa e na motivação. São eles que regulam a sinalização das substâncias químicas cerebrais, como a dopamina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato.

Cada uma dessas substâncias tem uma função. A dopamina está envolvida na motivação, recompensa e no aprendizado. O GABA e o glutamato têm um papel importante nos processos cognitivos, assim como no aprendizado e na memória.

Efeitos

Grupo Recanto

O uso da maconha pode afetar a cognição, principalmente nas pessoas que têm transtorno por seu uso. Ele se caracteriza pelo desejo persistente de usar a droga e pela interrupção de atividades diárias, como trabalho ou estudo. É estimado que cerca de 10% dos usuários de maconha tenham os critérios para serem diagnosticados com esse transtorno.

No estudo, os pesquisadores testaram a cognição de 39 pessoas com o transtorno e as compararam com a de 20 pessoas que nunca ou raramente usaram maconha. Como resultado, os participantes com o transtorno tiveram um desempenho significativamente pior nos testes de memória quando comparados aos que nunca tinham usado a droga.

Além disso, o uso da maconha também afetou de forma negativa as funções executivas das pessoas, que são os processos mentais, como o pensamento flexível. Nesse caso, o efeito pareceu estar relacionado com a idade que as pessoas começaram a usar a maconha. Ou seja, quanto mais jovens, mais prejudicadas eram suas funções executivas. Outra deficiência vista nos usuários de maconha foram deficiências cognitivas leves.

Por mais que a maior parte dos estudos tenha sido feita com homens, existem evidências de diferenças entre os sexos quando o assunto é efeito da maconha na cognição.

“Mostramos que, enquanto a memória dos usuários do sexo masculino de cannabis era mais fraca para reconhecer visualmente as coisas, as usuárias mulheres apresentavam mais problemas relacionados à atenção e funções executivas. Estes efeitos atribuídos a cada sexo persistiram ao controlar a idade; QI; uso de álcool e nicotina; humor e sintomas de ansiedade; estabilidade emocional; e comportamento impulsivo”, disseram os pesquisadores.

Os efeitos cognitivos e psicológicos do uso da maconha dependem de vários fatores, como por exemplo, da dosagem, frequência, duração, força, sexo, vulnerabilidades genéticas e idade de início. Contudo, é preciso determinar se esses efeitos são temporários ou permanentes.

Segundo um artigo que resumiu vários estudos, no caso do uso leve de maconha, os efeitos vistos podem diminuir depois de períodos de abstinência. Mesmo assim, tem que se considerar os efeitos que a droga pode ter nos jovens com os cérebros ainda em desenvolvimento.

Fonte: Metrópoles,  UOL

Imagens: Jumper Brasil, O Globo, Grupo Recanto

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