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Nasce 1º bebê fruto de útero transplantado fora de estudos clínicos

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O momento do nascimento de um bebê é sempre muito esperado pelos futuros pais. Em alguns casos, ele é tido como um verdadeiro milagre. Um exemplo disso é esse bebê que nasceu de um útero transplantado e não sendo parte de um programa de testes científicos. A mãe, a americana Mallory, recebeu o órgão de uma doadora morta e deu à luz o seu filho em maio desse ano.

No entanto, a história da mulher só veio à público na segunda-feira dessa semana através da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, local onde Mallory fez o transplante do órgão no fim de 2021. E mesmo sendo uma universidade, ela não fazia parte de nenhum estudo científico. A mulher se voluntariou, assim como qualquer pessoa pode fazer através do site da universidade.

O caso de Mallory foi que ela nasceu sem o útero por conta de uma condição genética bem rara chamada síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser. Mesmo que ela tenha dado à luz esse ano, esse não é o seu primeiro filho. Ela é mãe de uma menina que nasceu via barriga de aluguel.

“Existem várias maneiras de aumentar sua família se você tiver infertilidade, mas o transplante de útero me permitiu realizar um sonho. Foi lindo ter a oportunidade de engravidar”, disse Mallory.

Transplante de útero

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As pessoas que quiserem receber o transplante de útero têm que passar por um processo que dura entre dois e cinco anos e é dividido em cinco etapas. Na primeira, faz-se a geração de embriões parecidos com a fertilização in vitro para que a fertilidade seja garantida mesmo se acontecerem complicações.

Depois disso, um transplante em que o útero é retirado do doador compatível e implantado na pessoa é feito. Então, seis meses, no mínimo, após a cirurgia, os embriões que foram preparados são colocados no útero para avaliar se o órgão consegue gerar um bebê.

O nascimento do bebê é através de uma cesariana planejada. Até porque, o órgão transplantado não tem as mesmas ligações neurais com a vagina. E se a fertilização não funcionar, a pessoa tem que esperar seis meses antes de tentar novamente.

Com o bebê nascido, o útero é removido. Isso acontece porque durante todo o tempo que a pessoa tiver o órgão dentro de si, ela tem que tomar remédios imunosupressores que acabam diminuindo a saúde do corpo.

“O transplante de útero é o único tratamento médico eficiente para a infertilidade do fator uterino e, apesar da segurança e eficácia, ele atualmente é inacessível a pacientes que não estejam participando de estudos”, disse Paige Porrett, diretora do programa de cirurgias da UAB.

Desde que essa técnica começou a ser usada, em 2014, foram feitas aproximadamente 100 cirurgias de transplante no mundo. Contudo, pouco mais da metade dos casos tiveram uma gestação saudável.

“Nosso objetivo é tornar este procedimento uma possibilidade acessível para todas as mulheres que querem vivenciar a gravidez e o parto, mas não podem por diversos motivos”, disse Anupam Agarwal, diretor da faculdade de medicina da universidade.

Bebê

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No caso de Mallory, seu bebê nasceu de um órgão que foi implantado nela. Mas existem casos em que o bebê precisa passar por cirurgias enquanto ainda está no útero da sua mãe. Felizmente, nesse caso, a criança conseguiu nascer saudável.

O caso aconteceu com a jornalista Polyana Resende Brant e o servidor público Tiago Resende Brant, ambos com 38 anos, no Distrito Federal, onde a família mora. O nascimento do filho deles, Ragnar, foi cheio de emoção. Isso porque, antes do bebê vir ao mudo, ele precisou passar por uma cirurgia inédita ainda dentro do útero da sua mãe. Claro que esse procedimento era de risco muito alto.

Quando Polyana estava no sexto mês de gestação, Ragnar foi diagnosticado com quadro grave de hidropsia. Essa é uma condição que desencadeia derrames pleurais, abdominais, subcutâneos, intracranianos, testiculares e sequestro pulmonar. Nesse caso, um tumor na caixa torácica estava sendo irrigado por uma aorta e chegou a pressionar o esôfago.

Tudo isso pode levar ao óbito fetal caso não seja feita uma cirurgia de caráter urgente. Então, depois de terem recebido o diagnóstico, Polyana e Tiago começaram a buscar tratamento.

No dia 22 de março, com a gravidez já em seu sétimo mês, o quadro tanto do bebê quanto o da mãe deu uma piorada e Polyana deu entrada no pronto-socorro do Santa Lúcia, por volta das nove e meia. A cirurgia que seria feita queimaria apenas o vaso que estava nutrindo o tumor.

Depois dessa cirurgia feita, o tumor diminuiu. Contudo, depois de uma semana ele voltou a crescer. Nesse momento, Polyana e Tiago, juntamente com as médicas, optaram por fazer uma nova cirurgia. Dessa vez, o procedimento seria inédito e queimaria o tumor inteiro.

Ao todo, foram quase quatro horas de operação, sem anestesia. Nesse momento, Polyana já estava com oito meses de gestação. “Seria a última chance de salvar o neném. Mas foi gratificante, porque funcionou”, contou ela.

“As coisas foram acontecendo de uma maneira muito divina, muito mágica, milagrosa. A prova do milagre é que o bebê não tem nenhuma cicatriz. Esse milagre foi completo. Ele tem nome de guerreiro não é à toa. Antes mesmo de nascer, ele enfrentou duas batalhas e venceu as duas”, continuou.

Finalmente, no dia 18 de maio de 2022, Ragnar nasceu de cesárea pesando 3,2 quilos e 49 centímetro. “Ele tem essa sede de viver”, finalizou Polyana.

Fonte: Metrópoles

Imagens: Metrópoles

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