Ciência e Tecnologia

Massa de partícula pode mudar tudo o que entendemos sobre a Física

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Mesmo com toda a sua precisão, até a Física pode precisar voltar atrás em suas concepções. E isso está em vias de acontecer graças a uma descoberta de cientistas do Fermilab Collider Detector sobre uma partícula subatômica.

Durante uma medição de massa, eles perceberam que o bóson W apresentava uma constituição mais pesada do que se pensava. Em suma, a diferença é de apenas 0,1% do que acreditavam ser. No entanto, essa pequena discrepância é o suficiente para desafiar o Modelo Padrão da Física.

Modelo Padrão da Física

A partir de 1930, os estudos de Física passaram a trabalhar com a ideia de que toda matéria se forma através de partículas fundamentais. Nesse sentido, esses fragmentos foram organizados em 17 tipos.

Além disso, cada uma dessas partículas possui uma “irmã” de antimatéria com carga elétrica oposta. Sendo assim, todas essas informações estão dispostas no Modelo Padrão da Física, uma tabela que reúne grande saber sobre essas unidades fundamentais.

Fonte: Brasil Escola

Durante todo esse tempo, estas referências previram com precisão os comportamento das propriedades dessas partículas. Porém, essa constância acaba de ser abalada com a medição de massa feita por cientistas de Chicago, no estado americano de Illinois.

Uma das unidades com definições do Modelo Padrão é o bóson W. Basicamente, essa partícula tem força fraca, estando presente na emissão de radiação por certos materiais.

Desvio do padrão

Através de um preciso procedimento, os pesquisadores concluíram que a massa real desse elemento é 0,1% maior do que o Modelo Padrão previa. Apesar da pouca diferença, essa variação tem grandes implicações na maneira de enxergar o funcionamento do Universo.

No momento, a Física entende que há quatro forças que regem os processos universais: a gravidade, o eletromagnetismo e as forças forte e fraca. Nesse sentido, a última está diretamente conectada com o bóson W. Portanto, todas as descobertas sobre essa força precisariam passar por revisões. Além disso, essa variação na massa poderia revelar a existência de uma quinta força básica.

Fonte: Ventrella / iStock

Um dos porta-vozes da descoberta, David Toback, disse à BBC: “se esses resultados forem comprovados por outros experimentos, o mundo parecerá diferente”. Nessa linha, Mitesh Patel, da Universidade Imperial College, de Londres, entende que a confirmação desses dados pode anular o Modelo Padrão como um instrumento de descrição da natureza.

Sendo assim, para o pesquisador, isso vai gerar um abismo no início, o qual, por outro lado, “também nos dá uma nova direção para nos ajudar a entender o que estamos vendo e como é a nova teoria da Física.”

Contestações

Em suma, dada as implicações das novas medições, a comunidade científica precisa ter certeza de que os dados procedem. A princípio, as medições da Fermilab são sim as mais precisas já existentes. Por outro lado, a segunda e a terceira colocadas nesse ranking apresentaram resultados que corroboram com o Modelo Padrão.

Por isso, os cientistas estão tratando a questão com cautela, e aguardam novos experimentos para assimilar o impacto da revisão. De acordo com Ben Allanach, físico teórico da Universidade de Cambridge, a medição de Chicago pode desagradar algumas pessoas, uma vez que outros procedimentos parecidos foram coerentes com a referência que se tem.

“Precisamos saber o que está acontecendo com a medição. O fato de termos dois outros experimentos que concordam entre si e com o Modelo Padrão e discordam fortemente desse experimento me preocupa”, disse o pesquisador.

A confirmação da real massa da partícula vai acontecer com a utilização do Grande Colisor de Hádrons. Esta, se resultar em uma coerência com o estudo de Chicago, poderá estabelecer as bases para uma nova teoria da física, tal como Einstein fez ao apresentar a Teoria da Relatividade.

Fonte: BBC.

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