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Vikings: radar encontra barco-túmulo enterrado na Noruega

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As tradições do povo viking se espalharam pelo mundo todo. Hoje em dia, quem vê um chapéu com chifres automaticamente lembra dessa população nórdica que viveu entre os séculos VII e XI. Nesse sentido, iremos apresentar mais uma tradição: os enterros em barco-túmulos.

Afinal, um radar de penetração no solo (GPR) encontrou este artefato na área de Øyesletta, durante a preparação da região para instalação de estrada. Além da embarcação, a tecnologia localizou outras sepulturas, o que desmentiu a tese de que todas as relíquias funerárias da região haviam sido perdidas.

Fonte: Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural (NIKU)

Radar de penetração no solo

De início, ressalta-se que a descoberta desses bens da Era Viking só foi possível graças a um método geofísico de emissão de pulsos, os quais emitem imagens por baixo da terra.

Assim, a tecnologia consegue montar perfis, mapas de vista ou até mesmo representações tridimensionais. A princípio, essa técnica se aplicou nos cálculos das espessuras das camadas de gelo no Ártico e na Antártica. Com o sucesso do método, ele se popularizou e alcançou novas funcionalidades.

Atualmente, o GPR possui aplicações diversas: avaliação do local da mina, investigações forenses, escavações arqueológicas, busca de minas terrestres enterradas e munições não detonadas. Nesse sentido, o radar emite fracos sinais de radiofrequência, e em seguida, detecta os ecos que retornam.

Com essas informações, o método consegue tatear a profundidade abaixo do solo e construir imagens do que não se pode ver sem escavar. Na área de Øyesletta, a finalidade era construir uma importante estrada na região. Porém, os operadores tiveram uma surpresa com alto valor histórico.

Barco-Túmulo

Ao olhar as imagens, os pesquisadores identificaram um barco de cerca de 9 metros de comprimento. Por estar enterrado, eles concluíram que se tratava de um barco-túmulo, uma tradição funerária da cultura dos vikings que ocupavam a região.

Além desse objeto, outros túmulos também vieram à tona com os registros do GPR. Como consequência, arqueólogos mudaram de ideia a respeito do acervo histórico da área. Afinal, eles pensavam que as sepulturas antepassadas haviam sido destruídas por métodos de agricultura dessa zona rural.

Fonte: Jani Causevic/NIKU

“Pensamos que todo o cemitério estava perdido para sempre. É emocionante que de repente nos deparamos com essa descoberta”, afirma Nils Ole Sundet, gerente de projetos do município de Agder.

De modo semelhante, a arqueóloga Jani Causevic também engrandece a revelação feita pela GPR. “Isso é incrivelmente emocionante. Tanto para encontrar tal descoberta, mas também para ver como o uso do georadar nos dá a oportunidade de explorar e documentar a história cultural através de métodos novos e emocionantes”, completa a funcionária do Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural (NIKU).

A propósito, este não é o primeiro barco-túmulo da cultura viking que pesquisadores noruegueses encontram. Nesse sentido, quem vai ao Museu de História Cultural de Oslo consegue visualizar uma das maiores embarcações.

Em suma, trata-se do Osenberg, um barco de quase 20 metros que tinha como finalidade servir de local de descanso eterno para algum rei ou rainha viking. Conforme fontes históricas revelam, essa era uma maneira deste povo se despedir de pessoas em posição de liderança nas comunidades.

Todavia, é difícil encontrar os tesouros que acompanhavam essas relíquias. Até porque, barcos são objetos grandes que chamam a atenção. Logo, se havia algumas riqueza neles, é provável que elas já foram saqueadas com o passar do tempo.

Era Viking

Basicamente, a perpetuação da Era Viking se deu na Escandinávia entre os séculos VII e XI. Na época, a população dessa região cresceu muito, logo, este povo dividiu suas terras e adotou hábitos estritamente camponeses.

Em síntese, as vidas dos escandinavos desse época se resumiam à agricultura, à caça e à pesca. No entanto, com o decorrer do tempo, comerciantes e artesão começaram a surgir. Junto com eles, cidades passaram a se erguer: Heibida, Ribe, Sigtuna.

Sendo assim, este povo subsistiu por 5 séculos, e neste período, assumiu lugar de referência na produção de navios para guerras marítimas. Portanto, as embarcações tinham importância central na cultura viking, o que pode justificar o uso delas em funerais.

Fonte: Só Científica, National Geographic.

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