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Médica que atropelou verdureiro diz que é ‘tratada diferente’ por ser ‘rica’

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Os médicos, em teoria, deveriam ser profissionais conscientes e altruístas, já que sua profissão consiste em ajudar o próximo, mas nem sempre essa é a realidade. Temos como exemplo a médica Letícia Bertoloni, que é ré por ter atropelado e matado o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em abril de 2018.

Em um vídeo que está circulando nas redes sociais, a médica diz que é “tratada diferente”, de forma negativa, por ser “médica e rica”. “Eu tenho muitas pessoas que me amam, que gostam de mim, que sabem o quanto eu sofro com isso tudo. Sabem que o meu caso é diferente porque eu sou médica, principalmente porque eu sou médica, porque eu sou rica, porque eu tenho dinheiro”, disse ela.

“Existe uma briga, uma guerra de rico e pobre nesse país, que parece que quando pode pegar um rico e colocar na cadeia, todo mundo fica feliz”, continuou. Depois disso, o vídeo termina.

Médica

G1

O perfil da médica no Instagram é fechado e o vídeo que tem circulado nas redes parece ter sido capturado por algum seguidor de Letícia. Esse seguidor escreveu em cima das imagens: “Médica que atropelou verdureiro diz que ser rica prejudicou julgamento : ‘a gente é tratado diferente'”. Além disso, atrás da imagem também é possível ler “se você forma opinião com base na mídia, tome cuidado”.

Na última segunda-feira, a Justiça de Mato Grosso determinou que a médica vá a júri popular pelo crime.

Caso

G1

Na ocasião, Francisco, de 48 anos, estava tentando subir com o carrinho de verduras na calçada e foi atingido pelo carro da médica que, de acordo com o Ministério Público, estava embriagada e dirigia em alta velocidade. O verdureiro morreu no local e a ré fugiu sem prestar socorro.

“Conduzindo veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão de influência de álcool, em velocidade incompatível com o limite permitido para a via, assim como assumindo o risco de produzir resultado, matou a vítima Francisco Lucio Maia”, disse o processo.

De acordo com a decisão da Justiça, tivera provas e indícios suficientes da autoria desse crime. Por conta disso, a médica responde por homicídio qualificado com emprego de meio que possa resultar perigo comum, além de omissão de socorro, já que ela saiu do local fugindo da sua responsabilidade e por ter dirigido embriagada.

Defesa

G1

Segundo Giovane Santin, advogado de Letícia, o processo seguiu seu caminho natural e ele está recorrendo da sentença. Além disso, o advogado da médica enviou uma nota ao G1 sobre o caso e o processo, segue na íntegra.

“É preciso analisar o contexto do processo antes de falar sobre o vídeo da minha cliente. A principal testemunha do caso é réu em ação penal na Comarca de Cuiabá (autos n. 0002129-10.2016.8.11.0042) e investigado pela prática de estelionato, além de ter marcado uma consulta com minha cliente na própria clínica a fim de obter vantagens para mudar seu depoimento. Todas essas informações foram juntadas ao processo. Era sobre isso que ela se referia quando falou sobre dinheiro no vídeo. Em respeito à dor das famílias, ficamos quatro anos em silêncio na imprensa. Nessa tragédia não existe uma vilã e muito menos uma guerra entre bons e maus. A irresignação da defesa é baseada em motivos estritamente técnicos, deduzidos no recurso em sentido estrito protocolado, notadamente porque as diversas questões sustentadas no processo – que poderiam conduzir à decisão diversa – não foram adequadamente apreciadas. Tem-se plena convicção de que a tragédia que vitimou o senhor Francisco Lucio Maia, por todos indesejada, não se tratou de conduta intencional, a ser classificada como crime doloso contra a vida. Assim, com o absoluto respeito e confiança, aguarda-se o reexame da causa pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso”.

Fonte: G1

Imagens: G1

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