Marte é um dos planetas mais explorados em nosso sistema solar, sendo o único a receber robôs da NASA com o objetivo de aprimorar a análise de campo. O quarto planeta do nosso sistema solar é, depois da Terra, o mais popular. Além disso, o sonho de colonizá-lo é alimentado quase que desde quando sua exploração começou.
Contudo, por mais que a Terra e Marte tenham algumas similaridades, eles são planetas completamente diferentes em vários sentidos. E mesmo o planeta não tendo condições para que a vida exista sem nenhuma interferência, como aqui na Terra, isso não nos impede de querer viver por lá.
Tanto é que a NASA construiu um habitat para simular o Planeta Vermelho e quatro voluntários foram para esse ambiente no Centro Espacial Johnson, em Houston, no Texas. A missão começou no final de junho e foi transmitida ao vivo pela NASA TV.
As quatro pessoas participando dessa missão são: Kelly Haston (comandante), Ross Brockwell (engenheiro de voo), Nathan Jones (oficial médico) e Anca Selariu (oficial de ciência). Na última terça-feira, eles completaram 100 dias na chamada Mars Dune Alpha.
O que fizeram nesses 100 dias?
Segundo o comunicado da NASA, nesse período a tripulação está fazendo vários tipos de atividades. Dentre elas, caminhadas espaciais simuladas, operações robóticas, manutenção do habitat, higiene e cuidado pessoal, exercícios físicos e cultivo de plantas.
Periodicamente, imagens de como está sendo essa experiência em “Marte na Terra” são capturadas e compartilhadas, mesmo que, na realidade, haja um atraso de até 22 minutos na comunicação entre os planetas.
As atividades feitas por eles são monitoradas através de um aplicativo que dá prompts e links de documentos para as coisas que a tripulação está programada para fazer.
“Isso ajuda a nos manter dentro do cronograma e também permite que o controle da missão saiba que concluímos tarefas”, disse a comandante Haston em e-mail.
De acordo com ela, a primeira coisa que cada um deles faz quando levanta, todo dia às 6h da manhã, é se pesar. “Os cientistas que analisam a simulação querem coletar o máximo de dados possível e também garantir que estamos nos mantendo saudáveis”, disse.
Marte na Terra
Essa foi a primeira de três simulações que a NASA quer fazer como parte do seu programa chamado CHAPEA, que é a sigla em inglês para Exploração Analógica da Saúde e Desempenho da Tripulação. As outras missões estão programadas para acontecer em 2025 e 2026.
O ambiente que se passa por Marte aqui na Terra tem 158 metros quadrados e é equipado com cozinha, área comum, estações de trabalho e dois banheiros. O local também tem uma área externa feita com murais de areia vermelha para imitar o ambiente do quarto planeta do sistema solar.
Os quatro voluntários irão morar nesse simulador de base espacial e também farão simulações de caminhadas espaciais. De acordo com a NASA, para isso, eles terão ajuda de um sistema de realidade virtual.
“Os conhecimentos que ganharemos aqui nos ajudarão a enviar humanos para Marte e trazê-los para casa em segurança”, disse Grace Douglas, principal pesquisadora do programa CHAPEA.
Como o objetivo da agência espacial norte-americana é fazer uma missão tripulada para Marte na década de 2030, seus pesquisadores já estão vendo quais podem ser os possíveis desafios dessa viagem, como por exemplo falhas nos equipamentos, atraso na comunicação, limitação de recursos e outros fatores que podem gerar um estresse no ambiente. Tudo isso é simulado nesse ambiente construído aqui na Terra.
Um outro experimento parecido com esse, só que menor, foi feito no começo de junho de 2023. Nele, nove astronautas espanholas ficaram 1 dia em um deserto em Utah, nos EUA, passando por situações inóspitas e parecidas com as que podem ser enfrentadas em Marte, dentre elas, uma baixa umidade e temperaturas muito extremas.
Fonte: Olhar digital, Estadão
Imagens: Olhar digital
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