Mito ou real: o ser humano usa apenas 10% do cérebro?

O cérebro é, sem dúvidas, um dos órgãos mais importantes, complexos e incríveis do corpo humano. Além da sua importância, ele vai sofrendo mudanças conforme a idade das pessoas. Por conta disso, se alguém estiver nos seus 20 ou 60 anos, é importante ficar atento em alguns cuidados e investir tanto na saúde física como na mental.

No entanto, independentemente da idade em que se esteja é bem provável que as pessoas já escutaram que os humanos usam somente 10% da capacidade do seu cérebro. Isso é algo empolgante no sentido de instigar a imaginação do que as pessoas conseguiriam fazer se pudessem usar os outros 90%.

Essa ideia é explorada no filme “Lucy”, de 2014, no qual a personagem de Scarlett Johansson sofre um acidente com uma droga sintética e começa a usar 100% do seu cérebro. Nessa jornada de “desbloqueio” de porcentagens do órgão, ela vai ganhando habilidades como o poder do pensamento e conseguir controlar o tempo.

Mas será que realmente as pessoas só usam 10% dos seus cérebros? Infelizmente, a resposta é não. A verdade é que o ser humano usa 100% da sua capacidade cerebral. E todas as funções do organismo obedecem os comandos dados pelo órgão. Isso quer dizer que a respiração, funcionamento do coração, as memórias que as pessoas adquirem e até mesmo ações simples, como abrir e fechar as mãos, exigem bem mais do que somente 10% do cérebro.

Origem dos 10%

Mistérios do universo

Segundo uma reportagem do VivaBem, a discussão a respeito do aspecto e funcionamento do cérebro começou no século XIX. Nessa época, as principais dúvidas eram sobre como o órgão raciocinava, percebia o mundo, emocionava-se, aprendia através das experiências e controlava o corpo.

Então, respostas foram surgindo, como por exemplo, as teorias localizacionistas que traziam a ideia de que as funções cognitivas estavam segregadas em locais específicos do córtex cerebral. Além delas, também existiam as teorias de equipotencialidade que sugeriam que as regiões do córtex cerebral podiam assumir qualquer função, contando que ele estivesse saudável.

Ainda de acordo com a reportagem, experimentos com a equipotencialidade foram feitos através de lesões corticais restritas e também estimulações corticais localizadas. Tudo isso fez com que os resultados fossem equivocados, o que consequentemente fez com que mais evidências a favor do localizacionismo surgissem.

A partir disso que começaram a aparecer explicações, como por exemplo, a dada pelo psicólogo e filósofo William James. Em 1908, ele fez um estudo chamado “The Energies of Men”. Nele, James afirma que os humanos usavam somente uma fração de todo o seu potencial mental, mas ele não falava qual porcentagem era essa.

A primeira vez que os 10% apareceram foi no prefácio do livro de autoajuda “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, escrito pelo jornalista Lowell Thomas. Essa obra de Dale Carnegie foi publicada em 1936.

Uso da capacidade cerebral

Quizur

A verdade é que todas as pessoas usam 100% da sua capacidade cerebral o tempo todo, seja para fazer algo simples ou alguma coisa mais complexa. Isso foi confirmado por alguns exames, mas evidências são encontradas de várias outras formas, como por exemplo, observando o metabolismo cerebral ou os prejuízos funcionais que acontecem por conta de desordens neurológicas.

Contudo, não é porque as pessoas usam 100% do cérebro que elas usam a totalidade da capacidade cerebral delas. Isso porque o desempenho para fazer tarefas depende dos níveis de atenção.

Outro ponto que é importante ressaltar é que o funcionamento do cérebro não está relacionado com o nível de consciência. Por isso que a diminuição da atividade mental consciente não é seguida pela diminuição da atividade cerebral. E mesmo quando está em diferentes níveis de consciência, como quando as pessoas estão dormindo, o cérebro continua trabalhando.

Cérebro saudável

R7

Sabendo de toda a importância do órgão e que ele é usado 100% a todo momento, é importantíssimo também conhecer formas de manter o cérebro jovem e saudável.

Nesse ponto, Emily McDonald, conhecida no TikTok como @emonthebrain, dá algumas dicas. A jovem é do Arizona, nos EUA, e viralizou na rede social com um vídeo em que ela contava três hábitos que, de acordo com ela, são benéficos para o cérebro. O mais curioso é que as coisas ditas por ela são respaldadas pela ciência.

A jovem é coach de mentalidade e consultora. A primeira dica dela é começar o dia sem mexer no celular. Isso pode parecer uma coisa simples, mas o “simples” fato de ver os e-mails que recebeu e ler o feed do Twitter, por exemplo, pode aumentar os níveis de estresse da pessoa.

“Quando você acorda, suas ondas cerebrais mudam de zeta para alfa. Essa mudança significa que nosso subconsciente está mais impressionável e qualquer conteúdo que você consome pode influenciar significativamente seus pensamentos e bagunçar seus níveis de dopamina pelo resto do dia”, explicou Emily.

Por conta disso, se a pessoa tem esse hábito é importante que ela o substitua por uma rotina que não estresse logo de manhã e mantenha o cérebro saudável.

“O que você alimenta sua mente, ela manifesta. Alimentar continuamente o seu cérebro com conversa negativa forma conexões neurais fortes, moldando a sua realidade”, pontuou ela.

“Há evidências avassaladoras de que o que você come afeta diretamente o seu cérebro. Alimentos ultraprocessados aceleram o envelhecimento do cérebro, e vamos ser honestos, ninguém quer isso”, concluiu Emily.

Fonte: Super cérebro, Mistérios do mundo

Imagens: Mistérios do universo, Quizur, R7