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Mulher é morta após uma discussão sobre a bandeira LGBTQIA+ pendurada em sua loja

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Fazer parte da comunidade LGBTQIA+ sempre foi algo difícil. Para começar, dentro de casa, e depois, fora dela. Mesmo no cinema e na TV, somente no final dos anos 1990 é que personagens começaram a se tornar mais aceitos pelo público. Contudo, ainda hoje, percebemos que é difícil que esses personagens existam. Mesmo assim devemos valorizar os que chegaram até lá.

Conforme o tempo vai passando, a comunidade LGBTQIA+ vai conquistando seus direitos para que, o que todos esperam que aconteça, um dia se alcance a tão sonhada igualdade. No entanto, mesmo que a caminhada esteja acontecendo, alguns atos ainda mostram o quanto o preconceito está presente.

Um exemplo disso foi o caso da dona de uma loja de roupas no sul da Califórnia, nos Estados Unidos, que foi baleada e morta depois de uma discussão a respeito da bandeira do orgulho LGBTQIA+ que estava pendurada do lado de fora do seu estabelecimento.

Caso

CNN

A mulher era Laura Ann “Lauri” Carleton, de 66 anos. De acordo com o Gabinete do Xerife do Condado de San Bernardino, ela morreu depois de levar um tiro na noite da última sexta-feira enquanto estava na sua loja, a Mag.Pi, na cidade de Cedar Glen.

O suposto atirador também acabou sendo morto depois de “um encontro de força letal” com a polícia depois que ele fugiu logo após o tiroteio. “Os detetives descobriram que o suspeito fez vários comentários depreciativos sobre uma bandeira de arco-íris que estava do lado de fora da loja antes de atirar em Carleton”, disse o comunicado.

Segundo a organização Human Rights Campaign, esse crime aconteceu em um momento em que pessoas LGBTQIA+ e seus aliados estão enfrentando ameaças e atos violentos por conta de “uma onda sem precedentes de legislações anti-LGBTQIA+ em 2023”.

“Os americanos LGBTQIA+ estão vivendo em estado de emergência. As ameaças crescentes enfrentadas por milhões em nossa comunidade não são apenas percepções – elas são reais, tangíveis e perigosas”, disse Kelley Robinson, presidente do grupo, em junho.

No caso de Laura, ela não se identificava como LGBTQIA+, mas era uma defensora de todos da comunidade, conforme informou a organização Lake Arrowhead LGBTQ+ em um comunicado. “Ela realmente vai fazer falta”.

“Isso é absolutamente horrível. Esse ódio nojento não tem lugar na Califórnia”, disse Gavin Newsom, governador da Califórnia, em uma publicação nas redes sociais

Homenagem

Independent

Paul Feig, diretor de Hollywood, fez uma homenagem a Laura e a chamou de amiga maravilhosa.

“Estamos todos devastados por seu marido Bort, sua família e a comunidade LGBTQIA+, para quem Lauri era uma verdadeira aliada. Essa intolerância tem que acabar. Qualquer pessoa que faça discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ deve perceber que suas palavras importam, que suas palavras podem inspirar violência contra pessoas amorosas e inocentes. Vamos todos seguir em frente com tolerância e amor”, escreveu ele em um post no Instagram.

A loja de Laura vende roupas, joias, sapatos e itens vintage. A carreira dela na moda começou cedo, quando ela ainda trabalhava na loja de roupas da família e estudava no ArtCenter College of Design, uma universidade particular de arte em Pasadena, Califórnia.

De acordo com o site da loja, ela e seu marido foram casados durante 28 anos e tiveram “uma família mista de nove filhos”.

LGBTQIA+

Wikipedia

Como dito, o movimento da comunidade foi crescendo com o tempo, e isso pode ser visto pelo tamanho de sua sigla. Ela começou bem pequena e cheia de tabus ao seu redor. Tanto é que, até meados dos anos 1990 ela era GLS, significando gays, lésbicas e simpatizantes da causa homossexual. Depois de anos ela começou suas mudanças e passou a ser LGBT. Nela, foi dada a visibilidade aos bissexuais, transexuais e travestis.

Com pouco tempo depois, o “+” veio ao final do LGBT e dava indícios do quão maior a sigla poderia se tornar e, de fato, se tornou. Tanto é que, nos últimos anos, a sigla tem aumentado cada vez mais para dar visibilidade a mais grupos. Hoje, ela tem quase 10 letras, sendo: LGBTQIAPN+

Na visão de Stela Cristina de Godoi, socióloga da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas, essa transformação na sigla é um reflexo das mudanças sociais e, principalmente, mostra a luta constante por representatividade.

Mesmo que seja uma sigla muito vista pelas pessoas, boa parte delas não sabe o que de fato quer dizer cada uma dessas letras. Conforme explica Godoi, essa sigla busca representar os diferentes grupos existentes por sua diversidade.

A primeira coisa é a respeito do sexo biológico, que são as características físicas e tudo aquilo que envolve o corpo. Isso inclui o masculino, feminino e intersexo. Depois, a representação da identidade de gênero, que é a maneira como as pessoas se identificam como seres psicossociais, incluindo o feminino, masculino, entre outros. E por fim, a orientação sexual, que diz respeito às pessoas com quem se relaciona.

Todos esses fatores são vistos na sigla atualmente. Para quem não sabe, mostramos aqui o que cada uma delas significa.

L – lésbicas: aquelas que se identificam como femininas e se relacionam com outras pessoas do mesmo gênero.

G – gays: quem se identifica como masculino e se relaciona com outros do mesmo gênero.

B – bissexuais: pessoas que se relacionam tanto com o gênero masculino como o feminino.

T – transexuais e travestis: aqueles que não se identificam com o gênero atribuído no momento do nascimento.

Q – queer: aqueles que não se identificam com os padrões que a sociedade impõe e não se limitam a um único gênero ou orientação.

I – intersexo: quem possui características biológicas do sexo feminino e masculino ao mesmo tempo.

A – assexuais: pessoas que não têm atração sexual, o que não quer dizer falta de libido, e nem há relação com questões psicológicas ou biológicas.

P – pansexuais: aqueles que se relacionam com pessoas de todos os gêneros.

N – não binários: aqueles que não se identificam com o gênero masculino e nem com o feminino. Eles podem se identificar com mais de um ou com nenhum.

Fonte: CNN, G1 

Imagens: CNN, Independent, Wikipedia

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