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O dólar é a moeda comumente mais usada no mundo todo para se basear o preço das coisas, além de ser uma das mais conhecidas e valorizadas. E o que muitas pessoas não sabem é que ela não é uma exclusividade dos EUA. Tanto é que vários países latino-americanos o adotaram como moeda oficial.
Em 2000, alguns países adotaram o dólar americano como sua moeda oficial. Por exemplo, Equador, sob a presidência de Jamil Mahuad, e depois El Salvador e Panamá seguiram a tendência. No entanto, a Argentina continuou com seu peso argentino, mas usa a moeda americana em vários modelos de negócio, enquanto que o Brasil nunca pegou esse caminho.
Assim, o Brasil continua firme usando o real. Mesmo com vários desafios, a moeda brasileira resiste. Mas o que aconteceria se o nosso país começasse a usar o dólar como moeda oficial?
Ao contrário de outras moedas regionais, o real é uma exceção internacional. Por mais que nos últimos anos ela tenha sofrido uma desvalorização em comparação ao dólar americano, nossa moeda conseguiu dar uma recuperada. De acordo com estudos feitos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a BBC News Brasil, o desempenho do real foi uma verdadeira montanha-russa.
Para se ter uma ideia, entre 31 de janeiro de 2020 e 29 de janeiro de 2021, o real perdeu quase 22% do seu valor em comparação com o dólar. Esse foi o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas no mundo. Contudo, o problema começou a ser resolvido a partir de agosto.
Mesmo que nossa moeda tenha continuado a se depreciar por volta de 5% contra o dólar, ela estava perto de se recuperar. Tanto é que, nos últimos meses de 2021, a moeda brasileira se valorizou em 5,6% contra o dólar.
Usando o dólar como moeda
Remessa
A chamada dolarização é um fenômeno com duas vertentes: a oficial e a informal. Na primeira é refletida a situação do Equador, já a outra é a situação em países que aceitam o dólar nas transações comerciais internas, como na Argentina.
Um dos motivos de um país adotar o dólar como moeda é a necessidade de conter a inflação. Isso porque com a dolarização, a inflação tende a se estabilizar, ainda mais em países que têm altas taxas inflacionárias.
Quando um país adota o dólar como sua moeda, ele vincula sua política monetária aos EUA. Como consequência, as taxas de inflação ficam mais perto das vistas nos EUA que, historicamente são mais baixas com relação ao resto do mundo.
Além disso, quando isso é feito quer dizer que o país renuncia por completo o controle sobre a política monetária. Então, o país não pode mais controlar suas taxas de juros ou emissão monetária, o que, claro, pode ser algo problemático, principalmente em tempos de crise econômica, momento em que a flexibilidade na política monetária pode ser vital.
No entanto, nem tudo é negativo. Usando o dólar como moeda oficial, isso pode aumentar a confiança dos investidores e cidadãos na economia do país, ainda mais se a moeda local estiver instável ou existirem dúvidas sobre a capacidade do governo de gerir a política monetária.
Essa mudança também pode deixar o acesso aos mercados financeiros internacionais mais fáceis, diminuir o custo dos empréstimos e também os riscos cambiais para o país.
Com o dólar como moeda oficial o país também pode fazer com que suas exportações fiquem mais caras para outros países, o que pode prejudicar a competitividade das suas indústrias. Ao mesmo tempo, as importações podem ficar mais baratas, o que é um benefício para os consumidores, mas pode prejudicar os produtores locais.
Posição do Brasil
Estadão
O Brasil escolheu manter o real como sua moeda oficial. Isso mostra que nossa moeda ainda pode operar de forma robusta no mercado internacional sem que o desempenho financeiro do país seja prejudicado.
Embora os resultados não tenham sido tão positivos quando comparados ao passado, o nosso país conseguiu controlar o mercado. É justamente esse sucesso que evidencia o compromisso do governo em sustentar uma base financeira sólida sem a necessidade de mudar a moeda para o dólar.
Fonte: Mistérios do mundo
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