Curiosidades

Mulher nasce sem parte do cérebro e se torna cientista

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Helen Santoro ainda era um bebê que estava sendo submetido a exames de rotina, entre eles, os testes de reflexos de sucção. Então, os médicos de um hospital de nova York, nos Estados Unidos, descobriram que o bebê sofria de um problema grave. Isso porque, quando a mulher ainda estava dentro do útero da mãe, sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico perinatal, o que afetou seu cérebro.

Portanto, ela nasceu sem o lobo temporal esquerdo do cérebro. Essa parte do órgão é responsável por vários fatores ligados ao comportamento, como o reconhecimento de emoções, memória e desenvolvimento da linguagem. Sendo assim, os médicos achavam que a menina nunca chegaria a falar, e também que teria deficiências físicas e precisaria, eventualmente, ser internada em uma instituição de cuidados paliativos.

Então, para entender melhor sua condição médica, os pais da mulher tomaram a decisão de inclui-la em uma pesquisa da Universidade de Nova York. No estudo, pesquisadores acompanhavam pacientes com o acidente vascular cerebral isquêmico perinatal.

“Mas, mês após mês, eu surpreendi os especialistas alcançando todos os marcadores de desenvolvimento típico das crianças da minha idade. Fui matriculada em escolas normais, me destaquei nos estudos e nos esportes. A capacidade de me comunicar, que preocupou os médicos quando eu nasci, se tornou uma das minhas paixões profissionais”, escreve Helen, em depoimento ao jornal The New York Times.

Quando chegou aos 15 anos de idade, ela foi dispensada do estudo. Apesar de ela não ter parte do cérebro, o órgão conseguiu aprender a compensar os problemas de alguma forma, então seus dados não se encaixavam com os de outros participantes da pesquisa.

Objeto de pesquisa vira pesquisadora

Porém, participar do estudo serviu para aflorar a curiosidade da própria mulher, que, aos 17 anos, solicitou um estágio no grupo de pesquisa. Lá, ela pôde ver e analisar os dados sobre seu próprio cérebro. Ela considerou as informações tão interessantes que decidiu se formar em neurociência na universidade.

Com seu próprio caso, ela descobriu que, ao contrário do que a ciência defendia no passado, parece que não é apenas uma região do cérebro que é responsável pela fala. Pesquisas recentes mostram que a linguagem está, provavelmente, distribuída pelo órgão inteiro.

Portanto, apesar de Helen viver uma vida completamente normal, ela decidiu participar de uma outra pesquisa. Desta vez, no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Agora, a ideia era acompanhar o desenvolvimento de oito cérebros considerados “interessantes” para compreender como funcionam sem algumas partes consideradas essenciais.

“Ainda penso sobre o estudo que eu participei quando era criança e todas as crianças que ficaram severamente deficientes por conta do AVC. Por alguma razão misteriosa, meu cérebro evoluiu em volta do lobo que está faltando enquanto outros não conseguiram”, conta a neurocientista.

Emilia Clarke revela que aneurismas afetaram seu cérebro

A atriz Emilia Clarke, famosa por interpretar Khaleesi Daenerys Targaryen, de Game of Thrones, passou por dois aneurismas, entre 2011 e 2013. Hoje, aos 35 anos, a atriz deixa claro a sorte que tem de estar viva e de conseguir falar.

Em entrevista à BBC em julho, ela declarou que tem uma parte de seu cérebro que “não existe mais”, no entanto, ela consegue desempenhar seu trabalho ainda.

“Foi apenas a dor mais excruciante, vômitos enormes, tentando recuperar a consciência. Fiquei dizendo falas minhas da série (Game of Thrones) na cabeça. Se você está vomitando e tem dor de cabeça, isso não é bom para o seu cérebro. Eu tinha 22 anos, mas foi útil ter Game of Thrones para me varrer e me dar esse propósito”, contou.

Recuperada, Emilia abriu o jogo sobre como os aneurismas afetaram sua vida de forma permanente. “Tem uma quantidade de meu cérebro que não é mais utilizável, e é notável que eu seja capaz de falar, às vezes de forma articulada, e viver minha vida completamente normal, sem absolutamente nenhuma repercussão. Estou na minoria muito, muito, muito pequena de pessoas que podem sobreviver a isso”, disse.

Fonte: Metrópoles

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