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O caso de racismo sofrido pelo humorista Eddy Jr.

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Estamos no século 21 e, infelizmente, o racismo ainda está presente na sociedade. Esse é um assunto importante e que devemos discutir diariamente, além de repassar para as nossas crianças. E uma das maiores dificuldades em combater o racismo é conseguir explicar que ele não existe somente em ofensas diretas e na diminuição de outras pessoas, mas que esse problema está presente em detalhes do nosso dia a dia.

Contudo, infelizmente ações explícitas de racismo ainda são vistas, como por exemplo, o caso mais recente que tomou a mídia e que aconteceu com o humorista Eddy Júnior no prédio que ele mora em um condomínio na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

O caso de racismo contra o humorista foi registrado pelo artista na Polícia Civil na quarta-feira. Prints de e-mails e registros manuscritos do edifício mostram algumas das diversas reclamações da aposentada que foi filmada com xingamentos racistas contra Eddy Júnior.

De acordo com os registros obtidos pelo G1, pelo menos desde maio a moradora escreve textos contra Eddy e o prédio. Neles, a mulher se queixa de supostas situações como gás cortado por “delinquentes”, animais e barulhos no apartamento do humorista, mesmo em dias que Eddy nem estava no local.

A moradora, Elisabeth Morrone, também escreveu sobre a necessidade de trocar as fechaduras do apartamento em que ela mora com seu filho e alega que o imóvel foi invadido.

Segundo o condomínio, através do seu advogado Diego Basse, as reclamações feitas por Elisabeth foram analisadas por uma equipe do prédio e foram consideradas improcedentes. O único ponto contatado foi com relação a eventuais barulhos. E eles tiveram encaminhamentos normais de acordo com a convenção do condomínio.

Ataque racista

G1

Na noite da segunda-feira dessa semana, Eddy Junior usou suas redes sociais para denunciar que tinha sido vítima de ataque racista. Depois do caso, um grupo de moradores do prédio fez um protesto pedindo a saída da agressora e de sua família do prédio.

Conforme foi flagrado por uma câmera de segurança, é possível ver Elisabeth Morrone com uma garrafa e o filho na porta do humorista fazendo ameaças com uma faca em punho.

Depois desse caso de racismo escancarado, Eddy saiu da sua própria casa e foi se hospedar em um hotel por segurança.

O humorista contou que é alvo dessa perseguição desde abril, quando começaram as reclamações e agressões verbais por um suposto barulho vindo do apartamento dele.

Reclamações contra a mulher

G1

Segundo Janaína Tozzi, uma das vizinhas de Eddy, existem relatos no prédio de que o filho da agressora, que é visto no vídeo com uma faca e ameaçando o humorista de morte, também tem ameaçado crianças do condomínio.

“Já ouvi falar [aqui no prédio] que o filho dela ameaça as crianças, acua as crianças porque não gosta delas. Ele amedronta as crianças. São relatos de antes de o Eddy vir morar aqui. O Eddy mora sozinho com uma cachorra e a cachorra dele nem late. Eu e os meus filhos incomodamos mais ele do que ele a gente”, disse a empresária.

Como Janaína é vizinha de porta do humorista, ela conta que testemunhou a maioria das agressões feitas por Elisabeth Morrone contra o artista. Ela ainda afirmou que se trata de um caso de puro racismo.

“Todos os fatos eu presenciei. Só não esse último, porque eu estava hospitalizada, quando ela o chamou de macaco. Dói na minha pele branca ouvir isso. Vocês não podem se acostumar com isso, gente. Isso não é normal. É racismo puro”, disse ela.

Posicionamento do prédio

Loft

De acordo com Diego Basse, advogado do Condomínio United Home & Work, a agressora irá ser multada em 10 vezes o valor do condomínio mensal do prédio. Além disso, ele disse que na época do ocorrido com a faca, em setembro, o condomínio já tinha multado a aposentada pelas ameaças ao humorista.

“O Código Civil prevê no artigo 1.337 que o condômino antissocial que cometer atos reiterados de incompatibilidade de convivência social poderá ser multado sumariamente. Nós já estamos aplicando essa multa, e uma assembleia extraordinária será convocada para ratificar essa multa e deliberar sobre outras providências. O valor do condomínio é de R$ 700 a R$ 800 por unidade. Então, nós vamos ter uma penalidade ali de aproximadamente R$ 7 mil a R$ 8 mil”, afirmou.

O advogado também disse que o condomínio vai sugerir na assembleia uma medida judicial de abstenção de novos atos e agressões por parte de Elisabeth Morrone. E no caso de uma nova agressão acontecer, essa medida judicial pode evoluir para a expulsão da mulher do prédio.

Racismo

G1

Em seu Instagram, Eddy afirmou que foi xingado de “macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso” quando tentou usar o elevador do prédio com a vizinha e a cachorra dele.

Nas imagens é possível ver a mulher discutindo com o humorista e ela se nega a subir no mesmo elevador que o jovem. “Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou [subir com ele]. Não quero”, afirmou a mulher.

Depois disso, ela fala várias ofensas contra o rapaz como  “imundo”, “cai fora, macaco”, “cai fora, bandido”, “cagão, bundão”.

“Era 2h da manhã, desci com a minha cachorra para ela fazer as necessidades. Na hora que eu ia subir, encontrei com essa vizinha. Foi uma coincidência muito grande. Eu ia entrar no elevador, e ela disse que não ia entrar no mesmo elevador que eu. Eu poderia usar o elevador do lado, mas não sou obrigado a mudar de lugar só porque uma mulher racista não quer que eu use o mesmo elevador que ela”, disse o humorista em entrevista.

“Antes de eu começar a gravar, ela falou várias coisas. Ela falou várias vezes: ‘Como você tem dinheiro para morar aqui?’, ‘Não sou obrigada a morar no mesmo lugar com esse tipo de gente igual você’”, contou.

Fonte: G1

Imagens: G1, Loft

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