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O que é a ‘geleira do fim do mundo’ e por que ela preocupa os cientistas

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Estamos constantemente lidando com os problemas decorrentes das mudanças climáticas, o aquecimento global que o diga, além de várias outras crises ambientais. O que não faltam são motivos para se preocupar com o futuro do nosso planeta. Um deles é a geleira de Thwaites, na Antártida, que há alguns anos causa grande preocupação entre os cientistas.

Ele é um bloco de gelo do tamanho do estado do Paraná que também é chamado de “geleira do fim do mundo”. O pior de tudo é que de acordo com um novo estudo, ele pode estar bem perto de se desligar do continente.

A geleira Thwaites está localizada na região do mar de Amundsen e é um bloco de gelo bastante importante no continente antártico. Tanto que, desde os anos 1970 ela tem sido monitorada pelos pesquisadores. Com isso, eles viram que desde 1978 a geleira perdeu entre 10 e 33% do seu tamanho por conta do derretimento.

O apelido que lhe foi dado tem um motivo bem claro. No caso de esse bloco de gelo se desconectar do continente antártico, o nível dos oceanos pode aumentar mais rápido do que se espera.

Para se ter uma ideia, o aumento do nível do mar seria de 63 centímetros. Ou seja, se isso acontecer, as regiões costeiras sofrerão uma inundação inevitável. Esse é um cenário realmente de fim de mundo, mas em quanto tempo esse aumento aconteceria? E quão rápido ele pode acontecer?

Derretimento da geleira do fim do mundo

Hypeness

De acordo com as medidas anteriores a respeito da geleira do fim do mundo, o estimado era que ela se deslocaria do continente, mas não se tinha uma precisão para entender a rapidez do degelo.

Portanto, os cientistas da Universidade de Gotemburgo decidiram pesquisar o estado da geleira no fundo do oceano. Como resultado, eles viram que ela está prestes a se tornar um iceberg.

“Thwaites está realmente se segurando hoje pela ponta dos dedos. Devemos esperar grandes mudanças em um futuro relativamente próximo”, disse o geofísico marinho Robert Larter, um dos coautores do estudo.

Sabendo que a geleira do fim do mundo tem pouco tempo para se descolar, o que isso significa? Um dia apocalíptico irá acontecer quando no descolamento? As medições anteriores esperavam que um aumento de 63 centímetros no nível do mar iria causar uma inundação quase que instantânea em todas as regiões costeiras da Terra.

Entretanto, de acordo com o que mostram novas pesquisas, o derretimento completo da geleira do fim do mundo aconteceria em aproximadamente seis meses. Isso dá tempo suficiente para que quem mora nas regiões litorâneas se desloque antes que o inevitável nível do mar suba.

O estimado é um aumento de 63 centímetros. Se ele fosse de 60 centímetros, de acordo com o observatório climático oficial do governo dos EUA, isso já destruiria boa parte da costa da Louisiana, no sul dos EUA, e afundaria algumas partes da Flórida. No Brasil, as cidades costeiras também sofreriam impacto com esse descolamento.

Sem gelo

Eco debate

O descolamento da geleira do fim do mundo já é muito preocupante. Mas e se todo gelo da Terra derretesse? Claro que não é preciso ser nenhum especialista para saber que isso teria consequências catastróficas. Mas o que aconteceria?

O fato é que 99% de todo o gelo de água doce do planeta está no topo da Groenlândia e da Antártica. Naturalmente, a cada ano, esse gelo derrete um pouco no oceano. Mas, é claro, em um quantidade segura. De forma natural, levariam centenas ou até milhares de ano para que todo esse gelo derretesse. Agora, imaginando que um fenômeno inesperado causasse um derretimento global maciço, da noite para o dia, podemos imaginar as consequências, e nenhuma delas é favorável.

Muitos de nós estaríamos dormindo enquanto o nível do mar subiria 66 metros em apenas um dia. Cidades costeiras do mundo todo se afogariam rapidamente em uma inundação apocalíptica. Isso forçaria até 40% de toda a população mundial a sair de suas casas, em meio a uma fuga.

Isso é só para começar. O caos acima do solo seria terrível, mas abaixo, também aconteceria algo igualmente sinistro. Isso porque a água salgada crescente se infiltraria nas reservas de água subterrânea, forçando o seu caminho para os aquíferos de água doce mais próximos. Isso mesmo, aqueles que fornecem água potável para os seres humanos. Sim, todos esses aquíferos seriam destruídos, o que é obviamente péssimo.

Só que isso nem é o pior de tudo. O 1% restante de água doce, que não faz parte do gelo da Groenlândia ou da Antártica, está em geleiras no interior. As geleiras do Himalaia representam uma das maiores ameaças dentro desse cenário hipotético. Isso devido ao que está preso no seu interior, que no caso, são produtos químicos tóxicos, como o diclorodifeniltricloroetano ou DDT.

E no caso do derretimento completo, essas geleiras liberariam esses produtos tóxicos em rios, lagos e reservas de água subterrânea. Isso causaria o envenenamento de cada um deles.

Permafrost

BBC

Outro problema devastador seria o degelo do que chamamos de permafrost, uma matéria orgânica congelada no solo há mais de dois anos. O problema mais imediato do derretimento desse gelo seria o envenenamento por mercúrio. Especialistas estimam que existam pelo menos 15 milhões de galões de mercúrio armazenados no permafrost do Ártico.

Além do mais, a matéria orgânica do permafrost é uma ótima refeição para os microrganismos. Depois de digerirem tudo isso, iriam soltar dois gases do efeito estufa: o dióxido de carbono e o metano. Segundo especialistas, isso poderia aumentar drasticamente os níveis atuais de gases do efeito estufa na atmosfera. Tal fato ocasionaria o aumento das temperaturas globais em 3,5 graus Celsius em comparação ao que é hoje.

Fonte: Hypeness, UOL

Imagens: Hypeness, Eco debate, BBC

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