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O que é o Planeta Vulcano? E, por que Einstein o ‘expulsou’ do céu?

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Você já ouviu falar no planeta Vulcano? Constantemente são descobertos planetas e exoplanetas em nosso universo, mas este é um que sempre gerou polêmicas, dúvidas e incertezas. Sendo procurado por cerca de 56 anos, acabou se transformando em um planeta hipotético, mas foi bem aí que surgiu o alemão Albert Einstein, com sua Teoria da Relatividade.

No ano de 1859, Urbain Joseph Le Verrier, que na época era o astrônomo mais famoso do mundo, disse o seguinte: “É um planeta, ou se preferir, um grupo de planetas menores que circulam na proximidade da órbita de Mercúrio“. Para ele, apenas um planeta poderia produzir uma perturbação tão anormal quanto a que se vê em Mercúrio. Ele não foi o primeiro a imaginar a existência de Vulcano.

No ano de 1846, um diagrama do Sistema Solar que foi desenvolvido para escolas e academias já representavam o tal planeta escondido. Embora já tivesse sido mencionado outras vezes, foi apenas pela reputação de Le Verrier que a hipótese ganhou força e crédito perante a comunidade científica mundial.

Longe do Sol

Apenas para que você tenha uma ideia, o astrônomo já havia apresentado, 13 anos antes, uma hipótese de que existiria algum planeta que perturbava Urano. Johann Galle, do Observatório de Berlim, recebeu uma carta no dia 23 de setembro de 1846, onde Le Verrier contava suas suspeitas. Desde esse dia, também passou a se dedicar na expectativa de encontrar o tal planeta desconhecido. E adivinha só? Encontraram! Tratava-se de Netuno.

Neste caso, Urano possuía certa divergência em sua órbita, assim como Mercúrio. Tal fato não poderia ser causado simplesmente pela força gravitacional do Sol, ou de outros planetas já conhecidos.

Partindo do pressuposto descrito na lei gravitacional universal – de 1687, por Isaac Newton, que diz: “Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade” – Le Verrier supôs a presença de um corpo celeste localizado mais longe ainda do que Urano. Desta forma, conseguiu descobrir outro planeta e ao mesmo tempo, se consagrar como um verdadeiro expoente da ciência.

Na tentativa de descobrir o mistério por trás de Mercúrio, o astrônomo utilizou do mesmo princípio. Quando calculou a influência de atração gravitacional de Júpiter, Marte, Terra e Vênus, todas as informações calculadas sobre Mercúrio pareciam estar levemente erradas. Algo muito estranho acontecia.

Supostamente, Mercúrio não estava posicionado no local onde as projeções feitas há anos atrás indicavam. A ideia de que poderia haver um planeta por ali apenas ganhou ainda mais força. Bastava encontrá-lo… Tratava-se de Vulcano!

Próximo ao Sol

Desde então Vulcano se transformou no planeta mais procurado pela astronomia, ao mesmo tempo que deixava para todos os cientistas um grande enigma. Edmond Modeste Lescarbault, um renomado médico da época com interesses por astronomia, acabou avistando algo estranho passando pelo sol. Era um ponto preto que nunca havia visto antes.

Pouco tempo depois, o médico soube a respeito das especulações de Le Verrier em relação a Vulcano. Decidiu então enviar-lhe uma carta relatando tudo que pôde verificar sobre o ponto preto que viu. O renomado astrônomo recebeu a carta e fez uma visita ao médico, analisando todo o equipamento que foi utilizado, inclusive as anotações. Foi então no início da década de 1980 que anunciaram empolgados, a descoberta do então desconhecido Vulcano!

Por mais que já tivessem anunciado o fato, ainda seria necessário que um especialista independente confirmasse a existência. Para o azar de todos, Vulcano sempre foi um planeta difícil de ser visto. A partir daí muitos astrônomos foram em busca do planeta. Por incrível que pareça, ao longo da história sua existência foi negada e confirmada inúmeras vezes. Até o século 20 as especulações continuaram, sem nada que pudesse afirmar algo com certeza… Pelo menos, até novembro de 1915.

Einstein e sua relação com Vulcano

Nessa época a incansável busca pelo planeta escondido chegou ao fim, na Academia Prussiana de Ciências. Com a publicação da Teoria da Relatividade, muito do que se sabia em relação ao universo se tornou uma grande bagunça. Pouco tempo antes de torná-la pública, Einstein a utilizou para explicar o que acontecia na órbita de Mercúrio.

Em depoimento dado por Thomas Levenson, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), à National Geographic, ele conta que Einstein não apenas dizia que possuía os melhores cálculos, mas também que “precisam mudar completamente a ideia que têm das característica da realidade“.

De acordo com a Teoria da Relatividade, o tempo e o espaço não são estáticos, e isso justificaria a inconstância na órbita de Mercúrio. Segundo Einstein um objeto maciço, que no caso seria o sol, seria capaz de simplesmente alterar o trajeto da luz e ainda dobrar o tempo e espaço. Deste modo, quando um raio passa perto do sol, viaja por um trajeto curvo.

Levenson diz que “negar a existência de Vulcano foi central para Einstein, porque mostrou que essa ideia estranha e radicalmente nova dele de que o espaço e tempo fluem, é realmente o caminho certo para ver o universo“. O que acontecia com Mercúrio era apenas que ele se movia por uma distorção do espaço-tempo.

Em 1975, o autor Isaac Asimov publicou: “Vulcano foi expulso do céu astronômico para sempre“, em seu ensaio científico intitulado de O Planeta que não era.

E então pessoal, o que acharam? Já tinham escutado falar no planeta em questão? Sabiam que Einstein foi o grande responsável por “expulsá-lo” do céu? Compartilhem suas ideias com a gente aí pelos comentários!

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