Curiosidades

O que há no ponto mais profundo do Atlântico? Quem esteve lá conta

0

O nosso planeta esconde segredos que nem mesmo os maiores cientistas conseguiram compreender. Por causa de sua imensidão e tempo de vida, diversas coisas ainda são segredos para nós. Um local que é cheio desses segredos é o oceano. Além de fenômenos curiosos, ele tem chance de ser uma das partes mais inexploradas do planeta.

No entanto, isso não quer dizer que pessoas nunca foram até lá. Por exemplo, Victor Vescovo, milionário explorador norte americano, que foi até o lugar mais profundo do oceano Atlântico sendo o primeiro ser humano a descer até esse ponto. Ele descreveu o local como “silêncio, um relaxante silêncio”.

O milionário estava a bordo de um submarino especial que ele mesmo mandou construir com esse objetivo. Ao todo, foram duas horas e meia para descer 8.376 metros que separam a superfície do ponto mais baixo da Trincheira de Porto Rico. Essa trincheira é o nome do fenda que existe no solo do oceano Atlântico.

Pontos mais profundos

UOL

Claro que Vescovo vibrou com essa experiência inédita, até então. “Como eu estava sozinho no submarino, foi muito relaxante descer, devagarinho, e tocar o verdadeiro fundo do Atlântico. Foi um momento de muita tranquilidade e extremo silêncio”, disse.

Essa não foi a primeira aventura do milionário. Ele já caminhou até os dois polos da Terra e escalou as sete maiores montanhas do mundo, incluindo o Monte Everest. Tanto que ele faz parte de um pequeno grupo, de 17 pessoas, que conseguiram escalar a maior montanha do mundo.

Agora, Vescovo quer explorar os cinco pontos mais profundos dos cinco oceanos da Terra. Desses, quatro nunca foram visitados pelo ser humano. O primeiro deles, o da Trincheira de Porto Rico, no Atlântico, já foi conquistado.

“Lá embaixo, a escuridão é total e o silêncio, absoluto. É um ambiente que traz paz de espírito”, contou.

Exploração dos oceanos

UOL

No próximo mês, Vescovo irá tentar chegar no fundo da Fenda das Ilhas Sandwich, a 8.428 metros de profundidade, perto da Antártica. Esse local é praticamente inexplorado até hoje e nunca foi visto por olhos humanos. Se o milionário conseguir, ele espera que a comunidade científica reconheça o seu esforço e batize a fenda com seu nome.

“Nossa ignorância sobre os mares é dramática. Quatro dos pontos mais profundos dos cinco oceanos do planeta jamais foram visitados pelo homem”, pontou.

Depois disso, ele quer ir para as profundezas da Fenda de Java, no oceano Índico, que está a 7.290 metros de profundidade, de Molloy, no Ártico (5.573 metros abaixo da superfície). Por fim, a mais profunda de todas, a Fossa das Marianas, no Pacífico, que chega a 11.034 metros debaixo d’água.

“Sempre gostei de desafios. Meu objetivo, agora, é chegar aos limites submarinos”, explicou o milionário.

Ao todo, Vescovo gastou aproximadamente 150 milhões de reais para construir o mini-submarino que tem um casco de titânio de nove centímetros de espessura. Com ele, o milionário que ir até os pontos mais profundos dos oceanos “para ajudar a ciência a compreender o que há neles”. E claro, buscando um pouco de fama também.

“Esta expedição fará história, tanto tecnicamente quanto cientificamente”, disse.

O projeto dele irá gerar imagens inéditas e mapas detalhados dos locais que ele visitar. Tudo está sendo acompanhado por equipes do canal Discovery e ao final será produzido um documentário que será lançado no começo do ano que vem, depois que Vescovo completar todos objetivos.

Conhecimento

Socientifica

Tanto o espaço como o oceano chamam bastante a atenção por um fator em comum: os dois são cheios de mistério. Além disso, o ser humano não consegue viver em nenhum desses ambientes por não estar adaptado a eles.

É justamente isso que faz com que eles tenham suas restrições e impeça as pessoas de explorá-los livremente sem a ajuda de tecnologias específicas. Contudo, isso não fez com que a curiosidade sobre esses locais fosse embora, muito pelo contrário, a aumentou.

Oceano

E se esses dois ambientes apresentam suas dificuldades para serem explorados, qual será que se conhece mais, o espaço ou o oceano? Os oceanos do nosso planeta são bastante vastos e não apenas no tamanho, mas também em sua profundidade. Além disso, eles são 70% da superfície da Terra, sendo 45% somente o oceano pacífico.

Para se ter uma noção, a profundidade média dos oceanos é de 12.100 pés, 3.688 metros, sendo o local mais profundo as Fossas Marianas com 10.935 metros. E nem mesmo a montanha mais alta do planeta, o Monte Everest, consegue chegar na parte mais profunda do oceano.

Por conta de todo seu volume e tamanho, é fácil entender o motivo pelo qual seria quase impossível explorar a totalidade dos oceanos do planeta. Mas eles não são os únicos fatores que dificultam. Suas temperaturas frias e pressão da água, que é capaz de esmagar uma pessoa, também dificultam a exploração.

É certo que os avanços tecnológicos permitiram que o ser humano explorasse os oceanos de uma maneira nunca vista antes. Contudo, mesmo assim só foi possível explorar aproximadamente 5%. Em termos práticos, isso quer dizer que o ser humano mapeou somente 35% da superfície do nosso planeta, sendo os outros 65%, que estão nos oceanos, um verdadeiro mistério.

Espaço

Da mesma forma que o ser humano não consegue sobreviver no oceano, ele também não pode sobreviver no espaço sem a ajuda de tecnologias específicas. Por conta disso, a exploração dele também é complicada. Além do fato de as viagens espaciais serem extremamente caras.

Mesmo assim, o espaço pode ser observado através de telescópios, coisa que não dá para ser feita nos oceanos. Por conta disso, somente no nosso sistema solar, os cientistas conseguiram fazer o mapeamento de todos os planetas, além de mapas da superfície de Mercúrio, Vênus e Marte.

Por conta disso, muitas pessoas podem ter a impressão que o ser humano explorou mais o espaço do que o oceano. Contudo, existe um fator bem importante a ser levado em consideração. Mesmo que os oceanos do nosso planeta sejam enormes, eles não se comparam com a vastidão do espaço. Até porque, o tamanho dele é tão grande que vai muito além do que o cérebro humano pode imaginar.

Embora os telescópios tenham dado a possibilidade de ver a maior parte do universo visível, sua maior parte é composta por matéria e energia escura que não interage com a luz, ou seja, faz com que elas sejam invisíveis aos olhos humanos.

Então, considerando que o ser humano explorou a maior parte do espaço visível, isso corresponderia a aproximadamente 4% de todo o universo. Sendo os 96% restantes compostos por matéria e energia escura.

Isso mostra que tanto o espaço como os oceanos ainda são cheios de mistérios para a humanidade e, ao que tudo indica, a porcentagem explorada de cada um deles foi praticamente a mesma. E conforme a tecnologia for fazendo os seu avanços, o mais provável é que novas e mais coisas serão descobertas nesses dois ambientes.

Fonte: UOL, Socientifica

Imagens: UOL, Socientifica

Apple TV+ lançará nova série de ficção mais aguardada em anos

Artigo anterior

A viagem no tempo já acontece? O que sabemos até agora, segundo a Física

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido