Ciência e Tecnologia

Aparentemente nossos oceanos podem ter vindo do espaço, entenda

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Amostras coletadas do asteroide Itokawa foram enviadas de volta à Terra pela sonda Hayabusa do Japão. Para surpresa dos pesquisadores, elas acabaram revelando um grande segredo: elas são ricas em água. Os cientistas analisaram os pequenos fragmentos e, pela primeira vez, mediram a quantidade de água em seu interior.

Com as análises, eles concluíram que asteroides como o Itokawa, que vêm bombardeando a Terra há bilhões de anos, poderiam ser responsáveis por até metade da água dos oceanos. Hoje em dia, eles possuem uma massa de 1,4 x 10²¹ kg.

“Descobrimos que as amostras que examinamos foram enriquecidas em água em comparação com a média dos objetos internos do sistema solar”, disse Ziliang Jin, da Universidade Estadual do Arizona.

As amostras

A sonda japonesa pousou no asteroide em 2005, coletando amostras de minerais para trazer à Terra. Elas chegaram em 2010, cuidadosamente embaladas em uma cápsula especial que as protegia do calor da reentrada da sonda em nossa atmosfera.

O Itokawa é um asteroide do tipo S e é composto de minerais silicosos. Ele pertence ao segundo tipo mais comum de asteroide em nosso Sistema Solar. Acredita-se que ele tenha se separado de um pedaço ainda maior de rocha em uma colisão. O Itokawa orbita o Sol na região interna do cinturão principal de asteroides. Nessa localização, os asteroides silicosos são muito comuns.

Os asteroides são relíquias de um antigo Sistema Solar, remanescentes do disco protoplanetário que girava em torno do nosso Sol quando ele ainda era um “bebê”, o qual formou nossos planetas. Esses corpos rochosos podem nos dizer muito a respeito da composição do Sistema Solar quando ele ainda estava se formando.

Segundo teorias mais recentes, algo mais aconteceu naquela época. Chamado de Intenso Bombardeio Tardio (IBT), foi um hipotético evento onde um número incrivelmente alto de asteroides atingiu os planetas internos. Esses asteroides, acreditam os cientistas, trouxeram uma grande quantidade de água. O que ajudou a moldar o planeta que amamos e vivemos atualmente.

Antes, acreditava-se que os asteroides do tipo C, carbonosos, eram os responsáveis por isso. Esse tipo de asteroide pode ser encontrado nas regiões externas do cinturão de asteroides. O teor de água do Itokawa permaneceu inexplorado até que Ziliang e seu colega, Maitrayee Bose, tivessem a ideia de fazê-lo.

“Até que propusemos, ninguém pensou em procurar água”, disse Bose. “Estou feliz em informar que nosso pressentimento valeu a pena”.

Foram fornecidas à dupla cinco partículas preciosas do asteroide pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA, na sigla em Inglês). Em duas delas, foi encontrado piroxena – mineral que, na Terra, contém água em sua estrutura. Entretanto, condições extremas espaciais e do cinturão de asteroides poderiam ter removido muito, se não toda a água das peças.

Descobertas

Um Espectrômetro de Massa de Íons Secundários em Nanoescala (NanoSIMS, na sigla em inglês), da Universidade Estadual do Arizona, foi utilizado pela equipe para determinar o quanto de água havia sobrado. Como visto por eles, havia muita água. 698 a 988 partes por milhão. Isso mesmo após a correção de perda de água devido a impactos e processos internos que teriam aumentado a temperatura do Itokawa. Fato que sugere que o asteroide do qual o Itokawa se separou tinha teor de água de 160 a 510 partes por milhão.

Não sabemos como se formou o Itokawa, mas os cientistas montaram um provável cenário. Segundo eles, o mesmo era parte de um asteroide de ao menos 20 quilômetros de diâmetro. Em algum momento, tal asteroide foi aquecido entre 540 e 815 graus Celsius. Uma grande colisão pode tê-lo separado em diversas partes. Duas peças se uniram e formaram o asteroide com cerca de 550 metros de comprimento. Esse tem sido seu tamanho há cerca de 8 milhões de anos.

As amostras foram coletadas pela Hayabusa, em uma região lisa e poeirenta do asteroide. “Embora as amostras tenham sido coletadas na superfície, não sabemos onde esses grãos estavam no corpo original do asteroide”, disse Jin. “Mas nosso melhor palpite é que eles estavam enterrados a mais de 100 metros de profundidade”.

Além da água retida, a dupla descobriu que os próprios minerais têm composições isotópicas de hidrogênio, que são iguais as das rochas encontradas na Terra, e outros corpos internos do Sistema Solar. Isso significa que esses corpos provavelmente compartilham uma fonte de água. Além de que, os asteroides do tipo S são fornecedores de água e outros elementos aos planetas. “Isso torna esses asteroides alvos de alta prioridade para exploração”, disse Bose.

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