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O Último Dia de Mussum

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Quem já era nascido nos anos 1990, com certeza, deu muitas risadas assistindo “Os trapalhões”. O grupo de humoristas era composto por Didi, Dedé, Zacarias e Mussum. Esse último citado, além de ser um dos melhores humoristas brasileiros, também era um excelente músico. Porém, em 1994, por causa de um problema de saúde, o incrível Mussum acabou nos deixando. E hoje, vamos contar um pouco sobre como foi a vida desse grande artista e do seu último dia de vida.

“Todo mundo vê os porris que eu tomo, mas ninguém vê os tombis que eu levo!”. “Negão é teu passadis!” Esses eram alguns dos bordões de Mussum. Mas, diferente do que muita gente pensa, ele não era apenas um humorista. Todavia, também era um músico e dançarino de dar inveja em muita gente. Antônio Carlos Bernardes Gomes era negro, pobre, filho de empregada doméstica. Nascido e criado no morro. Esse era Mussum, um grande personagem da televisão brasileira.

Apresentação de Mussum

Antônio Carlos nasceu no dia 7 de abril de 1941, no morro de Cachoeirinha, em Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Filho de Malvina Bernardes Gomes, que aprendeu a ler com o filho, Mussum foi criado em meio à pobreza. Ele terminou o primário no ano de 1954. Logo em seguida, começou a estudar mecânica no Instituto profissional Getúlio Vargas. Seu curso de mecânico terminou em 1957, e logo ele arrumou um emprego.

Mussum trabalhava em uma oficina no Rocha, zona norte do Rio de Janeiro. No entanto, depois de um tempo trabalhando, Antônio Carlos entrou para a Força Aérea Brasileira. Ele permaneceu na Força Aérea por oito anos, chegando a ser cabo. No início dos anos 1960, criou, junto com amigos, o grupo Os Sete Morenos. Depois de sair da Força Aérea, Mussum começou sua carreira na televisão. No ano de 1965, ele se tornou humorista. Começou no programa Bairro Feliz, na Rede Globo, que era exibido ao vivo e misturava música e humor.

Uma dúvida é: se ele se chamava Antônio Carlos Bernardes Gomes, por que seu apelido era Mussum? E aqui vai um grande fato curioso sobre esse artista. Dizem que foi o ator Grande Otelo quem deu esse apelido para ele. Era uma referência a um peixe de água doce, escorregadio e liso. O que isso tem a ver com ele? Segundo Grande Otelo, Mussum tinha a habilidade de sair facilmente das situações mais embaraçosas.

Alavancando a carreira

No ano seguinte, o artista foi convidado por Chico Anysio para trabalhar na TV Tupi, na Escolinha do Professor Raimundo. E foi exatamente nessa época que ele criou o seu vocabulário inconfundível. Era sua marca registrada pronunciar as palavras com a última sílaba terminada em “is”, como “calcildis” ou “forevis”. Ainda na década de 1960, Mussum teve participações em programas da TV Excelsior e na TV Record.

Durante o início dos anos 1970, na TV Record, Mussum contracenou pela primeira vez com Didi e Dedé, no programa Os Insociáveis. No ano de 1974, o trio começou um programa de três horas de duração, intitulado como “Os Trapalhões”. Depois de um tempo, Mauro Gonçalves, o saudoso Zacarias, entrava para o grupo. E assim, estava formado o quarteto que mais arrancou risadas dos brasileiros.

Em 1976, Os Trapalhões foram contratados pela Globo e assim, o sucesso ficava cada vez mais alavancado. O programa Os Trapalhões ficou no ar até o ano de 1994, e até o ano de 1995, foram exibidos os melhores programas do quarteto desde 1977. Mas a carreira de Mussum não foi feita apenas na televisão. Ele conciliava a vida na televisão com sua carreira no samba. Nos anos 1970, o sambista ingressou no grupo Originais do Samba, onde fez sucesso com várias músicas, como “O Assassinato do Camarão”, “A Dona do Primeiro Andar”, “O Lado Direito da Rua Direita”, “Esperança Perdida”, “Saudosa Maloca” e “Falador Passa Mal”.

É bem provável que vocês conheçam várias músicas dessas que eu acabei de citar, mas não sabiam que eram cantadas pelo grupo Originais do Samba, confere essa informação?

Saindo do grupo

Bom, mas infelizmente chegou a um ponto onde o Trapalhão não conseguia mais conciliar as atividades da televisão com o samba. No ano de 1981, Mussum decidiu deixar o grupo e se dedicar apenas a carreira de humorista. Segundo ele mesmo relatou em entrevistas, os fãs do grupo de samba estavam indo aos shows mais para escutar suas piadas do que para ouvir as músicas. Em um caso específico, durante um show no estado de São Paulo, o show foi anunciado como “o trapalhão Mussum e os Originais do Samba”. Com esse fato, o artista percebeu que as coisas estavam se misturando e que era melhor ele seguir apenas um caminho.

Na verdade, ele saiu do grupo, mas nunca se afastou da música. Além de gravar álbuns solos e trilhas de filmes, virou diretor de harmonia da ala das baianas e instrutor da ala mirim da Mangueira. Quando ele passou a se dedicar apenas aos Trapalhões, também começaram a vir os filmes. O primeiro já havia sido feito, em 1976, chamado O Trapalhão no Planalto dos Macacos. Depois, foram feitos mais de 20 filmes com o quarteto, sendo que o último foi Os Trapalhões e a Árvore de Juventude, no ano de 1991.

Durante todos esses anos de carreira, Mussum chamava muita a atenção por seu talento tanto na música quanto nas atuações. Muitos diziam que o sambista era quem fazia os trapalhões serem engraçados, Mussum era como a cereja do bolo, a peça fundamental para fazer as pessoas rirem. Mas, como nada nesse mundo é perfeito, o humorista começou a ter problemas sérios de saúde, o que ocasionou a sua morte.

Influências de Mussum

O falecimento de Mussum foi um evento rápido e inesperado. Mussum sofria de miocardiopatia dilatada, uma doença do músculo cardíaco, caracterizada por uma dilatação ventricular. Essa condição gerava uma progressiva redução da capacidade de bombear sangue, pelo ventrículo esquerdo ou por ambos ventrículos. Essa é uma doença complicada e, no caso de Mussum, exigia que ele fizesse um transplante de coração urgentemente.

O Trapalhão então foi internado no Hospital de Beneficência Portuguesa, na cidade de São Paulo, no dia 7 de julho. A divulgação de que Mussum precisava de um transplante cardíaco teve um efeito impressionante na cidade de São Paulo. Houve um aumento em 700 por cento do número de órgãos disponíveis para transplante na capital paulista. Segundo os dados, cerca de cinco pessoas se ofereciam diariamente como doadores à Comissão de Transplantes de Órgãos. Depois que foi anunciado que o cantor e humorista precisava do transplante, esse número subiu para 40 por dia. Mussum esperou apenas uma semana entre o diagnóstico, que indicava que ele precisaria de transplante, e a doação.

Uma família do estado do Tocantins doou o coração de seu filho, Darlinton Fonseca de Miranda, de 23 anos, que tinha morrido em consequência de um acidente de moto. Segundo os médicos, se Mussum não fosse uma pessoa conhecida, ele teria que entrar em uma fila que tinha cerca de 150 pessoas. Na época, cerca de 40% das pessoas que estavam na fila morriam antes de receber o novo órgão.

Esperança

Todos acharam que Mussum sairia bem dessa, pois foi um verdadeiro sucesso! A operação foi feita no dia 12 de julho, aconteceu como esperado e não houve rejeição aguda. Parecia que ele estava a salvo. Entretanto, Mussum passou a apresentar complicações dias depois da cirurgia. Primeiro, aconteceu um acúmulo de coágulos sanguíneos no tórax do humorista. Os médicos fizeram um procedimento para tentar tirar os coágulos.

Em 22 de julho, 10 dias após o transplante do coração, uma infecção tomou conta do pulmão de Mussum. Em seguida, os rins do Trapalhão pararam de funcionar e dias depois, a infecção do pulmão se espalhou para os outros órgãos. Em 29 de julho de 1994, às 2 e 45 da manhã, Mussum, deixou este plano. O Brasil já estava arrasado com a morte de Ayrton Senna, que aconteceu no dia 1 de maio. Meses depois, foi a vez de Mussum. Duas perdas imensuráveis para o esporte e para o humor brasileiro.

O enterro de Mussum aconteceu no cemitério Congonhas, na zona sul de São Paulo, e contou com a presença de cerca de 600 pessoas. Doze integrantes da Escola de Samba Mangueira, onde Mussum desfilou por 40 anos, foram à São Paulo para acompanhar o funeral do humorista. O humorista se foi, mas deixou um legado incrível. Mesmo morrendo em 1994, até hoje, as pessoas lembram com alegria das suas piadas. Inclusive, há uns anos atrás, surgiram na internet milhares de memes, como “Steve Jobis”, “James Bondis”, “Sexto Sentidis”, “Pink Floydis”,  “Nirvanis”, e até “Harry Potis”. Veja essa história em um vídeo do nosso canal

Vídeo

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