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O Papa João Paulo I foi proclamado beato no último domingo (04/09) em cerimônia na Praça São Pedro, no Vaticano. Ele faleceu aos 65 anos, em 29 de setembro de 1978, 33 dias depois de se tornar pontífice.
A beatificação é um dos passos para que uma pessoa se torne santo na Igreja Católica. Para chegar a essa etapa, comprova-se que o “candidato” operou algum milagre. No caso de João Paulo I, é atribuída a ele a cura, em 2011, de uma menina argentina que sofria de epilepsia refratária maligna.
A próxima etapa para que o papa seja considerado santo é a sua canonização.
Como foi a missa
Foto: Vincenzo Pinto/AFP
No dia 04 de setembro, o Papa Francisco, que presidiu a missa de beatificação, comentou o Evangelho do dia e citou João Paulo I. Em tradução do “Vatican News”, disse:
“Nós mesmos ‘somos objeto, da parte de Deus, dum amor que não se apaga. Não se apaga: nunca se eclipsa da nossa vida, resplandece sobre nós e ilumina até as noites mais escuras. Amar, ainda que custe a cruz do sacrifício, do silêncio, da incompreensão, da solidão, da contrariedade e da perseguição'”.
Francisco também falou sobre a bondade do novo beato:
“Com o sorriso, o Papa Luciani [nome de nascimento de João Paulo I] conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não é brava nem impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado, caindo no ‘retrocesso'”.
Morte de João Paulo I
Foto: Vincenzo Pinto/AFP
A agência RFI disse que, de acordo com os postulantes, a beatificação “restaurou a verdade histórica” sobre o papa João Paulo I. A morte do religioso surpreendeu ao mundo e gerou diversas teorias da conspiração sobre o motivo do óbito, como a de que ele teria sido envenenado para não lutar contra a corrupção financeira do Vaticano.
No entanto, os laudos médicos apontaram que ele morreu de infarto.
Ligação com o Brasil
O Papa João Paulo I tinha uma ligação especial com o Brasil. No ano de 1975, quando era cardeal Albino Luciani (nome de nascença), ele visitou o amigo brasileiro, o cardeal Aloísio Lorscheider, na cidade de Santa Maria (RS).
Papa Francisco pede pelo fim da pena de morte no mundo
Foto: REUTERS/ Remo Casilli
Além de participar da beatificação de João Paulo I, recentemente, o papa Francisco fez um novo apelo contra a pena de morte, que ele disse não oferecer justiça às vítimas, “mas encoraja a vingança”, no vídeo mensal com a oração intenções, desta vez para setembro.
“Cada dia mais pessoas em todo o mundo dizem não à pena de morte. Para a Igreja, isso é um sinal de esperança”, começa Francisco, que sempre se manifestou contra a pena de morte.
O papa ainda apontou que do ponto de vista jurídico, a pena de morte não é mais necessária. Isso porque a sociedade pode reprimir o crime sem privar o infrator da possibilidade de se redimir.
“Sempre, em toda condenação, deve haver uma janela de esperança. A pena de morte não oferece justiça às vítimas, mas encoraja a vingança. E impede qualquer possibilidade de se desfazer um possível erro judicial”, acrescenta Francisco.
Logo em seguida, ele explicou que “moralmente a pena de morte é inadequada; ela destrói o dom mais importante que recebemos: a vida”. Ele também pediu aos fieis que “não esqueçamos que, até ao último momento, uma pessoa pode converter-se e pode mudar”.
Em relação à doutrina da Igreja Católica, o papa afirmou que “à luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível. O mandamento ‘não matarás’ refere-se tanto ao inocente como ao culpado”.
O papa ainda fez um “a todas as pessoas de boa vontade para que se mobilizem pelo fim da pena de morte em todo o mundo” e pediu que rezem “para que a pena de morte, que atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa, seja abolida nas leis de todos os países do mundo”.
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