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Partes da Terra podem virar inabitáveis se temperaturas subirem 1°C ou mais

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Com o passar dos anos, a temperatura média de todo o mundo tem sofrido altas terríveis. O aquecimento global é um dos principais culpados pela alta. Todos os anos, vemos notícias, e esse ano estamos sentindo ainda mais as ondas de calor. Nesse sentido, essas altas temperaturas têm afetado a vida de todos e, em casos graves, levado inclusive à morte.

Até porque, existe um limite de aquecimento e umidade que o corpo humano suporta antes de ter problemas de saúde, como por exemplo, insolação e ataque cardíaco. Claro que isso é uma questão muito importante de ser compreendida. Justamente por isso que pesquisadores simularam aumentos da temperatura global de 1,5ºC a 4ºC, no pior cenário, com a intenção de compreender quais regiões da Terra o calor e a umidade poderiam ultrapassar esses limites.

O estudo foi feito de forma colaborativa entre a Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade da Pensilvânia (Penn State), Universidade de Purdue e o Instituto para um Futuro Sustentável, da Purdue, nos Estados Unidos.

As temperaturas que ultrapassaram a tolerância humana já foram vistas limitadamente e por poucas horas no Oriente Médio e no sudeste asiático. Essas mesmas regiões têm o potencial para sofrer ondas de calor com alta umidade, o que é ainda mais perigoso.

Isso porque, como o ar não absorve esse excesso de umidade, a evaporação do suor do corpo e a umidade de objetos como climatizadores têm sua eficiência diminuída. Além disso, a velocidade do vento e radiação solar também são alguns fatores importantes nesse ponto, sem contar o acesso e as maneiras de atenuar os efeitos do calor nos países de baixa renda.

O pior de tudo é que mesmo que os países menos ricos gerem menos emissões de gases de efeito estufa do que as nações mais ricas, será neles onde irá acontecer o pior estresse climático.

“Como resultado, bilhões de pessoas pobres sofrerão e muitas poderão morrer. Mas as nações ricas também sofrerão com esse calor e, neste mundo interconectado, todos podem esperar ser afetados negativamente de alguma forma”, disse Matthew Huber, professor de Ciências da Terra, atmosféricas e planetárias na Universidade de Purdue.

Aumento do calor e da umidade

Um só planeta

Desde a Revolução Industrial, quando o ser humano começou a queimar combustíveis fósseis em máquinas e fábricas, a temperatura global aumentou em aproximadamente 1° Celsius.

De acordo com esse estudo, se acontecer um aumento de 2° C na temperatura global acima dos níveis pré-industriais, isso poderá afetar 2,2 bilhões de pessoas no Paquistão, e no Vale do Rio Indo, na Índia, o bilhão de pessoas que vivem no leste da China e os 800 milhões de habitantes da África Subsaariana, por ano. Isso porque o calor irá ultrapassar a tolerância humana.

Se o aumento for de 3° Celsius, a costa leste e o centro dos Estados Unidos, indo da Flórida a Nova York, e de Houston a Chicago, seriam afetados. Além deles, a América do Sul e a Austrália também seriam afetadas pelo calor e pela umidade acima do tolerado pelos humanos.

Já nos 4° Celsius de aumento, a cidade portuária de Al Hudaydah, no Iêmen, poderia ter mais de 300 dias com temperaturas perigosas no ano. Isso faria com que a cidade, que hoje tem mais de 700 mil habitantes se tornasse inabitável.

“Modelos como [os da pesquisa] são bons para calcular tendências. Mas elas não preveem eventos específicos, como a onda de calor no Oregon em 2021, que matou mais de 700 pessoas, ou em Londres, que chegou a 40°C no verão passado. E lembre-se: os níveis de calor [desse exemplo] estavam todos abaixo dos limites de tolerância humana que identificamos”, disse o bioclimatologista Daniel Vecellio, coautor do estudo.

Morte

IG

Claro que o aumento de temperatura do planeta interfere nas mais diversas coisas, mas a mais importante é na vida das pessoas. Tanto é que pessoas estão morrendo por conta do calor. Mas como isso acontece?

Esse processo de degradação do estado de saúde provocado pelo calor é chamado hipertermia. Ela é quando o corpo fica com uma temperatura mais elevada do que o normal e gera desequilíbrios graves. “O organismo começa a ‘cozinhar’ por dentro, desequilibrando todo o metabolismo”, explicou Carlos Machado, clínico geral especialista em medicina preventiva.

Esse “cozimento” por dentro é, na realidade, o processo que começa com a alteração das proteínas que estão presentes no sangue e termina com complicações nos órgãos vitais.

No caso do processo de hipertermia, existem três tipos diferentes. A clássica, que está relacionada à exposição excessiva ao calor e ao sol; a de esforço físico, que acontece quando a pessoa faz alguma atividade e o corpo não consegue voltar para sua temperatura normal; e a maligna, que resulta do uso de determinados medicamentos, como analgésicos. Ela normalmente acontece com pessoas de lugares que têm um clima ameno, mas que às vezes passam por ondas de calor.

Assim como qualquer outra doença, a hipertermia também tem seus sintomas. São eles: transpiração excessiva, dores de cabeça, tontura, fraqueza, cãibras, alucinações, convulsões, pressão arterial baixa, respiração curta e acelerada, desmaios, náuseas e vômitos.

Se a pessoa tiver esses sintomas e não receber um atendimento médico, a hipertermia pode levar à morte, fazendo a pessoa literalmente morrer de calor. Para que isso seja evitado, usa-se “métodos de restauração mecânicos”, como banho gelado e o uso de ventiladores. Além deles, toalhas molhadas e refrigeradas também podem ajudar.

Fonte: Um só planeta, G1

Imagens: Um só planeta, IG

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