Curiosidades

Pesquisa aponta que crianças sem religião são mais altruístas

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Muitas pessoas acreditam que criar os filhos nos ensinamentos religiosos desde cedo vai transformá-los em pessoas melhores. No entanto, uma pesquisa americana apontou que pais sem religião definida criam filhos menos egoístas.

Jean Decety, neurocientista da Universidade de Chicago, e sua equipe entregaram 30 adesivos a mais de mil crianças, de 5 a 12 anos, de seis países diferentes (Estados Unidos, Canadá, China, Jordânia, Turquia e África do Sul). Essas crianças foram orientadas a distribuírem quantas figurinhas quisessem a outras crianças da mesma escola ou do mesmo grupo étnico.

As crianças que os pais não possuem religião definida são mais generosas. Eles compartilharam mais adesivos do que as crianças católicas ou muçulmanas. A pesquisa também concluiu que quanto mais velhas, mais egoístas as pessoas ficam.

Em seguida, os pesquisadores entrevistaram os pais dessas crianças. Eles desejavam saber o quanto os pais acreditavam que os seus filhos colocavam em prática os princípios morais ensinados.

Os religiosos costumavam apostar mais na generosidade dos pequenos do que os outros, no entanto, os testes mostraram justamente o oposto. 

De acordo com a pesquisa, uma das explicações é a “licença moral”. Como alguns acreditavam que coisas boas, do tipo rezar toda noite, as crianças se permitiam cometer alguns “erros”, como ser egoísta.

“É um padrão inconsciente. Eles não percebem que aquilo não é compatível com os ensinamentos da igreja”, explica Decety.

Jovens “sem religião” superam católicos e evangélicos em SP e Rio

Foto: Getty Images/ BBC

Outra pesquisa apontou que jovens “sem religião” superam católicos e evangélicos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

De acordo com as primeiras pesquisas Datafolha do ciclo eleitoral de 2022,  jovens brasileiros que se auto definem como “sem religião” já superam católicos e evangélicos entre a população de 16 a 24 anos no Rio de Janeiro e em São Paulo.

No Censo de 2010, os sem religião eram 8% da população brasileira, ou mais de 15 milhões de pessoas. Esse percentual cresce a cada década, por exemplo,  os sem religião eram 0,5% da população brasileira em 1960, 1,6% em 1980, 4,8% em 1991 e 7,3% em 2000.

No entanto, com o adiamento do Censo de 2020, por causa da pandemia da covid-19, ainda não se sabe com certeza o que aconteceu com a religiosidade brasileira na última década.

Mas as pesquisas eleitorais com o objetivo de refletir a realidade da população brasileira dão pistas sobre isso.

As primeiras pesquisas Datafolha de 2022 mostram que, em nível nacional, 49% dos entrevistados afirmaram ser católicos, 26% evangélicos e 14% sem religião, porcentagem acima dos 8% sem religião identificados no último Censo.

Entre os jovens de 16 a 24, o percentual dos sem religião chega a 25% em âmbito nacional. Além disso, em São Paulo, os jovens de 16 a 24 anos que se dizem sem religião chegam a 30% dos entrevistados, superando evangélicos (27%), católicos (24%) e outras religiões (19%). Já no Rio de Janeiro, os sem religião nessa faixa etária chegam a 34%, também acima de evangélicos (32%), católicos (17%) e demais religiões (17%).

Mas por que esse fenômeno é maior entre os jovens e nas grandes cidades?

Quem são esses brasileiros 

Foto: Getty Images/ BBC

No Brasil, uma minoria dos “sem religião” são ateus ou agnósticos. De acordo com matéria da BBC, os ateus são pessoas que não acreditam na existência de Deus, já os agnósticos apontam que não é possível afirmar com certeza se Deus existe ou não.

No Censo de 2010, por exemplo, dos 15,3 milhões de brasileiros que se diziam sem religião, apenas 615 mil (4% dos sem religião) se consideravam ateus e 124 mil se afirmavam agnósticos (0,8%).

“Então esse sujeito é sem religião porque não está vinculado a uma igreja, porque não frequenta, mas pode ter crenças relacionadas a alguma religião que já teve ou ter uma dimensão mais pluralista da religiosidade”, diz Silvia Fernandes, cientista social e professora da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).

Já Regina Novaes, pesquisadora do ISER (Instituto Superior de Estudos da Religião), aponta que a fase dos 16 aos 24 anos, em que os “sem religião” são mais presentes, é uma fase de experimentação.

Fonte: Superinteressante, BBC

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