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Por que especialistas afirmam que o celular está destruindo nossa memória

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Muitos especialistas apontam que o celular está destruindo a nossa memória. Fato é que o aparelho armazena bilhões de informações que nunca verão a luz do dia.

Os celulares também aumentaram o número de fotografias. O Instagram, por exemplo, recebe 95 milhões de fotos por dia. Além disso, também existem os cliques que não são compartilhados na plataforma.

De acordo com a revista Superinteressante, atualmente, 60% dos brasileiros têm smartphone; entre os jovens adultos (18 a 34 anos), são 85%. Essas pessoas costumam registrar com fotos todas as situações que consideram importantes ou necessárias para se lembrar.

No entanto, esse hábito pode estar modificando as nossas vidas e distorcendo a nossa personalidade.

Entenda mais sobre a relação das fotos e a nossa memória.

Lembranças incompletas

Foto: Eaters Collective/ Unsplash

O celular é um HD externo do nosso cérebro. Uma extensão da nossa memória. Mas vale lembrar que desde sempre a humanidade buscou formas de expandir a capacidade de guardar informação que trazemos de fábrica. 

As pinturas rupestres, livros e quadros, quase tudo o que entendemos como “cultura” surgiu da necessidade de tornar a vida um fenômeno menos furtivo.

No entanto, com os celulares, que possuem uma câmera fotográfica de capacidade virtualmente infinita no bolso, as pessoas começaram a se preocupar mais em registrar os momentos do que em prestar atenção neles.

“Prestar atenção é fundamental para codificar informações na memória”, disse à Superinteressante a italiana Giuliana Mazzoni, professora de psicologia da Universidade de Hull, no Reino Unido, e especialista no assunto.

Giuliana faz parte dos psicólogos acadêmicos que criticam o hábito de tirar fotos quando ele se torna uma compulsão.

“Se você adquire esse hábito, seu cérebro pode começar a processar informações de forma mais superficial.” O resultado disso são memórias mais fracas, mais difíceis de acessar.

No entanto, ainda existem poucos estudos sobre o tema. Um deles, conduzido por psicólogos de Yale, Wharton e outras universidades americanas, aponta que o hábito de tirar fotos nos ajuda a lembrar de detalhes visuais. Mas prejudica outros aspectos da memória. 

No teste, 294 participantes foram convidados para ir a um museu. Parte deles pôde tirar fotografias ao longo da visita e a outra não. Quem usou câmeras ou celulares conseguiu se lembrar melhor de detalhes visuais das obras de arte. Porém, se saíram pior para recordar as informações que tinham ouvido durante a visita.

Tirar fotos não ajuda na retenção de memórias visuais

Foto: Stock/ Getty Images

Outro estudo, realizado pela psicóloga Linda Henkel, da Universidade Fairfield, nos EUA, conclui que tirar fotos não ajuda na retenção de memórias puramente visuais.

“As pessoas sacam sua câmera praticamente sem pensar, na esperança de capturar o momento, e acabam deixando de perceber o que está acontecendo bem ali, na cara delas”, disse Henkel à revista americana Psychological Science.

Henkel também levou um grupo de voluntários a um museu. Uma parte deles estavam com câmeras e a outra sem. No dia seguinte, a pesquisadora mostrou imagens de obras de arte aos participantes, perguntando se elas estavam ou não no museu. O grupo que tirou fotos teve uma maior dificuldade para conhecer as obras que tinham visto.

“As pessoas delegam à câmera a tarefa de lembrar as coisas por elas. E isso tem um impacto negativo na forma como elas recordam suas experiências”, conclui a psicóloga.

De acordo com Giuliana Mazzoni, a era da fotografia instantânea também pode ter reverberações em nossa personalidade. “As selfies e poses são planejadas, não têm naturalidade”, afirma a especialista. “Se a gente se basear fortemente em fotos ao nos lembrarmos do passado, poderemos criar uma identidade própria distorcida com base na imagem que desejamos promover para os outros.”

No entanto, isso não significa que todos nós vamos virar pessoas sem personalidade, ainda mais considerando que ainda há muito o que pesquisar sobre o assunto. A principal dica dos especialistas é que a sua memória agradece se você observar o que vai fotografar antes de simplesmente apertar o botão.

Fonte: Superinteressante

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